O processo de suspeição do juiz Sergio Moro, que corre no Supremo Tribunal Federal (STF), pode impactar diretamente nas investigações que citam Andrés Sanchez como receptor de propina da Odebrecht para sua reeleição a deputado federal, isso em meio à construção da então Arena Corinthians, atual Neo Química Arena. A informação foi publicada pelo blog do Rodrigo Mattos, do UOL.
Para que a suspeição de Moro impacte no processo de Andrés Sanchez, a defesa do ex-presidente do Corinthians terá demonstrar que o ex-juiz da Lava Jato agiu com parcialidade assim como teria feito com o ex-presidente Lula. O ministro do STF, Edson Fachin, anulou todos os julgamentos de Lula e retirou da justiça de Curitiba, levando ao Distrito Federal. No caso da suspeição de Moro, todas as investigações de Lula voltam do zero.
Os dois elementos que deram abertura para investigações contra Andrés foram a planilha da Odebrecht, que indicava pagamentos ao ex-presidente do Timão, e doações de Benedicto Junior e Luiz Bueno, ex-executivos da construtora. Eles teriam feito pagamentos milionários em Caixa 2 para a campanha de Andrés a deputado em 2014.
“Com julgamento de suspeição de Moro, lavrando isso no STF, não deve ser isolado na figura do Lula. Temos que ver o que vai aparecer no acórdão. Se o Andrés fosse denunciado, aí naturalmente seria esse o caminho [de levantar para o processo a suspeição]. Mas hoje não tem nem elementos indiciários contra ele”, disse ao blog do UOL o advogado de Andrés, João dos Santos Gomes Filho.
O ministro do STF, Gilmar Mendes, porém, afirmou que a suspeição de Moro valeria, inicialmente, para os processos individuais de Lula, já que as conversas vazadas com o promotor Deltan Dallagnol, em sua maioria, falavam sobre o processo do ex-presidente, por exemplo.
