Home Futebol Copa do Rei: o que há de comum entre Athletic e Barcelona?

Copa do Rei: o que há de comum entre Athletic e Barcelona?

Final do torneio reúne Athletic Bilbao e e Barcelona, equipes “próximas” através da história

Lucas Silva
Jornalista | Fundador e editor-chefe do Saida Falsa | ADM no Athletic Club Brasil. Apaixonado pelo futebol americano desde 2008, sofro semanalmente com Corinthians, New Orleans Saints, Miami Heat e Edmonton Oilers.

O Athletic Bilbao terá mais uma chance de vencer a Copa do Rei, desta vez diante do Barcelona, no estádio La Cartuja, em Sevilha. A final, válida pela atual edição do torneio (2020/21) terá a transmissão da ESPN a partir das 16:30 da tarde.

PUBLICIDADE

O confronto, a princípio, reúne equipes com suas semelhanças ao longo da história.

Enquanto o Bilbao é conhecido por sua tradição, o Barcelona é uma seleção de craques internacionais. Mas a história de suas regiões fazem suas torcidas serem “parceiras”.

PUBLICIDADE

Luta pela identidade

A Catalunha é uma comunidade autônoma na Espanha localizada ao leste. Sua origem vem da reconquista pelos francos com a criação do condado de Barcelona.

A base da luta pela independência da Catalunha é histórica. Para os pró-independência, a história da região mostra que há uma herança própria. Além disso, há o argumento que a Catalunha foi conquistada pelo Reino de Castela, então a separação seria uma “justiça histórica”.

Quando Filipe V vence a Guerra de Sucessão Espanhola em 1714, ele une a Coroa de Castela e Aragão na Coroa da Espanha, acabando com a autonomia catalã.

PUBLICIDADE

Outra base de luta pela emancipação veio no século XIX, quando surgiu a Renaixença, movimento cultural que deu origem ao nacionalismo catalão.

Més que um club

Nesse sentido, em 29 de novembro de 1899, Hanz Kamper criou o FC Barcelona, clube que até hoje se propõe como símbolo da independência catalã.

Segundo Franklin Foer em How Soccer Explains the World, Kamper teria fundado o clube exatamente para “celebrar os catalães e seu sonho de independência”.

PUBLICIDADE

Ainda assim, aos 17 minutos e 14 segundos, a torcida do Barcelona canta pela independência da região.

Porém, quando Francisco Franco instaura a ditadura em 1936, seu governo proibiu os idiomas e símbolos regionais. Do mesmo modo, tropas franquistas invadiram a cidade de Barcelona, mataram o presidente do clube e bombardearam o prédio em que ficavam seus troféus.

Miguel Serra Rosanas, diretor cultural da Associação Cultural Catalonia, explica:

“Franco tentou acabar com a identidade do time, que foi obrigado a mudar seu nome para Clube de Futebol Barcelona […]. As quatro barras do escudo, referência à bandeira da Catalunha, foram reduzidas para duas.”

PUBLICIDADE

Outra “curiosidade” era que Franco era torcedor fanático do Real Madrid e, muitas vezes, o Barcelona foi obrigado a entregar propositadamente frente a ameaças do regime.

Com o fim da ditadura, o impacto do regime era de reforçar a identidade cultural, criando movimentos pela independência.

Mas o que tem em comum?

Athletic Bilbao e Barcelona têm histórias parecidas, uma vez que suas criações têm relação com a história de suas regiões e ambos os clubes são usados como símbolos nacionalistas de suas comunidades.

PUBLICIDADE

Por conta disso, suas torcidas são “parceiras”, já que suas identidades foram reprimidas durante a ditadura.

Importante dizer que existe um grande contraste entre os clubes. Todos os clubes que possuem uma coroa em seu escudo e que possuem o nome “Real”, apoiam ou recebem apoio da Casa Real Espanhola.

No caso de Athletic e Barcelona, não é diferente, ambos possuem seus rivais locais – Real Sociedad e Real Espanyol – e um rival em comum, o Real Madrid.

Por fim, para o jogo de hoje, o técnico Marcelino Toral terá a volta dos titulares Yuri Berchiche e Yeray. O time titular foi poupado no empate de 1 a 1 contra a Real Sociedad em San Sebastián.

PUBLICIDADE

Por outro lado, o Barcelona de Ronald Koeman deve ir a campo com mudanças, com Dest e Ronald Araújo podendo ser titulares no jogo de logo mais.

VEJA TAMBÉM:

PUBLICIDADE