Será que você acerta o placar Apostar na Betano PUBLICIDADE

Home Futebol Aplicação tática e intensidade na marcação foram os grandes trunfos das Sereias da Vila na vitória sobre o Corinthians

Aplicação tática e intensidade na marcação foram os grandes trunfos das Sereias da Vila na vitória sobre o Corinthians

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira explica como o Santos de Christiane Lessa explorou os problemas da equipe de Arthur Elias no jogo deste domingo (2)

Por Luiz Ferreira em 03/05/2021 01:44 - Atualizado há 3 anos

Reprodução / Twitter / Santos Futebol Clube

Após a vitória sobre o Napoli-SC na rodada de abertura do Brasileirão Feminino, este que escreve se questionava se o Corinthians ainda era o time a ser batido no país (mesmo com a eliminação surpreendente na Libertadores Feminina). Não era nenhum pouco difícil imaginar que o escrete de Arthur Elias estava sendo estudado por todos os treinadores dos clubes que disputam a Série A1. E a vitória das Sereias da Vila neste domingo (2) foi o exemplo de atuação de uma equipe que estudou muito bem seu (fortíssimo) adversário e explorou as suas deficiências com muita eficiência e aplicação tática. Inclusive, não é exagero nenhum afirmar que o Santos de Christiane Lessa poderia até ter vencido o Clássico Alvinegro por uma diferença ainda maior de gols. É o tipo de atuação (e de resultado) que deve ser vir de modelo e incentivo para as Sereias da Vila na sequência da competição.

https://www.youtube.com/watch?v=jxlONbKaWyM

Antes de mais nada, é preciso dizer que a técnica Christiane Lessa conseguiu tirar o máximo de cada jogadora do Santos em termos técnicos e táticos. Mesmo com as improvisações de Fê Palermo e da ótima Brena no lado esquerdo da defesa e com o Corinthians forçando o jogo naquele setor com bolas longas para Gabi Portilho e Katiuscia. O diferencial aqui era a fibra com que as Sereias da Vila fechavam cada espaço diante de um adversário sem a intensidade necessária para fazer a bola chegar em Vic Albuquerque e Crivelari. Conforme a equipe de Christiane Lessa foi se achando em campo, o Peixe foi avançando as suas linhas e forçando o erro de Pardal, Poliana e companhia. Posse recuperada, Rita Bove acelerava o jogo com Ketlen, Maria Dias e Amanda Gutierres se movimentando demais entre as linhas e aproveitando a noite apagadíssima de Andressinha. O Santos jogava com uma aplicação tática imensa.

As Sereias da Vila aproveitaram a atuação ruim do Corinthians com muita intensidade nos movimentos ofensivos. Rita Bove recebia a bola e já acionava Ketlen, Maria Dias e Amanda Gutierres se lançando nos espaços que surgiam na defesa do escrete de Arthur Elias. Foto: Reprodução / BAND

Vale destacar também o trabalho tático feito por Bruninha na lateral-direita e por Erikinha se juntando a Ketlen, Maria Dias e Amanda Gutierres num quarteto ofensivo de muita mobilidade no terço final. Ao mesmo tempo, o trabalho da equipe de Christiane Lessa sem a bola também foi importantíssimo na construção da vitória deste domingo (2). Por mais que o Corinthians tenha muita qualidade, fato é que as comandadas de Arthur Elias tiveram uma noite para ser esquecida na Vila Belmiro. Toda a pressão realizada pelas Sereias da Vila era em cima da camisa 20. Ketlen recuperava a posse e Erikinha, Amanda Gutierres e Maria Dias se projetavam no espaço vazio para receber o passe em profundidade. E os problemas não paravam por aí. Tamires sofria com as descidas de Bruninha pelo seu lado. Andressinha não conseguia dar qualidade na saída de bola. E Grazi ficou isolada na frente junto com Vic Albuquerque.

Andressinha era o “alvo” das Sereias da Vila na saída de bola. A camisa 20 do Corinthians não teve paz no primeiro tempo e sofreu com a pressão de Ketlen, Maria Dias e Rita Bove ainda na intermediária defensiva. Ótimo trabalho tático do Santos e ótima sacada de Christiane Lessa. Foto: Reprodução / BAND

Ketlen e Maria Dias obrigaram a goleira Kemelli a realizar dois milagres na Vila Belmiro (onde andam aqueles que diziam que era preciso “diminuiu o tamanho do gol” no futebol feminino?) antes da camisa 7 abrir o placar aos 40 minutos do primeiro tempo. Após o intervalo, Arthur Elias mandou Gabi Zanotti, Diany e Adriana para o jogo, mas não conseguiu resolver os problemas do Corinthians na compactação no meio-campo e na saída de bola. Tanto que, aos oito minutos do segundo tempo, Amanda Gutierres recebeu bola longa e conseguiu vencer a dividida com a zagueira Érika. A camisa 19 das Sereias da Vila apenas rolou a bola para Brena (que havia saído da lateral para jogar à frente da zaga santista) acertar um belo chute de fora da área. Nesse lance, é bem possível notar como Christiane Lessa conseguiu armar sua equipe com muito volume de jogo. Não é sobre ter a bola. É sobre o que se deve fazer com ela.

Amanda Gutierres consegue vencer Érika na dividida e faz o trabalho de pivô com maestria antes de rolar a bola para Brena marcar o segundo gol das Sereias da Vila. O Corinthians não conseguia se encontrar em campo e pouco ameaçou o gol de Michelle durante a partida. Foto: Reprodução / BAND

O pênalti desnecessário de Rita Bove e convertido por Adriana deu a impressão de que o Corinthians fosse voltar para o jogo, mas as Sereias da Vila mantiveram a intensidade nas transições e seguiram levando muito perigo nos contra-ataques. Cristiane foi para o jogo e ajudou na construção das jogadas com a sua já conhecida qualidade e visão de jogo. E para coroar a atuação do escrete comandado por Christiane Lessa, a impressão que ficou após o apito final foi a de que o Santos poderia até ter vencido por uma margem maior de gols se o sistema ofensivo tivesse um pouco mais de felicidade nas finalizações (méritos da goleira Kemelli nesse sentido). Ao mesmo tempo, também é preciso falar da ótima atuação da linha defensiva do Santos. Mesmo com as improvisações já mencionadas anteriormente e as mexidas durante a partida, Camila Martins, Fê Palermo e companhia conseguiram se impor contra o forte ataque corintiano.

A técnica Christiane Lessa vem conseguindo colocar seu estilo no Santos. A equipe da Vila Belmiro mostrou mais organização e mais aplicação tática do que na partida contra o Minas Brasília. E a única dúvida que fica é se Mari Dias, Erikinha e Amanda Gutierres vão ser aproveitadas no time titular mesmo com o retorno de Byanca Brasil e da recuperação completa de Cristiane. Para manter esse jogo intenso e de alta velocidade, é preciso ter jogadoras que entreguem aquilo que a treinadora deseja dentro de campo.

CONFIRA OUTRAS ANÁLISES DA COLUNA PAPO TÁTICO:

Boa atuação do Internacional escancara os problemas coletivos da Ferroviária; confira a análise

Ceará usa paciência e força mental para vencer o Bahia e sair na frente na decisão da Copa do Nordeste

SIGA LUIZ FERREIRA NO TWITTER

Exit mobile version