Home Futebol Corinthians controla pressão do Avaí/Kindermann e mostra que ainda é uma equipe muito difícil de ser batida

Corinthians controla pressão do Avaí/Kindermann e mostra que ainda é uma equipe muito difícil de ser batida

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira as escolhas de Arthur Elias e Rodolfo Segundo para o jogo deste domingo (15) na Ressacada

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.
PUBLICIDADE

Quem acompanha a coluna aqui no TORCEDORES.COM já deve ter visto este que escreve exaltar o Corinthians de Gabi Zanotti, Andressinha, Erika, Yasmin e Arthur Elias pelo menos umas quatro ou cinco vezes apenas nesse ano. Poucas equipes no futebol feminino conseguiram atingir um nível de excelência e consistência tão alto como o Timão. E mesmo com o Avaí/Kindermann surpreendendo com a postura mais agressiva nos primeiros minutos da partida, o escrete do Parque São Jorge manteve sua estratégia, usou bem o talento das suas principais jogadoras e venceu o time comandado por Rodolfo Segundo 4 a 1 neste domingo (15), na Ressacada. É verdade que o placar pode fazer com que muitos pensem que o Corinthians não teve muitos problemas para vencer o Avaí/Kindermann. Mas é preciso dizer que as Avaianas Caçadoras tentaram competir e causaram alguns problemas para a zaga alvinegra em determinados momentos. Érika e Poliana que o digam.

Isso porque o técnico Rodolfo Segundo escalou sua equipe numa espécie de 5-3-2 de muita marcação na frente da área e saída rápida para o ataque. O Avaí/Kindermann pressionava bastante Gabi Zanotti e Andressinha, levava vantagem em boa parte das divididas no meio-campo e ainda colocava muita velocidade nas transições com Lelê e Larhy se movimentando muito no terço final. A estratégia aqui era simples. Fechar as linhas, pressionar a portadora da bola e acionar a dupla de ataque com lançamentos mais longos para aproveitar o posicionamento mais avançado de Poliana e Erika. A jogada deu certo logo aos nove minutos de partida, quando a equipe catarinense conseguiu escapar pelo lado esquerdo e contou com o cochilo da dupla de zaga do Corinthians em passe em profundidade para Lelê que não se intimidou com a presença da goleira Kemelli e mandou para as redes.

PUBLICIDADE

A estratégia do Avaí/Kindermann consistia em fechar os espaços na frente da área e sair em velocidade com bolas mais longas. A equipe de Rodolfo Segundo foi muito feliz no início de partida e aproveitou o cochilo da zaga do Corinthians para abrir o placar. Foto: Reprodução / TikTok / Desimpedidos

Só que Arthur Elias e suas jogadoras sabiam muito bem qual era o caminho para superar esse forte bloqueio defensivo do Avaí/Kindermann. E ele passava pelos pés de Gabi Portilho. A camisa 18 do Corinthians foi fundamental nas jogadas de ataque seja quebrando as linhas do seu adversário com passes precisos ou abrindo espaços na base do drible na direção do gol de Bárbara. A pressão na saída de bola foi encaixando aos poucos e o Timão empatou a partida com Jhennifer aproveitando rebote de falta cobrada por Yasmim (e colaboração da goleira das Avaianas Caçadoras) e virou com Tamires completando belíssima jogada iniciada por Gabi Portilho. Bastou acelerar um pouco para que o volume de jogo do Corinthians reaparecesse e fosse minando o fôlego da defesa adversária na perseguição do quarteto ofensivo. Atrair, prender, ocupar e atacar espaços. Essa é a gênese do “jogo de posição” de Arthur Elias.

PUBLICIDADE

O Corinthians começou a equilibrar o jogo a partir do momento em que começou a acelerar a troca de passes e abrir espaços na defesa do Avaí/Kindermann. Jheniffer empatou em falha de Bárbara e Tamires virou o placar completando bela jogada de Gabi Portilho. Foto: Reprodução / TikTok / Desimpedidos

A virada obrigou o técnico Rodolfo Segundo a desfazer seu 5-3-2 e adotar um 4-1-4-1 mais ortodoxo para encaixar a marcação do Corinthians logo no início do segundo tempo na Ressacada. Só que o volume de jogo da equipe paulista ainda era enorme e ganhou ainda mais qualidade com as entradas de Adriana e Diany nos lugares de Jhennifer e Andressinha. Ao invés de uma referência na frente, um ataque mais móvel e mais disposição para pressionar a saída de bola do Avaí/Kindermann. E foi o que aconteceu quando a camisa 16 aproveitou passe errado na intermediária e deixou Vic Albuquerque livre para fazer o terceiro do Corinthians. Se a concentração e a confiança das Avaianas Caçadoras ficaram seriamente abaladas depois de serem vazadas pela terceira vez, as coisas ainda pioraram quando Kemelli defendeu penalidade cobrada por Gaby Soares aos 37 minutos da segunda etapa.

O técnico Arthur Elias deixou o ataque do Corinthians muito mais leve e móvel com Adriana e Diany no segundo tempo. A estratégia de movimentação e pressão na portadora da bola funcionou e o Timão foi dominando o Avaí/Kindermann com um jogo muito vertical. Foto: Reprodução / TikTok / Desimpedidos

PUBLICIDADE

Ainda houve tempo para a zagueira Giovanna Campiolo marcar o quarto gol após cobrança de escanteio da esquerda. O placar final realmente aponta para uma ampla superioridade do Corinthians em aspectos técnicos e táticos (o que realmente aconteceu). Por outro lado, também precisamos reconhecer que o Avaí/Kindermann esteve muito bem e criou muitos problemas para o time de Arthur Elias enquanto teve fôlego e concentração para manter a estratégia inicial. Faltou também um pouco de calma para aproveitar as chances criadas e o espaço no meio-campo e atrás das zagueiras Erika e Poliana nos primeiros minutos por parte das Avaianas Caçadoras. A tendência realmente apontava para uma vitória para o time de Arthur Elias. Mas os resultados poderiam ter sido muito diferentes se a equipe de Rodolfo Segundo tivesse mantido o ritmo e colocado mais capricho nos passes e nas conclusões a gol.

Nada disso tira o mérito do Corinthians e o fato de que estamos falando de um clube muito difícil de ser superado no continente sul-americano. E mesmo depois de quase dois meses de paralisação do Brasileirão Feminino, o Timão volta a impor seu jogo com muito volume, intensidade e qualidade. Por mais que o Avaí/Kindermann tenha conseguido competir em alguns momentos da partida, a impressão que ficou foi a de que o escrete de Arthur Elias ainda está um patamar acima dos seus rivais.

CONFIRA OUTRAS ANÁLISES DA COLUNA PAPO TÁTICO:

PUBLICIDADE

Renato Gaúcho muda estratégia e vê trio ofensivo desequilibrar na goleada do Flamengo sobre o Olimpia

Grêmio de Patrícia Gusmão anula saídas do Palmeiras e conquista boa vantagem no Brasileirão Feminino

Messi, a chegada no Paris Saint-Germain e o “novo normal”

Conquista da inédita medalha de ouro premia competitividade e espírito de luta do Canadá em Tóquio

PUBLICIDADE