O taekwondo faz sua estreia em Jogos Paralímpicos e o Brasil vai para Tóquio 2020 com três atletas na disputa: Silvana Fernandes (até 58 kg), Débora Menezes (acima dos 58 kg) e Nathan Torquato (até 61 kg).
Com os três lutadores da classe K44 – má-formação ou amputação unilateral nos membros superiores -, o país será a maior delegação do parataekwondo das Américas e a quarta maior do mundo nos Jogos.
Ao contrário dos atletas brasileiro de outras modalidades, que viajaram com antecedência para Hamamatsu, no Japão, os lutadores de taekwondo fizeram a preparação no CT do CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro), em São Paulo, e partiram para Tóquio nesta segunda-feira (23).
O técnico Alan Nascimento explicou como foi todo o processo realizado na capital paulista. “Fizemos um ajuste fino por meio de cinco sessões diárias de trabalho, sendo dois treinos específicos, um treinamento físico e dois períodos de fisioterapia”, contou.
“Por invertermos os horários de treinos, como forma de se adaptar ao fuso japonês, a cada dia no CPB, dormimos uma hora mais tarde. Por exemplo: do dia 18 para o dia 19 de agosto, fomos dormir à 1h. Já do dia 19 para o dia 20, dormimos às 2h. E será assim até esta madrugada, a última antes do embarque”, destacou Alan.
Já Rodrigo Ferla, coordenador esportivo da equipe, completou com as informações da preparação dos atletas do parataekwondo.
“Neste período de aclimatação, fizemos o primeiro treino específico diário na hora do almoço, almoçamos no meio da tarde, realizamos o treinamento físico no final da tarde e o segundo treino específico acontecia já no fim do dia, por volta das 22h30. O jantar era servido à meia-noite. A ideia do planejamento foi ganhar quatro, cinco horas de fuso para minimizar o impacto na chegada ao Japão”, contou.
Chegada ao Japão
De acordo com Ferla, o planejamento para a seleção no Japão já está todo preparado. “Estamos com a agenda cheia, do dia que chegarmos [25 de agosto] até os dias de competição [2, 3 e 4 de setembro], mantendo os atletas acordados durante o dia para dormirem à noite, adaptando-se, assim, ao fuso horário. Vamos estudar nossos adversários e treinar no espaço oficial destinado ao parataekwondo nos Jogos”, afirmou.
A primeira luta do Brasil será de Nathan, em 2 de setembro, às 22h15 (horário de Brasília), enquanto Silvana estreará no dia seguinte (3), às 22h, e Débora entrará pela primeira vez no dojo japonês no dia 4, também às 22h.
“Embora nossos três atletas tenham adversários muito difíceis na caminhada até o pódio, temos chances reais de três medalhas. Os brasileiros estão extremamente preparados. Temos um trabalho incansável em relação ao estudo da modalidade e dos adversários. Elaboramos estratégias para termos o melhor rendimento”, avaliou Nascimento.
Nathan Torquato
Natural de Praia Grande, litoral de São Paulo, Nathan nasceu com uma má-formação no braço esquerdo. Aos três anos, quando voltava da escola de bicicleta, acompanhado pela mãe, viu uma academia e insistiu para ela matriculá-lo. Treina no mesmo local até hoje.
Atualmente com 20 anos, ele conquistou a medalha de ouro no Pan-Americano da modalidade (Heredia, Costa Rica, em 2020) e, também, subiu ao lugar mais alto do pódio nos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019.
Débora Menezes
Paulistana de 31 anos de idade, Débora nasceu com má-formação abaixo do cotovelo direito. Bacharel em Educação Física, conheceu os esportes paralímpicos no fim da graduação.
Ela competiu no lançamento de dardo até 2013, quando começou a praticar o parataekwondo por hobby. Em 2015, recebeu o convite para se dedicar ao alto rendimento.
Débara conquistou a prata nos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019 e ouro no Campeonato Mundial de Parataekwondo, em 2019, na Turquia.
Silvana Fernandes
Silvana é da cidade de São Bento, na Paraíba, e tem 22 anos. A atleta tem má-formação congênita no braço direito e começou a praticar atletismo aos 15 anos. Em 2018, conheceu o parataekwondo e procurou locais para iniciar a modalidade. Sua primeira convocação para a seleção foi em junho de 2019.
Conquistou a medalha de ouro no Pan-Americano da modalidade (Heredia, Costa Rica, em 2020) e também nos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019.
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