A brasileira Alana Martins Maldonado, de 26 anos de idade, vai para sua segunda participação em Jogos Paralímpicos. Atleta do judô, categoria até 70kg, a paulista faturou a medalha de prata no Rio 2016 e agora sonha com o lugar mais alto do pódio.
“Estou na minha melhor forma, física e técnica. Agora faço os últimos ajustes nos treinos para realizar meu sonho que é ser medalhista de ouro”, disse a atual campeã mundial da categoria.
Alana acompanhou a participação dos compatriotas nos Jogos Olímpicos de Tóquio e pretende levar ao tatame a lição aprendida com os colegas que voltaram com duas medalhas de bronze, Mayra Aguiar e Daniel Cargnin.
“Eu assisti o judô brasileiro nos Jogos Olímpicos e dava um frio na barriga pensar que eu logo estaria ali na Arena”, disse a paratleta.
“As medalhas da Mayra e do Daniel foram incríveis. A luta da Maria Portela foi de muita superação e garra. É difícil fazer quase quatro minutos de luta normal e depois mais 12 de golden score. A verdade é que temos gente que estar preparadas para uma disputa de 15 minutos”, afirmou Alana.
Em busca do topo
Nas Olimpíadas , disputadas entre julho e agosto, os japoneses foram os maiores vencedores dentro de casa. Mas isso não assusta a brasileira. “O Japão dominou o judô olímpico e acredito que venha forte também no paralímpico. Aqui é a terra do judô, mas, na minha categoria, a japonesa é novata”, lembrou.
Alana tem consciência que o nível da competição é forte e se diz pronta para enfrentar todas as adversárias, inclusive a maior rival, a mexicana Lênia Fabiola Ruvalcaba Alvarez.
“A gente vem se enfrentando em várias finais. Sei que nos Jogos Paralímpicos estão as melhores lutadoras do mundo, então a preocupação não é só com a mexicana, mas com todas as adversárias”, afirmou a brasileira.
Alana e Lênia são rivais antiga. Ambas se enfrentaram na final dos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, em 2015, e na final dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, quando a brasileira sofreu o revés após dois wazaris, ficando com a prata.
“Eu observo a luta da Lênia, mas ela também estuda a minha. Isso faz com que fique uma disputa bem calculada, na espera de um erro da adversária. Ela fica mais na defensiva e eu mais no ataque. Assim, se não entro no golpe, acabo tomando punição. Foi assim que perdi a final do Parapan”, lembrou Alana.
História de Alana
Alana Maldonado pratica judô desde os quatro anos de idade e começou na modalidade paralímpica com 14, quando foi diagnosticada com a doença de Stargardt, que provoca perda de visão progressiva.
Nos Jogos Paralímpicos, o judô é disputado por atletas com deficiência visual. A paulista é da classe B3 (baixa visão).
A primeira convocação de Alana da para a seleção brasileira paralímpica foi aos 14 anos.
E seu currículo é de dar inveja: líder do ranking mundial na categoria até 70 kg; prata nos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019; ouro no Campeonato Mundial 2018 em Portugal; prata na Copa do Mundo 2018 na Turquia; ouro na Copa do Mundo 2019 e 2017 no Uzbequistão; prata nos Jogos Paralímpicos Rio 2016; bronze nos Jogos Mundiais da IBSA 2015 na Coreia do Sul e prata nos Jogos Parapan-Americanos Toronto 2015.
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