Home Esportes Olímpicos Duas medalhas e idolatria: a fantástica trajetória de Rebeca de Andrade na ginástica da Olimpíada de Tóquio

Duas medalhas e idolatria: a fantástica trajetória de Rebeca de Andrade na ginástica da Olimpíada de Tóquio

Dona das duas primeiras medalhas olímpicas da história da ginástica brasileira feminina, Rebeca teve participação história nos Jogos de 2020

Lucas Ayres
Jornalista no Torcedores.com desde 2021, sou editor responsável pela coordenação de toda a produção audiovisual do site desde 2022, além de produzir matérias especiais, entre entrevistas, coberturas de eventos e artigos analíticos. Completamente apaixonado por esportes, mas em especial por futebol, seja pela sua parte técnica e tática, seja pela sua parte humana, social e sociológica, trabalho na área do jornalismo de esportes desde que me formei, pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Passei pela Revista PLACAR, pela Premier League Brasil, pela Esportelândia e pela produção do programa "Esporte Record News", da Record News. No futebol, me especializo na cobertura dos seguintes campeonatos: Brasileirão Série A; Copa do Brasil; Copa Libertadores; Champions League; Premier League; La Liga; Campeonato Paulista. Também cubro basquete, em especial a NBA. Você pode conferir alguns dos meus melhores trabalhos aqui [https://lucasrayres.contently.com] e também um pouco do meu trabalho no audiovisual aqui [tiktok.com/@torcedorescom] e aqui [youtube.com/c/TVTorcedoresOficial/videos].

Um dos maiores nomes do Brasil, e talvez de todos os países, na Olimpíada de Tóquio, é o de Rebeca Andrade. A ginasta encerrou nesta segunda-feira (2) sua histórica participação na edição de 2020 do maior evento esportivo do mundo.

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Na sua última prova, a final do individual por aparelhos, no caso a do solo, a brasileira pontuou 14.033 e ficou com a honrosa quinta colocação. Apesar de não ter ficado com aquele que seria o seu terceiro pódio olímpico, a atleta ficou eternizada pelo tamanho do seu feito e o alcance da sua idolatria no esporte nacional.

Afinal, Rebeca de Andrade conquistou não só uma como as duas medalhas olímpicas, uma delas de ouro, e que também foras as duas primeiras da história da ginástica feminina do Brasil. Um desempenho histórico, ao qual não faltou reconhecimento. Confira, então, um resumo de sua participação na Olimpíada de Tóquio:

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Rebeca Andrade: das lesões à esperança olímpica

Nas previsões e análises anteriores ao início da Olimpíada de Tóquio, a ginástica não estava entre as maiores chances de medalha para o Brasil. Pelo menos não quando comparada com o surf, skate, vôlei e outros esportes. Entre, porém, as esperanças verde-amarelas na modalidade, boa parte delas residia em Rebeca Andrade.

A ginasta de 22 anos idade, considerada desde cedo uma das grandes revelações brasileiras no esporte, vinha de um ciclo olímpico atribulado por conta de lesões no joelho, mas de resultados animadores, com sete medalhas de ouro em etapas da Copa do Mundo de Ginástica, e em três aparelhos diferentes (Salto, Trave de Equilíbrio e Barras Assimétricas).

Participando de sua segunda Olimpíada, Rebeca, era, portanto, uma boa chance de medalha, com desempenhos sólidos em diferentes frentes, apesar da fortíssima concorrência. Pois bem, essa chance começou a tomar corpo a partir do terceiro dia de provas.

Na ocasião, a brasileira confirmou suas participações nas finais do solo, com sua já famosa apresentação ao som da música “Baile de Favela”, de MC João, e no salto. A primeira com a alta pontuação de 14.066 e a segunda com a a maior ainda 15.100, já antecipando o que viria depois.

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A surpresa, porém, veio na classificação para o individual geral, ou melhor, em como ela foi conquistada: na segunda colocação, com 57.399, atrás apenas de Simone Biles, o maior nome da ginástica da atualidade. No mais, não conseguiu índices para as finais das barras assimétricas e da trave de equilíbrio. Sem problemas.

A medalha histórica de Rebeca Andrade em Tóquio

https://gty.im/1331301682

Pois bem, com quase uma semana de Jogos completa, Rebeca Andrade fez história. Na prova que começou às 07:50 da quinta-feira (29), a brasileira fez o que nenhuma outra compatriota tinha feito em Olimpíadas: conquistou uma medalha.

Disputando acirrada prova individual geral, nossa atleta começou forte, com um 15.300 no salto, a maior nota da rotação, que não teve justamente Simone Biles, uma das mais habilidosas no aparelho, que se ausentou da disputa por não estar bem mentalmente.

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Nas barras assimétricas e na trave, Rebeca teve um desempenho sólido, com 14.666 na primeira, o que a manteve no pelotão de cima, e 13.666 na segunda, o que a segurou com chances de pódio. No solo, que fechou a prova, ela deu show, com 13.666 que não a deu a vitória mas a garantiu na segunda colocação e primeira medalha da história da ginástica olímpica feminina brasileira, no caso a de prata.

E foi com emoção: sua nota no solo, no caso, foi revista após apelo da comissão técnica do Brasil. A nota anterior a deixaria com o bronze, mas foi aumentada e a fez subir um degrau no pódio.

O ouro no salto

https://gty.im/1331891721

Dias depois, na madrugada do sábado (31), para o domingo (1), Rebeca Andrade, que já era uma atleta histórica, foi ainda mais longe. Com a tranquilidade de já ter feito o “dever de casa”, e novamente sem a concorrência de Biles, a brasileira conquistou nada menos que a medalha de ouro no salto.

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Terceira na lista, a ginasta fez uma prova incrível, com uma imbatível nota de 15.083, que ultrapassou a favorita Mykayla Skinner e fez brilhar no posto mais alto do pódio na Arena de Ariake.

A grandeza de Rebeca Andrade na apresentação no solo

Um dia depois de ter alcançado a maior glória do esporte, houve tempo para Rebeca Andrade mostrar o tamanho não só da atleta, mas da pessoa que é. Cheia de carisma, ela arrancou as palmas dos presentes para a final do solo, novamente com sua série ao som de Baile de Favela.

A partir de saltos impressionantes e o ritmo forte de sempre, a brasileira teve uma leve punição por sair do quadrado em um dos primeiros movimentos, mas que, no fim, não foi decisivo em sua nota. Com 14.033, nossa medalhista olímpica ficou na honrosa quinta colocação.

Antes de sair do ginásio, Rebeca encerrou sua histórica participação na Olimpíada de Tóquio com uma entrevista que transbordou carisma, orginalidade e inteligência emocional. Ela mostrou uma felicidade ímpar com seus feitos e principalmente gratidão por aquelas que “desbravaram” os aparelhos antes dela. Estamos falando de vocês, Daiane, Daniele, Jade…

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