Home Futebol Cria do Flamengo relembra missão de substituir Romário em decisão de 1999: “minha perna tremeu”

Cria do Flamengo relembra missão de substituir Romário em decisão de 1999: “minha perna tremeu”

Reinaldo marcou 27 gols em 86 partidas pelo Flamengo entre 1999 e 2001

Wilson Pimentel
Jornalista esportivo desde 1998. Cobriu os principais eventos esportivos da última década. Passou pelas redações do SBT, Record TV, CNT, Esporte Interativo, Rádio Tupi, Rádio Brasil e Rádio Manchete. É correspondente de veículos de comunicação da Colômbia, Croácia, Paraguai e Portugal. Está no Torcedores.com desde 2019.

Reinaldo foi o símbolo de uma geração que venceu praticamente tudo no Flamengo. Considerado uma das grandes revelações do cube, ele conquistou a Copa Mercosul (1999), a Copa dos Campeões (2001) e o Campeonato Carioca (1999, 2000 e 2001).

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O atacante rapidamente caiu nas graças da Nação pela raça que colocava a disposição para jogar ao lado de craques como Romário, Edilson e Petkovic. Em outras palavras: Reinaldo se tornou um representante da torcida dentro de campo.

De 1999 até 2001, viveu frustrações como a fraca campanha no Campeonato Brasileiro de 2001, quando o Flamengo quase foi rebaixado para a segunda divisão. Por outro lado, viveu momentos de glórias como o título Carioca de 1999. Na época, Rei foi relacionado às pressas para a final do Estadual contra o Vasco.

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“Eu estava jogando contra o Madureira, na Gávea, uma partida do Juniores, o que hoje seria o Sub-20. E nesse dia, o Romário estava ao lado do campo treinando na caixa de areia com o preparador físico e deu mais motivação. Eu fiz três gols no jogo e na quinta eu subi para os profissionais. Treinei sexta e fiz o famoso rachão no sábado, quando vi o meu nome na relação do jogo de domingo, ali já foi um susto, porque domingo era a final contra o Vasco e eu estava relacionado para a partida, te confesso que a ficha ainda não tinha caído”, revelou a reportagem.

Em entrevista ao Torcedores.com, Reinaldo passou a limpo a carreira, relembrou a passagem vitoriosa pelo Flamengo e falou da relação com o baixinho Romário. E recordou parceria com Luís Fabiano no São Paulo e do período que defendeu o Paris Saint-Germain. Confira!

Geração vitoriosa na base

“Tive a felicidade de conquistar muitos títulos na base do Flamengo. E devo tudo isso aos técnicos Toninho Barroso e Carlos César que foram fundamentais na minha formação como jogador. Na época, atuei ao lado de muitos jogadores que depois seriam campeões pelo clube como o Alessandro, Cássio, Fernando, Lê e Roma. Juntos conquistamos o Campeonato Carioca de Juniores de 1999. Aquela base foi importante para conquistar três campeonatos estaduais, uma Copa dos Campeões e a Copa Mercosul”.

Estreia pelo Flamengo

“Fui relacionado para ser uma das opções do técnico Carlinhos. Inicialmente, achei que seria cortado da lista antes da partida. Mas quando o Romário sentiu a panturrilha, eu pensei que o treinador fosse colocar o Caio ou o Leandro Machado que na época eram mais experientes. No entanto, ele veio e pediu para o preparador físico Toninho Oliveira me aquecer, porque eu ia entrar no jogo. Naquele momento não tive nem tempo de assimilar a decisão do treinador. Procurei ficar o mais frio possível e concentrar na partida até porque o torcedor iria me avaliar a partir daquele dia. Foi inesquecível estrear diante do Vasco, em um Maracanã lotado e sendo campeão”.

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O substituto de Romário

“O primeiro jogador que veio conversar comigo foi o Romário. Fiquei impressionado com a tranquilidade, simplicidade e a capacidade de me motivar para entrar em campo. Me lembro até hoje das palavras dele antes do jogo: ‘Rei, nas primeiras bolas que você pegar toca logo para um companheiro para você ir ganhando confiança no jogo. No decorrer da partida você vai se soltando para ser aquele Reinado que eu vi jogando nos treinos”. Aquelas palavras dele eu levei não só para aquele jogo, mas para a minha vida. E sem dúvida nenhuma naquela partida eu fui um iluminado”.

A relação com Romário

“O baixinho era muito discreto no dia a dia. Ele vivia sendo perseguido pela imprensa por ser o principal jogador do Flamengo. Em campo, ele se transformava em um leão. Nos treinos, procurava sempre orientar os mais jovens e dizia como queria que a bola chegasse para ele. Ele nunca usou um tom grosseiro com a rapaziada. Muito pelo contrário, o baixinho conversava e orientava a todos com muita paciência. Era como um técnico em campo. O Romário não gosta de perder treinos e ficava muito aborrecido quando isso acontecia. E em campo, todo mundo corria e fazia a bola chegar nele. Afinal, nós sabíamos que ele precisava só de uma bola para resolver a partida”.

A parceria com Edílson

“Era muito fácil jogar ao lado do Edílson. Nós tínhamos um entrosamento muito grande porque colocávamos em prática nos jogos tudo aquilo que treinávamos durante a semana. O Edilson era arisco em campo, não tinha pena dos adversários, partia para cima mesmo sabendo que seria parado na base da porrada. E eu me aproveitava que os marcadores iam para cima dele para marcar meus gols”.

A dupla com Luís Fabiano

“A melhor dupla que eu formei no futebol foi com Luís Fabiano no São Paulo. Em 2002, por exemplo, era escalado para atuar como segundo atacante no esquema 4-4-2, então quando eu caia pelos lados do campo. Ele, por sua vez, já sabia que quando eu ia cruzar a bola. Com isso, o Luís sempre ia no primeiro pau. Então, era só no olhar e fazer o cruzamento para ele fazer o gol. Ele sabia o movimento que tinha que fazer. Era muito treinamento e muita conversa. Neste ano, tive a felicidade de marcar 38 gols pelo São Paulo. Por outro lado, ele foi artilheiro do Campeonato Brasileiro 19 gols”.

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A passagem pelo Paris Saint-Germain

“Fui muito feliz na minha passagem pelo Paris Saint-Germain. Lá, tive a oportunidade de formar dupla de ataque com Pedro Pauleta que é um dos maiores artilheiros da história do clube. Nessa época, precisei mudar minhas características para atuar ao lado dele. Afinal, era um centroavante de área, diferente do Luís Fabiano que ainda saía da área e flutuava entre os volantes. Eu sabia muito bem as bolas que o Pauleta gostava de receber, eram sempre aquelas rasteiras no primeiro pau, porque era o forte dele. Foi um dos grandes parceiros de ataque que tive ao longo da carreira”. 

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