Era 2017 quando, em uma derrota diante do Tupi-MG, o Fortaleza confirmou o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro. Quatro anos depois, o Leão fez uma campanha constante na Série A. Único time a se manter no G-6 durante toda a competição, conquistou uma vaga inédita na Libertadores 2022.
Apesar da temporada de 2021 ser uma das mais importantes na história do Fortaleza, o caminho para chegar até a Libertadores começou há quatro anos. Depois de oito temporadas na Série C, o Leão conseguiu o acesso à Série B.
Sob o comando de Rogério Ceni, em 2018, o Fortaleza conquistou o título da Série B e, consequentemente, o acesso à Série A do Brasileirão. Nesse momento, houve também uma organização interna do clube, que refletiu positivamente dentro de campo.
Marcelo Paz, presidente do Fortaleza, assumiu o cargo em 2017. Foi responsável pela contratação de Rogério Ceni como técnico e determinou a construção do Centro de Excelência Alcides Santos.
A construção foi acompanhada por Ceni. O ex-goleiro participou da idealização das estruturas de treinamento com melhorias nos gramados, academia, hotéis e vestiários.
Em 2019, estreou na Sul-Americana. Apesar da eliminação na Arena Castelão para o Independiente, o clube fez um jogo histórico em Buenos Aires. Ainda dentro desses quatro anos, o Fortaleza venceu três vezes o Campeonato Cearense. Também foi campeão da Copa do Nordeste pela primeira vez.
Financeiramente, mesmo com a pandemia, o clube se manteve equilibrado. Fez apenas contratações pontuais e não atrasou salários.
O Fortaleza é o primeiro time da região Nordeste a conquistar a vaga para a Libertadores no modelo de pontos corridos do Brasileirão. O sucesso na adaptação do técnico argentino Juan Pablo Vojvoda e a campanha sólida na temporada levaram o Leão com tranquilidade para a fase de grupos do principal torneio continental da América.
A classificação para a Libertadores e a constância apresentada no Brasileirão são os resultados de um trabalho pensado para superar a falta de recursos. O Fortaleza se vê agora em uma posição de permanecer estável e não regredir no seu desenvolvimento enquanto clube.
Se preparando para a Libertadores, o Leão leva consigo uma história de quem passou oito anos na série C e, desde 2017, supera marcas e crava seu nome no futebol nacional.
Sobre o Fortaleza de 2021

Fortaleza foi constante durante todo o Brasileirão e se consagrou como único time nordestino a conquistar vaga na Libertadores por pontos corridos. Foto: Bruno Oliveira
Vojvoda construiu um time com algumas marcas. A principal delas é a capacidade de pressionar adversários no campo rival. Mesmo times considerados mais fortes sentiram a pressão do Leão nos jogos.
Inconformado com um papel de coadjuvante, Vojvoda encheu o Fortaleza de ousadia. Ao mesmo tempo, soube se adaptar e recuar linhas quando o adversário se impunha. Com a posse da bola, os atletas apresentavam movimentos coordenados, capacidade de infiltrar pelas laterais e de criar jogadas que permitiam infiltrar na defesa pelo centro.
As laterais também marcam o trabalho do argentino no Fortaleza. Tinga e Yago Pikachu pela direita e Lucas Crispim pela esquerda mostraram uma adaptação a novas funções. Tinga atuou como um zagueiro que conduzia a bola, liberando Pikachu para agir como um ala.
Crispim é um destro adaptado à função de ala, traço comum em times europeus. Porém, assim como Pikachu, não fica preso nas laterais e age como um armador pelo centro. Combinados com o estilo de jogo de Vojvoda e a estrutura do Fortaleza, essas ações levaram o time à Libertadores 2022.
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