Plataforma digital criada pelo Grupo Globo e referente aos jogos do Brasileirão Série A, o fantasy game Cartola FC pode ser indiretamente envolvido numa batalha judicial por permitir a criação e manutenção de times que fazem apologia ao nazismo. É o que afirmou o vice-presidente da Confederação Israelita do Brasil (CONIB), Daniel Bialski.
“No caso do Cartola FC, todas as pessoas que agiram dessa forma serão identificadas, questionadas e podem ser processadas, Se a educação não é suficiente, a repreensão é necessária”, declarou, em entrevista ao site UOL.
Bialski também destacou que apologia ao nazismo é crime no Brasil. Além disso, elogiou os órgãos de segurança do país e o Ministério Público pelo trabalho em conjunto.
“Temos feito pedidos de investigação de forma rotineira. Tanto a polícia quanto o Ministério Público têm trabalhado junto à CONIB. Temos conseguido identificar todos os que se manifestaram dessa maneira”, acrescentou.
O assunto Nazismo no Cartola FC veio à tona depois que uma imagem viralizou. Nela, aparecem vários times com o nome do ditador Adolf Hitler.
A repercussão do tema fez o perfil oficial do fantasy dar explicações e prometer excluir os perfis que destacam tal ideologia.
“Comunicado: O Cartola não tolera qualquer tipo de manifestação racista, homofóbica ou nazista em suas plataformas”, iniciou.
“Assim, times cujos nomes façam qualquer tipo de referência nesse sentido estão sendo removidos do game”, finalizou o Cartola.
Criação de times no Cartola FC pode ocorrer por desconhecimento
Tal ideia é ponderada por Daniel Bialski. De acordo com o dirigente, a CONIB tem uma cartilha de avaliação referente aos casos de intolerância no ambiente virtual.
“O maior problema que a gente enfrenta é o desconhecimento. Muitas pessoas desconhecem que o nazismo não foi só contra os judeus. Foi contra minorias, inclusive negros”, disse.
“Às vezes, algumas pessoas que estão divulgando isso nem sabem que elas mesmas seriam perseguidas pelo nazismo. Já aconteceu de identificarmos pessoas e termos que explicar isso”, relatou.
Ainda conforme Bialski plataformas como Youtube e Tiktok têm colaborado para remover publicações que repercutem o nazismo.
“A CONIB serve como conselheira. Se identificarmos que existe alguma coisa que possa ser duvidosamente colocada como preconceito, eles retiram”, contou.
Facebook e Instagram, por outro lado, são mais difíceis. “Mas temos acionado canais policiais e judiciais para conseguir isso (exclusão de publicações)”, finalizou Bialski.
Apologia ao nazismo é crime no Brasil
O parágrafo primeiro do Artigo 20 da Lei 7716 de 1989 estabelece pena de prisão entre dois a cinco anos, além de multa, para quem fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos que a fins de divulgação do nazismo.
Veja, a seguir, o comunicado oficial do Cartola FC:
COMUNICADO
O Cartola não tolera qualquer tipo de manifestação racista, homofóbica ou nazista em suas plataformas. Assim, times cujos nomes façam qualquer tipo de referência nesse sentido estão sendo removidos do game.— Cartola (@cartolafc) April 11, 2022

