Home Automobilismo Com poucas alternativas na Fórmula 1, Senna testou um carro da Indy

Com poucas alternativas na Fórmula 1, Senna testou um carro da Indy

Em meio a um cenário duvidoso, tricampeão testou um carro da principal categoria de monopostos dos Estados Unidos

Bruno Bravo Duarte
Jornalista e editor com atuação nos portais Torcedores.com e Naspistas.com. Teve passagens por Euqueroinvestir.com, Jornal Povo, Niterói TV, Jornal A Orla e Jornal do Rock. Apaixonado por futebol e automobilismo, torcedor do América-RJ, tifosi de carteirinha e Youtuber nas horas vagas.

Ayrton Senna viveu um momento turbulento com a McLaren nos anos de 1992 e 1993. Naquela época, a equipe britânica lutava contra os carros tecnológicos da Williams e tinha como grande obstáculo o encerramento da longa e vitoriosa parceria com a Honda, cujo os motores garantiram os três campeonatos do piloto brasileiro (1988, 1990 e 1991).

PUBLICIDADE

O desempenho de Nigel Mansell com o FW14 era infinitamente superior ao de Ayrton Senna com MP47A em 1992. Mesmo com os propulsores Honda, o brasileiro não conseguiu deter os inúmeros componentes eletrônicos da Williams. Na ocasião, o Leão venceu oito das 10 primeiras corridas da temporada e se sagrou campeão ao chegar em segundo no Grande Prêmio da Hungria, prova que foi vencida por Ayrton.

Com o término da parceria com a Honda, a McLaren iria adotar uma versão “Linha b” do Ford V-8 em 1993, o que não faria frente ao Renault V-10 das Williams e ao Ford V-8 oficial de fábrica da Benetton. Com poucas alternativas competitivas, Senna contactou Emerson Fittipaldi visando uma possível transferência para a Fórmula Indy.

PUBLICIDADE

Testando uma Penske

O brasileiro viajou para o Arizona no final de 1992, onde testou um Penske PC-21 no autódromo de Firebird. O modelo do carro foi o utilizado por Fittipaldi, que venceu quatro etapas naquele ano.

O piloto da Indy foi o primeiro a ir para a pista, contabilizou 25 voltas e cravou a melhor marca em 49s70. Na sequência, Senna assumiu o volante e fez alguns giros de adaptação. Em 14 voltas, Ayrton já tinha batido a marca de Emerson: 49s50.

Ao retornar para os boxes, o tricampeão optou por fazer algumas mudanças na configuração do Penske, com o aval do engenheiro Nigel Beresford. No retorno para a pista, Ayrton reduziu o tempo para 49s09, o que deixou a equipe Penske impressionada.

“A pista realmente era muito lenta, o carro funciona de uma forma muito particular, mas a sensação, o gosto, é ótimo. Estou muito feliz em poder constatar o que realmente é um carro da Indy. Um dia vou guiar esse carro, é só questão de tempo. É só esperar o momento certo para participar das corridas nos Estados Unidos”, declarou Senna, em entrevista para a Band.

PUBLICIDADE
Reportagem da Bandeirantes, em 1992

Este foi o único contato do piloto brasileiro com a principal categoria de monopostos dos Estados Unidos. Ayrton Senna acabou renovando com a McLaren e conquistou o vice-campeonato de 1993, com um carro tecnicamente inferior as Williams e as Benettons.