A SAF (Sociedade Anônima do Futebol) está cada vez mais presente no futebol brasileiro, principalmente depois que clubes grandes adotaram esse novo modelo de gestão, como o Cruzeiro, Vasco, Botafogo e Bahia, por exemplo.
E quem pretende seguir esse caminho é o Atlético-MG. O Galo já está em processo de mudança há meses. Agora, na última quarta-feira (07), cerca de 70 conselheiros do clube foram à sede administrativa para dar sugestões e tirar dúvidas sobre o processo da SAF no clube.
O Galo ainda conversa com potenciais investidores, mas é certo que o clube irá virar um clube-empresa. Após conversas, o clube mineiro aguarda uma proposta oficial que se enquadre nos planos atleticano, para anunciar a venda.
Mas, quais seriam essas “exigências” para que o Atlético possa fechar com um investidor? O “ge” revelou alguns pontos que eles tiveram acesso nessa reunião.
A conversa foi conduzida por Bruno Muzzi, CEO do Atlético. Ele tem sido o representante do Galo na condução das conversas com o grupo investidor. O presidente Sérgio Coelho não esteve presente.
Então, Bruno Muzzi detalhou o cronograma da SAF, onde em janeiro irão concluir as diligências e confirmar os valores da venda, e em fevereiro ou março, irão apresentar a proposta oficial para o conselho aprovar ou não a venda.
Valores e patrimônios do Galo
O valor da venda da SAF ainda não foi definido, mas especula-se que o Galo queira algo em torno de R$ 1,6 bilhão por 100%. As porcentagens de ações seriam em valores proporcionais. Como o valor é alto, a ideia do clube mineiro é vender 50% + 1 para uma empresa, que seria o sócio majoritário.
O “Atlético Associação” seria dono de outros 30% das ações, até para que o Conselho Deliberativo tenha voz dentro do clube. Os “4 R’s” também devem ficar com alguma porcentagem. O restante da porcentagem, ainda não teria sido definido.
Um ponto que já estaria acertado é que os clubes sociais e a sede do clube, não serão vendidos para a empresa que comprar a SAF.
Por outro lado, ainda não está descartado que a Arena MRV, que será inaugurada em março e o CT, estejam no pacote de venda. Mas, se o CT e o estádio forem vendidos também, o valor iria aumentar bastante.
Investimentos
O Atlético-MG já fez o orçamento de 2023, aprovado pelo Conselho, contando com os investimentos da SAF no futebol. Portanto, o clube irá fechar com a empresa que se adequar ao valores.
A previsão do Galo é de receber R$ 103 milhões do seu faturamento (20%) para pagar dívidas. No entanto, a ideia é não ter dividendos, para que a SAF não seja obrigada a tirar dinheiro do futebol para pagar dívidas.
O Galo hoje tem uma dívida na casa dos R$ 1,4 bilhão. O clube planeja que a dívida seja paga com aporte financeiro da SAF, assim como foi a venda do Shopping Diamond Mall, por R$ 340 milhões.
“A ideia é conseguir receber à vista o maior valor possível para a associação, de modo a quitar o maior volume possível de dívidas. Já os aportes para a SAF poderiam ser mais espaçados”, disse Muzzi.
Quem irá comandar o futebol do Atlético-MG?
Houve um boato de que o Atlético iria ter diversas mudanças no departamento de futebol, incluindo a saída de Rodrigo Caetano, que era especulado no Grêmio. Isso porque é comum o comprador fazer várias mudanças na estrutura do clube, como foi Ronaldo no Cruzeiro.
Porém, na negociação do Atlético-MG com o investidor, ficou definido que a gestão do departamento de futebol será de responsabilidade do órgão colegiado – Sérgio Coelho (presidente), José Murilo Procópio (VP), Rafael Menin, Rubens Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador (os 4 R’s), além de Rodrigo Caetano como executivo.

