A derrota por 2 a 1 para o Marrocos, no último sábado (25), em Tânger, marcou o início da jornada da seleção brasileira rumo a Copa do Mundo. Mesmo com os craques Éder Militão, Casemiro e Vinícius Júnior em campo, a equipe canarinha desapontou o torcedor.
Ramon Menezes, técnico interino, está no meio dessa encruzilhada. Logo após comandar a seleção brasileira na conquista do Campeonato Sul-Americano sub-20, o treinador assumiu momentaneamente o cargo que foi ocupado por Tite nos últimos seis anos.
Embora seja um técnico em formação, Ramon Menezes soma passagens por clubes como Joinville, Anápolis, Tombense, Vasco, CRB e Vitória. A princípio, é um currículo bem modesto se comparado aos ex-treinadores da seleção brasileira.
Por outro lado, a carreira como jogador de Ramon Menezes sempre foi pautada pela excelência em campo. Tanto no Vasco, onde viveu o auge entre 1996 e 2000, como na seleção, este profissional se acostumou a grandes desafios.
Apesar da pressão da grande mídia e do clamor popular pela contratação de um técnico estrangeiro para comandar a seleção, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, ainda está em cima do muro. Todos os indícios apontam que o italiano Carlo Ancelotti assumirá o cargo.
No entanto, os técnicos de vanguarda do futebol brasileiro desejam que o time nacional seja treinado por um profissional nascido no país. Dorival Júnior e Fernando Diniz são os nomes mais citados pelos veteranos. Mas, e Ramon Menezes?
Em entrevista ao canal “OurSports”, no YouTube, os técnicos Diogo Siston, Flávio Tinoco, Marcos Soares e Ricardo Perlingeiro falaram sobre a estreia de Ramon Menezes no comando da seleção brasileira. Confira os depoimentos.
Diogo Siston
Diogo Siston foi técnico do time sub-20 do Vasco e por três temporadas. Nesse ínterim, revelou jogadores como Andrey Santos, Marlon Gomes, Rodrigo, Figueiredo, Gabriel Pec, entre outros. Além disso, jogou ao lado de Ramon no clube de São Januário em 2000 e 2002.
“O Ramon está muito preparado para essa missão. Espero que faça um bom trabalho e dê uma resposta positiva. Ele pode ajudar na transição e desenvolvimento dessa nova geração de jogadores. Se o trabalho for bem feito, temos boas chances de ver uma das melhores safras de jogadores vestindo a camisa da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2026”, disse.
Flávio Tinoco
Flávio Tinoco é técnico do Tupi-MG. Como jogador, teve passagem destacada pelo Fluminense de 1999 a 2004. Nesse ínterim, foi companheiro de Ramon Menezes e Fernando Diniz. Para o ex-zagueiro, a CBF iria ganhar muito se apostasse na dupla para ficar à frente da seleção.
“Tive a felicidade de jogar com eles no Fluminense. Sou muito fã do trabalho do Fernando Diniz. Eu o vejo com um futuro muito promissor. Seria incrível vê-lo fazendo uma dobradinha com o Ramon na Seleção Brasileira porque um iria complementar o trabalho do outro. Os dois são estudiosos, detalhistas e tem uma proposta de jogo muito interessante”, explicou.
Marcos Soares
Aos 47 anos, Marcos Soares é técnico da seleção sub-19 da Arábia Saudita. Antes, porém, comandou as equipes de base do Santos, Corinthians e Botafogo. Ao lado de Ramon Menezes, fez o curso da CBF Academy. Nesse período, ele ficou surpreso com o nível de conhecimento do técnico interino da seleção brasileira.
“O Ramon é muito capacitado. Fiquei muito feliz com a conquista do Campeonato Sul-Americano e a vaga na Copa do Mundo sub-20. Ele mostrou que tem condições de ajudar na transição dos jogadores da base no futuro e, por isso, será peça importante após a chegada do novo técnico”, revelou.
Ricardo Perlingeiro
Ricardo Perlingeiro é Coordenador de Observações Técnicas da Base da CBF. Ele integrou a comissão técnica de Ramon Menezes na conquista do Campeonato Sul-Americano sub-20. O treinador é só elogios ao interino da seleção brasileira.
“O Ramon é um excelente profissional Ele é muito detalhista e cuidadoso com tudo que cerca a seleção brasileira. Acho que ele já mostrou seu valor como treinador ficando ou não à frente da equipe principal. Ele fez um excelente trabalho na base que tem tudo para render frutos no futuro para o futebol brasileiro. A safra que está por vir é acima da média”, revelou.

