O comentarista Casagrande foi um dos grandes críticos sobre o momento do Corinthians e a contratação de Cuca. Após a derrota na estreia, conseguiu reverter o placar na Copa do Brasil e garantiu a classificação para as oitavas de final. Antes do técnico anunciar seu pedido de demissão, os jogadores o abraçaram e comemoraram, atitude bastante debatida pelos jornalistas esportivos.
Casagrande criticou abraço dos jogadores
Cuca recebeu grande pressão por parte dos torcedores e da mídia esportiva após a condenação no “Caso Berna” em 1987. Na sua coluna do Portal UOL, Casagrande abordou novamente o viés social deste momento: “o comportamento dos jogadores do Corinthians depois da classificação foi um carimbo para o “passaporte” para todos saberem que eles vivem no “mundo do aceitamos tudo”. Todos correram para abraçar o Cuca depois da classificação foi um grito de que “NÓS, JOGADORES, ACEITAMOS ENVOLVIDOS EM ESTUPRO CONDENADOS NO NOSSO MEIO”.
Casagrande foi um dos pilares do movimento Democracia Corintiana, que atuou fortemente contra a Ditadura no Brasil. Portanto, relembrou a importância que os atletas do Timão tem importância social: “eu, como um ex-jogador de futebol que luto com unhas e dentes para tentar mostrar que o jogador, antes de tudo, é um cidadão brasileiro que tem uma voz importante a cada fala, a cada gesto, influencia as crianças e a própria sociedade, fiquei envergonhado e com uma grande indignação”.
Finalmente, detalhou a importância do comportamento dos atletas no momento do abraço: “o cenário do comportamento, dos princípios e dos valores do nosso futebol é dos piores possíveis. Os jogadores vivem calados e, quando resolvem falar ou agir, escolhem muito mal. Será que vocês não perceberam que aquele abraço apertado no Cuca significa abraçar todos os homens abusadores, condenados ou não?”, questionou.
Saída de Cuca do Corinthians
Após a vitória por 2 a 0 sobre o Remo na Copa do Brasil, Cuca deixou o Timão com duas partidas. Segundo informações do comunicado do treinador, os torcedores exigiram grande pressão, e o comandante decidiu priorizar sua família após ter recebido ameaças.

