Para a jornalista Milly Lacombe, o forte tom das críticas à Leila Pereira, presidente do Palmeiras, é explicado pelo fato dela ser mulher, diferentemente de outros dirigentes.
“A entrevista dela (concedida na quarta-feira) tem pontos que são altamente criticáveis e outros pontos que são elogiáveis, ela fala coisas corretas. Ela fala coisas que são equívocos, principalmente quando, e como, ela fala das torcidas organizadas, o tipo de linguagem que ela usa. A partir daí, eu não lembro de ter visto um massacre a um dirigente vencedor como estão fazendo com ela. Já vi dirigentes serem colocados na corda por causa de fases ruins, rebaixamentos, risco de queda. Acho que as pessoas se sentem muito confortáveis para bater nela”, disse Milly Lacombe, durante o programa “Fim de Papo”, do UOL Esporte.
“Isso não quer dizer que ela acerte sempre. Eu acho que, por exemplo, não dar ingresso para conselheiro é um erro”, ponderou.
Para a jornalista, há um tom de deboche brutal nas críticas à Leila Pereira.
“As coisas que estão dizendo a respeito dela são brutais, a despeito de ela ter errado na linguagem quando falou das torcidas organizadas. O deboche que fazem dela é brutal, eu nunca vi isso. O Marcos Braz (vice presidente de futebol do Flamengo) se atracou com um torcedor no meio de um shopping e mordeu a virilha dele. O que estaríamos dizendo da Leila se ela fizesse isso?”, questionou.
Durante o debate, o jornalista Renato Maurício Prado discordou da colega de programa.
“Ela está apanhando, como estão apanhando Braz e Landim, porque fizeram temporadas abaixo do potencial de seus clubes. Ela começou a apanhar justamente porque o time deixou de ganhar. Nenhum dos dois ganharam nada importante esse ano. Fracassaram nas competições mais importantes: Copa do Brasil, Brasileiro (em andamento) e Libertadores. Eu não me lembro de um outro presidente que tenha partido para o confronto com as torcidas como ela partiu, e jogado a história do seu clube no lixo. Um dos clubes mais vitoriosos da história do futebol brasileiro”, argumentou RMP.

