Vitória da LDU contra o Fluminense (twitter oficial LDU)
Na última semana o debate sobre jogos de futebol na altitude voltou a ser um dos assuntos mais comentados. O Fluminense foi derrotado pela LDU em jogo da Recopa Sul-Americana enquanto o Always Ready, da Bolívia, goleou o Sporting Cristal por 6 x 1 na primeira fase da Libertadores da América.
O questionamento principal foi sobre ser justo jogar nestas condições, com relação a ser uma vantagem para os times acostumados a atuar em altas altitudes.
A médica Flávia Magalhães, especialista em gestão de saúde e performance de atletas e que já teve passagens pelas seleções brasileiras masculina e feminina de futebol, Atlético Mineiro e América Mineiro, detalhou essa situação no aspecto da medicina.
“A queda de rendimento de quem não está acostumado ocorre porque, no futebol, o atleta faz vários sprints e a baixa pressão de oxigênio interfere na recuperação entre eles. Além disso, para um mesmo nível de esforço, estar em uma altitude mais elevada provoca um gasto energético muito maior”, ressaltou.
Com trabalhos nos Jogos Olímpicos de 2016 e na Copa América de 2019, explica que os sintomas pioram muito quando se atua em uma cidade de elevada altitude.
“Quando um atleta joga a dois mil metros, pode sentir náuseas, tonturas e cefaleias. Os sintomas costumam aparecer de seis a 12 horas depois de estar nesse ambiente. Quando se está jogando acima dos quatro mil metros, a situação é bem mais complicada e, se não for tratada, pode evoluir para um edema pulmonar agudo e edema cerebral”, disse Flávia.
Segundo a especialista, alguns artifícios podem ser usados para tentar minimizar os efeitos.
“A alternativa ideal seria uma aclimatação no local de três semanas, mas sabemos que isso é inviável no futebol. Deve-se observar a ingestão de ferro, a hidratação, o consumo de carboidratos e vitaminas. Seis horas antes da subida para o local da partida, pode-se tomar um anti-inflamatório sob orientação médica.”

