
Alessandro Barcellos, presidente do Internciona, em entrevista coletiva. (Créditos: Ricardo Duarte/Internacional)
As dívidas têm assolado o Internacional e impedem o clube de investir com força no futebol. Com isso, a torcida, que sempre espera um elenco capaz de disputar títulos, vem pressionando a diretoria por contratações de peso. Nesse contexto, o tema SAF (Sociedade Anônima do Futebol) surge com frequência, sendo apontado por muitos torcedores como a única alternativa viável para mudar o cenário financeiro do clube.
Dentro do Internacional, o tema SAF ainda é tratado com cautela. No entanto, é inegável que a possibilidade já bate à porta, e a diretoria precisa estar atenta a essa realidade. Em entrevista publicada pelo jornal Correio do Povo, o presidente Alessandro Barcellos afirmou que “o debate será inevitável em algum momento, seja por urgência, seja por oportunidade concreta de proposta”.
‘Modelo Inter’ é a vontade de Barcellos
Ao ser questionado sobre ser a favor ou contra a transformação do Internacional em uma SAF, Alessandro Barcellos evitou uma resposta definitiva, não se posicionando claramente nem a favor, nem contra. Ainda assim, foi sincero ao admitir que o tema faz parte dos bastidores do clube. “O Inter precisa de novos recursos. Pode ser que não venham via SAF, mas será preciso encontrar uma nova forma de financiamento. Acredito muito na construção de um ‘modelo Inter’. Estamos trabalhando nisso”, disse.
Tratado ainda com cautela, o modelo de clube-empresa “é um tema que encontra resistência”, afirmou Barcellos. Em relação a uma eventual proposta de investidores, o presidente foi categórico em dizer que “nunca houve nenhuma proposta”.
As dívidas são o problema do Internacional
A dívida do Internacional, que pode chegar a R$ 1 bilhão, é definida como “o maior problema do clube” por Alessandro Barcellos. O dirigente afirma que para enfrentar isso tem adotado boas práticas de governança, porém, o profissionalismo do clube não aparece porque é superado pela dívida.
“Só em juros, perdemos entre R$ 80 e R$ 100 milhões por ano. Se tivéssemos esse dinheiro disponível, tudo seria diferente. O Inter hoje tem um funcionamento operacional positivo. Se não fosse o custo da dívida, teríamos superávit. Por isso, estamos reduzindo despesas e aumentando receitas”, declarou o presidente.
Recuperação judicial não é opção
Mesmo sob tantos problemas financeiros e a impossibilidade de crescimento por conta das altas dívidas, o presidente do Internacional não enxerga a recuperação judicial como uma alternativa. “Ela (recuperação judicial) fecha portas no mercado e tem efeitos mais negativos que positivos. Diminui o tamanho do clube. Falo com base na realidade atual. É impossível prever o que pode ocorrer nos próximos dois ou três anos”, explicou.
Menos de 35% da torcida do Internacional gostaria de uma SAF
Com o objetivo de mapear a percepção dos torcedores sobre a transformação de seus clubes em SAFs, o Globo Esporte encomendou uma pesquisa ao instituto AtlasIntel. As respostas disponíveis eram: sim, não ou não sei. No caso dos torcedores do Internacional, 34% se mostraram favoráveis, 45% disseram não saber e 21% se posicionaram contra.