Clube considera possibilidade de entrar na bolsa de valores (Foto: Divulgação/Facebook Oficial Atlético-MG)
O Atlético-MG vem procurando de todas as maneiras achar meios de buscar novos investidores em meio às constantes crises financeiras que vivencia. Diante das várias alternativas as quais têm buscado, uma delas poderá ser algo inédito no futebol brasileiro, a venda de suas ações.
O clube estaria cogitando colocar parte de seu controle acionário à venda na B3 (antiga Ibovespa), a principal bolsa de valores do Brasil. O Galo se tornaria o primeiro time do país a negociar neste tipo de mercado suas ações, o que poderia até dar a chance de captar valores que, no futuro, podem amenizar os problemas financeiros e as dívidas.
Vender ações? Só depois
Os principais dirigentes do clube pensam em tal possibilidade, mas esta por enquanto não deverá acontecer. Em declarações recentes, Rafael Menin, um dos principais acionistas da SAF atleticana, afirmou que desejaria ter torcedores como acionistas do clube. Mas que o momento não daria viabilidade para tal ação, preferindo buscar outros modos para captar dinheiro e, assim, reduzir a crise.
“Se hoje (vender ações na bolsa) é viável? Eu acho difícil. No futuro é possível? Talvez sim. O brasileiro não tem hábito de investir no mercado de capitais, mas está melhorando. Nunca nenhum clube do Brasil fez, mas lá fora tem. Tem alguns clubes de capital aberto, e a torcida tem 30%, 40%. Seria a coisa mais linda do mundo”, disse Menin.
Especialista avalia possibilidade
Na Europa, a negociação de ações de clubes de futebol para o público em geral já é realidade desde a década de 90. Equipes como Manchester United, Lazio, Benfica, Tottenham, Borussia Dortmund, Ajax, Porto e Juventus vendem partes de suas fatias acionárias nas bolsas de valores de seus respectivos países com relativo sucesso.
Em entrevista ao site No Ataque, Arthur Horta, sócio da ‘The Link’ e especialista em mercado de ações, afirmou que a possibilidade do Atlético-MG vir a ter presença na bolsa de valores no futuro poderá ser bastante ‘positiva’ para o clube e sua SAF. Mas acredita que, caso isto venha a acontecer, a prioridade é de que a venda deste controle aconteça em um momento no qual consiga controlar a sua já bilionária dívida.
“Acho que entrar na bolsa é algo positivo, mas o Atlético poderia fazer isso em um momento de mercado mais favorável, em que as taxas de juros estejam mais baixas, em um momento em que o clube começar a baixar as dívidas. Quando isso acontecer, o valor que os investidores vão estar dispostos a pagar será bem mais alto. Então, o clube pode aguardar um momento melhor para isto”, analisou Horta.

