Roberto Carlos recordou como era jogar com os Galácticos do Real Madrid (East News sp. z o.o./Alamy Live News)
O Real Madrid fez história no início do século ao montar um time recheado de grandes estrelas do futebol mundial. Os Galácticos, como ficaram conhecidos, tinham os craques Ronaldo (Brasil), Figo (Portugal), Zidane (França) e Beckham (Inglaterra), além de Roberto Carlos.
A escolha de Roberto Carlos
O ex-lateral e ídolo merengue não tem dúvidas em apontar qual desses grandes nomes foi o melhor daquela época: Beckham. E escolheu justamente o único que não conquistou o prêmio de melhor jogador do mundo.
“Beckham era o melhor de todos. Zidane era de primeira linha, magnífico, mas David era o melhor nos treinos e nos jogos. Nunca falhava, era puro coração. Era o mais consistente”, afirmou Roberto Carlos ao recordar a rotina do Real Madrid naquela época.
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Para o brasileiro, o que distinguia Beckham não era apenas a qualidade técnica, mas a forma como se relacionava com o grupo. Além da postura em relação às partidas.
“Ele não jogava por clube algum, jogava pelos amigos, pelo Real Madrid, para vencer. Ele sempre pensava na equipe, enquanto os outros pensavam em si mesmos”, disse.
Elogios aos outros Galácticos
Mesmo com a preferência por Beckham, Roberto Carlos não poupou palavras de exaltação aos demais craques do Real Madrid. Sobre Zidane, destacou o brilho natural do francês:
“Tudo o que o Zidane fazia era um espetáculo. Era um bailarino. Era diferente e eu convivia com ele todos os dias. Ele era um exemplo e sou muito grato pelas muitas vezes que me deu oportunidades de marcar gols”.
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Ao falar de Ronaldo, o tom foi ainda mais de proximidade. Afinal, o ex-lateral criou um lance de amizade com o Fenômeno desde cedo. E exaltou a capacidade do brasileiro de decidir, mesmo quando não estava em sua melhor forma.
“Crescemos juntos, é difícil falar sobre ele. Vi suas alegrias e tristezas com as lesões. Foi melhor jogador de nossa era. Mesmo quando estava um pouco acima do peso, era o melhor.”
Entretanto, Roberto Carlos admitiu que questões fora de campo atrapalharam Ronaldo para ficar em forma: “No futebol, música e festas são as melhores coisas que existem. A vida de um jogador de futebol é curta, e nós aproveitamos ao máximo. Ronaldo sempre teve essa necessidade de comemorar. Prefiro as festas dele às do Ronaldinho”.
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O jogo do Real Madrid que não queria disputar
Sobre Luís Figo, o ídolo do Real Madrid lembra com tristeza os ataques que o português sofria nos clássicos contra o Barcelona. Em especial na primeira vez no Camp Nou após sair do rival para o outro.
“Não gosto de me lembrar do incidente no Camp Nou. Parecia uma guerra, não futebol. Era o jogo que eu queria que terminasse o mais rápido possível. De todos os jogos que já disputei, esse é o único que eu gostaria de não ter jogado. Os torcedores estavam muito agressivos”, recorda Roberto Carlos, que admite ter ficado aliviado quando Figo foi para o Real.
“Parabéns ao Florentino Pérez pela contratação do Figo. Eu não conseguia dormir quando jogava contra o Barça porque o Figo era muito difícil de marcar; foi um grande alívio. Também sou grato a ele por isso”.
