Home Futebol André Dias relata treino na quarentena e traça objetivo com o Juventus: “Subir novamente”

André Dias relata treino na quarentena e traça objetivo com o Juventus: “Subir novamente”

Goleiro fala sobre a sua carreira e os desafios de manter a forma física durante a pandemia

Henrique Santana
Jornalista formado pela Universidade Anhembi Morumbi.

Com o futebol e as demais competições esportivas paralisadas devido a pandemia do novo coronavírus já bate aquela saudade no torcedor de ver seu time jogando novamente. Enquanto a bola não volta a rolar, André Dias, do Juventus, deu detalhes de como têm sido os treinamentos em casa.

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“Desde que começou o isolamento não tenho saído de casa, até porque tenho uma filha pequena e uma esposa que está grávida. Evito ao máximo sair de casa, só para fazer compras e agora a gente até adotou os aplicativos então nem para isso estou saindo. Tenho mantido minha forma física através de alguns exercícios em casa mesmo. Normalmente eu tiro um dia de folga na semana, mas todos os outros dias eu faço atividades físicas”, contou o goleiro.

André Dias não ficou apenas concentrado no futebol ao longo da carreira. Pelo contrário. Ele é formado em Educação Física e, mesmo sem trabalhar na área, isso o ajudou nesse período de pandemia. Os aprendizados foram essenciais para que conseguisse manter o nível físico.

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“Consegui durante a minha carreira fazer também uma graduação de educador físico. Isso me ajuda um pouco. E aí eu tenho também alguns pesos livres, mas a gente fica um pouquinho restrito na parte técnica, quedas e essas coisas porque eu estou treinando só dentro do apartamento. A parte de força eu procuro fazer quase todos os dias”, contou.

O Campeonato Paulista da Série A2 está paralisado desde 15 de março. O Juventus, de André Dias, está em sétimo lugar com 18 pontos, dentro da zona de classificação para o mata-mata da competição. Isso faz com que o goleiro sonhe em subir de divisão, principal objetivo traçado por ele.

“Estamos no meio da Série A2 e o grande objetivo é subir com o Juventus para a primeira divisão novamente. Ainda estamos na fase classificatória, entre os oito classificados à próxima fase, mas tem três jogos então o objetivo inicial é classificar para a segunda fase e depois subir”, completou André Dias.

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São Paulo é o estado mais afetado pela pandemia do novo Coronavírus. Ainda assim, o governo estadual propôs uma flexibilização dividida por fases. Os jogos de futebol aparecem na última, porém há conversas para que a bola volte a rolar. Entretanto, ainda não há uma definição sobre o tema.

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Confira outros tópicos da entrevista com André Dias

Desejo de jogar futebol

“As coisas foram acontecendo naturalmente. Eu jogava no colégio e fui chamado para uma escolinha e depois fui para o futsal. Eu gostava muito de jogar futebol, mas no começo não era pensando profissionalmente, as coisas foram acontecendo aos poucos mesmo”.

Escolha por ser goleiro

“A posição de goleiro aconteceu nessa iniciação no esporte. Eu jogava na linha e teve um jogo que faltou goleiro e eu fui para o gol. Eu era muito pequenininho mas mostrei uma certa coragem que agradou. Então comecei a jogar na posição porque não tinha ninguém no time da escolinha”.

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“No futsal eles procuravam muito um goleiro linha, então como eu tinha um pouco de desenvolvimento com o pé por causa da época que eu jogava na linha isso foi uma das coisas que me ajudou no início.

Categoria de base no Corinthians 

“Eu acho que só me tornei um profissional por todos os anos que eu tive de formação no Corinthians. Foram 12 a 13 anos lá dentro de muitas experiências. O Corinthians na categoria de base é muito competitivo, então a gente vivenciava finais, jogos decisivos, além do aprendizado de técnica e desenvolvimento físico. Isso devo muito ao Corinthians e ao período da categoria de base que eu passei por lá”.

Início no futsal

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Na posição de goleiro você usa bastante coisa do futsal. Hoje até está em ênfase alguns gestos técnicos que eles chamam de X e Y, que os brasileiros estão trazendo da Europa que é um pouco do futsal e um pouco do handebol”. 

“A gente usa muito isso, no futsal eles chamam de esquadro (movimento da defesa com os pés em uma bola meia altura e, ao mesmo tempo, usando as mãos) e no campo estão chamando de X. E o enfrentamento um contra um no futsal também acontece muito e isso deu para levar para o campo”.

Rotina de treinos

“Como todo clube profissional normalmente não temos folgas, a gente trabalha de segunda a sexta e joga no domingo. Tem competições que têm jogos nas quartas e nas terças então temos dois jogos na semana. Aí normalmente se tem jogo no sábado a gente folga no domingo.

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Em períodos preparatórios, a gente geralmente treina em dois turnos e nos períodos de competição cai um pouco o volume dos treinamentos e a gente treina uma vez ao dia só, mas depende muito. Tem dia que é de manhã e tem dia que é a tarde, mas é basicamente isso”.

Cuidados no dia a dia

“Eu acho que um atleta de alto rendimento o treino dele já é muito forte, muito puxado, sempre voltado para o limite. Então estamos sempre no mais alto rendimento físico, técnico e psicológico. Procuro fazer alguns treinos que a gente chama de pré-treino, que é passar na academia para fazer algumas partes de força e potência, porque eu acho que a nossa posição de goleiro requer muito”. 

“O goleiro treina bastante, incessantemente. A gente até brinca que o treino leve para o pessoal de linha para o goleiro nunca é leve, estamos sempre ativos. Mas eu procuro fazer alguns fortalecimentos, principalmente de força e potência através de musculação e levantamento olímpico porque isso dá um pouco de transferência para o momento do jogo”.

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Objetivos futuros

“E pensando mais em plano de carreira, já estou com 30 anos, tive algumas possibilidades de jogar campeonatos brasileiros, mas nenhum de Série A. Joguei a Série B pelo Oeste e a Série C pelo Santo André, e tenho o desejo de no segundo semestre ou para os próximos anos voltar a jogar alguma competição em nível nacional, e não só estadual”.

Conselho a quem quer ser jogador

“Futebol é uma ciência às vezes não muito exata, tem gente que fala de sorte e tem gente que fala de talento. Mas eu procuro sempre analisar as coisas de forma mais “colheu, plantou”. Então quanto mais a molecada se dedicar, treinar e manter o sonho vivo dentro dela maior vai ser a possibilidade de realizá-lo”.

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E uma coisa que eu também acho importante, sou um exemplo vivo disso, se você conseguir dê continuidade à sua vida escolar junto com a vida profissional no futebol. Isso é muito interessante porque você tem novos horizontes em alguns momentos como este que são delicados. E é isso, ter o desejo de chegar ao profissionalismo, e que possa chegar também de forma intelectual trazendo a parte escolar junto.

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