A bocha paralímpica é praticada por atletas com elevado grau de paralisia cerebral ou deficiências severas. A modalidade teve um antecessor nos Jogos Paralímpicos: o lawn bowls, uma espécie de bocha jogada na grama.
A competição atual da bocha em Paralimpíadas, presente no programa desde 1984, consiste em lançar as bolas coloridas o mais perto possível de uma branca (jack). Elas pesam 280 gramas.
A quadra tem 12,5 m de comprimento por 6 m de largura.
O atleta que deixar a bola colorida mais próxima da branca ao final da rodada soma um ponto, aumentando a pontuação a cada outra bola que estiver mais perto da jack que as esferas do adversário.
Os atletas ficam sentados em cadeiras de rodas e limitados a um espaço demarcado para fazer os arremessos. É permitido usar as mãos, os pés e instrumentos de auxílio, além de poder contar com ajudantes – os chamados calheiros – , no caso dos jogadores com maior comprometimento dos membros.
As provas podem ser individuais, em duplas ou por equipes. As disputas individuais e em duplas têm quatro rodadas. Na competição por equipes, são seis. Cada lado (atleta, par ou equipe) lança seis bolas por rodada.
Regras e classes
Na classificação funcional, os atletas são divididos em quatro classes, de acordo com o grau da deficiência e da necessidade de auxílio ou não.
No caso dos atletas com maior grau de comprometimento, é permitido o uso de uma calha para dar mais propulsão à bola. Os tetraplégicos, por exemplo, que não conseguem movimentar os braços ou as pernas, usam uma faixa ou capacete na cabeça com uma agulha na ponta.
O calheiro posiciona a canaleta à sua frente para que ele empurre a bola pelo instrumento com a cabeça.
– Classe BC1 – Opção de auxílio de ajudantes (podem estabilizar ou ajustar a cadeira do jogador e entregar a bola, quando pedido);
– Classe BC2 – Não podem receber assistência;
– Classe BC3 – Deficiências muito severas. Os atletas usam instrumento auxiliar, podendo ser ajudados por outra pessoa;
– Classe BC4 – Outras deficiências severas, mas que não recebem assistência.
A modalidade no Brasil
A bocha paralímpica só apareceu no Brasil na década de 1970.
E foi justamente no lawn bowls, o esporte antecessor, que o Brasil conquistou sua primeira medalha em Jogos: Róbson Sampaio de Almeida e Luiz Carlos “Curtinho” foram prata nos Jogos de Toronto 1976.
Já com o nome de bocha, o Brasil começou a participar da modalidade apenas a partir de Pequim 2008.
Nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, o Brasil encerrou com duas medalhas conquistadas: um ouro nos pares BC3, com Antonio Leme, Evelyn de Oliveira e Evani Soares; e uma prata nos pares BC4, com Eliseu dos Santos, Dirceu Pinto e Marcelo dos Santos.
Atletas brasileiros de Tóquio 2020
Nas Paralimpíadas de Tóquio, o Brasil será representado por 11 atletas, um recorde, e três calheiros.
Os competidores são: Andreza Vitória Ferreira de Oliveira (BC1), Eliseu dos Santos (BC4), Ercileide Laurinda da Silva (BC4), Evani Soares da Silva Calado (BC3), Evelyn Vieira de Oliveira (BC3), Guilherme Germano Moraes (BC1), José Carlos Chagas de Oliveira (BC1), Maciel de Souza Santos (BC2), Marcelo dos Santos (BC4), Mateus Rodrigues Carvalho (BC3) e Natalí Mello de Faria (BC2).
E os três calheiros são Renata Santos da Silva, Roberto Rodrigues Ferreira e Oscar Carvalho.
Maiores vencedores da história
Entre 1984 e 2016, período de disputa da bocha paralímpica, a nação que mais levou medalhas foi a Coreia do Sul, com 22 pódios no total. Foram 9 medalhas de ouro, 6 de prata e 7 de bronze.
Em segundo aparece Portugal, com 8 medalhas de ouro, 10 de prata e 9 de bronze. O Brasil ocupa a terceira colocação no ranking de medalhas, com 6 ouros, 1 prata e 2 bronzes.
O brasileiro Dirceu Pinto é o maior medalhista da história da bocha. Entre 2008 e 2016, ele faturou 5 medalhas, sendo 4 de ouro e 1 de prata.
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