Home Extracampo Por que Juninho Pernambucano é um dos poucos ex-jogadores que se posicionam politicamente?

Por que Juninho Pernambucano é um dos poucos ex-jogadores que se posicionam politicamente?

Juninho completa 45 anos nesta quinta e é um dos que mais se posiciona politicamente entre ex-atletas

Matheus Camargo
Jornalista formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), colaborador do Torcedores.com desde 2016. Radialista na Paiquerê 91,7.

Como um ex-jogador deve se posicionar no momento de maior polarização da política nacional? Deve se manter ao lado do governo? Deve fazer oposição? Ou então deve manter a discrição, como a maioria faz, e não se meter no assunto?

PUBLICIDADE

Você conhece o canal do Torcedores no YouTube? Clique e se inscreva!
Siga o Torcedores também no Instagram

Juninho Pernambucano, aniversariante do dia, ídolo do Vasco e atual gerente de futebol do Lyon, da França, escolheu ser oposição. Além de ser contrário à maioria dos ex-companheiros de campo, que em grande parte demonstram apoio ao governo federal do Brasil, atualmente comandado por Jair Bolsonaro, à direita no espectro político, Juninho também mostra uma personalidade diferente à de outros ex-jogadores.

Enquanto nomes como Marcos, Edmundo, entre outros apoiadores de Bolsonaro, aparecem regularmente em brincadeiras ou situações mais ligadas a “boleiros”, Juninho ganhou fama de “ranzinza” e “revoltado” no mundo da bola.

PUBLICIDADE

Em entrevista recente ao jornal El País, o ídolo do Vasco explicou seu posicionamento político e falou sobre ser um dos poucos ligados à esquerda.

“A carreira do jogador é curta. O futebol exige tanta dedicação que você acaba se alienando. Entendo o atleta que ainda está jogando e prefere não se posicionar. Mas o ex-atleta que tem uma boa qualidade de vida não falar nada sobre a situação do país é inadmissível”, disse Juninho em 2018, poucos meses após deixar o cargo de comentarista da Rede Globo.

O ex-jogador admitiu na mesma entrevista que sua consciência política, como assim define seu posicionamento, se desenvolveu após sua aposentadoria.

Juninho já disse diversas vezes que não aceita que um jogador seja ligado à direita, já que é uma classe que veio de baixo na pirâmide social. Segundo ele, alguns ex-atletas se tornaram gananciosos após o alto poderio financeiro que adquiriram.

PUBLICIDADE

Repulsa à ditadura
Um dos comentários mais fortes de Juninho, também na entrevista ao El País, tocou em um assunto que poucos atletas e ex-atletas comentam: a ditadura civil-militar que o Brasil passou de 1964 a 1985.

O ex-jogador disse que sente repulsa e que não consegue acreditar em apoiadores do sistema que foi responsável por assassinatos e torturas no país durante mais de 20 anos.

“Muitos brasileiros ignoram que outros foram torturados e assassinados na ditadura. É desesperador ver gente apoiando intervenção militar. O Exército existe para defender o país, proteger as fronteiras, não para matar brasileiro na favela”, apontou na ocasião o ex-craque, que disputou a Copa do Mundo de 2006 pela Seleção Brasileira.

Leia mais:
Dupla nacionalidade, discrição e talento: conheça Gabriel Martinelli e entenda por que o jogador se tornou sensação na Europa

PUBLICIDADE