Bom de grupo ou influência negativa? A figura de Bolívar dentro do vestiário do Inter enquanto jogador ganhou outro ponto de vista nesta segunda-feira em entrevista do ex-técnico colorado Dorival Júnior ao Vozes do Gigante, do YouTube, onde fez rasgados elogios à postura do antigo zagueiro até mesmo quando estava no banco.
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Treinador no Beira-Rio em 2010, um ano antes da chegada de Dorival, Jorge Fossati, em entrevista recente ao mesmo canal, chegou a chamar Bolívar de “liderança negativa” para o grupo. O atual comandante do Athletico mostrou ver totalmente o oposto:
“Foi um cara que acabou indo para o banco de reservas e seguia sendo o mesmo líder. O Bolívar reserva tinha a mesma postura do Bolívar titular, incentivando os companheiros e ajudando como podia”, opinou.
Esquema 4-6-0 foi por falta de opção, relembra Dorival
Durante o Brasileirão de 2011, que terminou com o Inter classificado entre os primeiros colocados à Libertadores do ano seguinte, Dorival teve dificuldades no ataque com as lesões e convocações de Leandro Damião e também a irregularidade de Jô.
Havia o então jovem Dellatorre, que, segundo o comandante, tinha dificuldades para atuar de costas e como pivô para os meias. Surgiu, então, o esquema 4-6-0 visto durante jogos como no empate em 0x0 fora de casa contra o São Paulo e na vitória de virada por 4×2 sobre o Avaí, no Beira-Rio.
“Eu perdi o Damião por muitas rodadas e o Jô, que eu gostava muito, seguia oscilando. Contra o São Paulo, lá em Barueri, eu lembro de ter tirado o Dellatorre, porque ele tinha dificuldade de jogar de costas, como pivô. Botei o João Paulo de armador e o D’Alessandro solto na frente. Mesmo sem atacante, tivemos três ou quatro chances claras na frente do goleiro. Depois contra o Avaí eu tomei vaia do Beira-Rio inteiro quando tirei o Jô, mas conseguimos vencer por 4×2. Eram situações específicas daquele momento”, explicou.
Demissão em 2012 e relação com Fernandão
Após perder de 3×1 para o Atlético-MG fora de casa, deixando o Inter em 8° com 16 pontos em 10 rodadas, Dorival Júnior viu o fim da linha no Beira-Rio. Demitido, se surpreendeu dias depois quando o ex-centroavante Fernandão, que exercia o cargo de diretor-técnico, assumiu a sua vaga.
Fernandão e Dorival, mantendo a hierarquia de diretor para treinador, estavam trabalhando juntos desde o segundo semestre de 2011. O treinador garante que não ficou chateado nem magoado com a situação, mas admitiu surpresa.
“A minha relação com o Fernando sempre foi de muita franqueza. Era um cara muito aberto. Todos os assuntos relacionados ao clube eu tratava com ele. Houve surpresa, não imaginava que ele tinha o pensamento de virar treinador. Fui demitido pelo presidente (Giovani Luigi, na época). Ele me chamou e explicou que, na visão da direção, havia ocorrido uma queda brusca de desempenho e resultados”, disse, antes de voltar a falar de Fernandão:
“Não tive mais contato com ele. Você fica constrangido de fazer a ligação. Não teve situação de confronto. Nada disso. Discussão, desencontro, nada. Nem é meu perfil. Eu respeito as decisões tomadas”.
Como treinador, Fernandão não teve o mesmo sucesso dos tempos de jogador e, com problemas de relacionamento no vestiário, foi demitido faltando duas rodadas para o término do Brasileirão de 2012. Já Dorival Júnior treinou o time gaúcho em 63 partidas, com 33 vitórias, 12 derrotas e 18 empates e 61,9% de aproveitamento, ganhando a Recopa Sul-Americana de 2011 e o Gauchão de 2012.
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