Apavorado, Fernando Carvalho voltava ao hotel da concentração colorada no Japão convicto de que o Barcelona faria com o Inter, na final do Mundial, o mesmo que fizera contra o América do México. Em ritmo de treino, o time espanhol liderado por Ronaldinho Gaúcho aplicou 4×0 na semi e dava todas as mostras de que voltaria para a casa com a taça.
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O ex-presidente não tinha a menor dúvida: era preciso fechar o time. Por isso, admite que queria o volante colombiano Fabián Vargas como titular da equipe na vaga do atacante Alexandre Pato, mas foi convencido do contrário quando Fernando e Iarley foram ao seu quarto, na véspera, acalmá-lo.
“Eu queria o Vargas e não o Pato. Mas o Abel, de forma brilhante, tendo assistido dois jogos que o Barcelona perdeu, contra Chelsea e Real Madrid, viu que ambos marcavam a saída de bola. Ela saía do Thiago Motta, com Iniesta, com Deco e o Abel encaixou a marcação contando com a disciplina tática do Fernandão. O Fernandão abriu mão das funções ofensivas, exceto a bola parada”, destacou, ao canal Vozes do Gigante, antes de falar da reunião prévia:
“Queria o Alex jogando na vaga do Fernandão, o Vargas mais atrás e o Fernandão na função do Pato. Mas os jogadores foram no meu quarto no dia anterior para me acalmar. O Fernandão disse que o Motta não iria tocar na bola. Eu não escalava o time, mas tinha minhas opiniões, me manifestava”.
E Carvalho estava equivocado. Com Alex, Fernandão, Iarley e Alexandre Pato desde o início, o time de Abel Braga venceu por 1×0 e cravou a bandeira vermelha no topo do mundo. A trajetória será reexibida neste domingo, 15h45, pela RBSTV.
Ex-presidente pede o perdão da torcida do Inter a Edinho
Titular na citada final do Mundial de 2006 contra o Barcelona, Edinho voltou à pauta da imprensa gaúcha nas últimas semanas a partir do desabafo feito à Rádio Gre-Nal, onde se mostrou profundamente arrependido por ter dito, em 2015, que o 5×0 do Grêmio em cima do Inter, na Arena, pelo Brasileirão, era o “maior título da minha carreira”.
Carvalho colocou como “missão pessoal” recuperar Edinho e convencer os torcedores colorados a perdoá-lo. O ex-dirigente costuma fazer eventos anuais com os campeões de 2006 e diz que vai convidar o volante para os próximos.
“Na época eu disse que nem ele acreditava naquilo que falou. Eu liguei pro Edinho, disse várias coisas pra ele como um pai. E ele reconheceu. Eu disse que tentaria recuperar ele. Hoje já tem outra postura e reconhece que errou. Quando ele vai para o Grêmio, ele só poderia ir se tivesse condições de conquistar coisas importantes. Mas naquele momento ele não conseguiria. Depois daquilo ele já não jogou mais em primeira linha. Um jogador se aproximando dos 30 anos não vale a pena ir e trocar de rival. O Tinga, quando contratamos, tinha 26 pra 27 anos, com fome, querendo títulos e jogando grande futebol. Ele teria que ter tido essa compreensão. E deu essa entrevista infeliz”, lamentou, antes de convocar o “perdão” dos colorados:
“Quando fizer um novo encontro dos campeões, vou trazer ele. Nós temos que perdoar o Edinho, está na nossa história. Mesmo que os colorados tenham essa questão, nós precisamos recuperar ele. Ele foi fundamental contra o Barcelona, contra o São Paulo, deu o passe pro Sobis. Vamos recuperar o Edinho, é uma missão que eu tenho”, concluiu.
Em 2019, Edinho foi rebaixado à Série C jogando pelo Vila Nova, hoje treinado exatamente pelo seu ex-colega de colorado, Bolívar. O volante deixou o clube e, aos 37 anos, buscava uma nova equipe para seguir a carreira antes da parada geral do coronavírus. Após o Grêmio, ainda passou por Coritiba, CSA e Ceará.
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