Home Futebol Neco, Rivellino, Marcelinho, Sócrates e mais: confira doze jogadores considerados “lendas” na história do Corinthians

Neco, Rivellino, Marcelinho, Sócrates e mais: confira doze jogadores considerados “lendas” na história do Corinthians

Entre tantos ídolos que passaram pelo Parque São Jorge, o Torcedores listou doze “grandes lendas” alvinegras e um lendário comandante

Adriano Oliveira
Sou colaborador do Torcedores.com desde 2018, com mais de 3.600 textos publicados, porém escrevo sobre futebol há mais de 15 anos. Mas é claro que a paixão por este esporte começou bem antes disso. Hoje, aos 51 anos de idade, o futebol ainda me faz sentir a mesma coisa que eu sentia aos 10.

Grandes craques fazem parte da rica história do Sport Club Corinthians Paulista desde a noite de 1º de setembro de 1910, quando o clube foi fundado no bairro do Bom Retiro, em São Paulo, sob à luz de um lampião por um pequeno grupo de operários. “O Corinthians vai ser o time do povo e o povo é quem vai fazer o time”, afirmou um dos integrantes da reunião, o alfaiate Miguel Battaglia.

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Sabe aqueles gols que ficaram conhecidos como “com a cara do Corinthians”? Confira uma coleção com dez inesquecíveis lances nos minutos finais das partidas e relembre lances protagonizados por Romarinho, Paulinho, Ralf, Basílio, Ronaldo, entre outros

 

Confira abaixo doze jogadores considerados “lendas” na trajetória do Corinthians, ídolos consagrados e idolatrados pelo “bando de loucos”, que tão bem representaram a tradicional camisa alvinegra nos campos de futebol. E, no final, o maior comandante.

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Rivellino e a “patada atômica”

Após não ser aprovado num teste feito no Palmeiras, Roberto Rivellino acabou ingressando nas categorias de base do Corinthians em 1963. Dois anos depois, fez sua estreia na equipe principal aos 19 anos e logo em seguida foi convocado para servir a seleção brasileira pela primeira vez.

Do futebol de salão, Rivellino herdou a incrível capacidade de driblar em espaços curtos, sendo apontado como o inventor do “elástico”. Jogava como meia ou também pelos lados do campo e seu potente chute com a perna esquerda lhe rendeu o apelido de “patada atômica”. Entrou em campo 474 vezes vestindo a camisa corintiana, com 238 vitórias e 114 gols marcados. Foi titular do Brasil na campanha do tricampeonato mundial na Copa do México em 1970.

Marcelinho, o “Pé de Anjo”

Revelado pelo Flamengo, Marcelinho estreou com a camisa do Corinthians em 1994 e se tornou uma das “lendas” na história do clube após 433 jogos disputados e 206 gols marcados, muitos deles decisivos, como por exemplo nas duas vezes sobre o Grêmio pela decisão da Copa do Brasil de 1995 e também no Paulistão do mesmo ano, quando balançou as redes nas duas partidas das finais contra o arquirrival Palmeiras, ou ainda pelo Brasileirão de 1998, ao marcar em todos os três jogos decisivos diante do Cruzeiro.

Exímio cobrador de faltas, em suas três passagens pelo clube o atacante conquistou oito títulos: quatro estaduais, uma Copa do Brasil, dois Campeonatos Brasileiros e um Mundial de Clubes em 2000. O golaço feito por ele contra o Santos em plena Vila Belmiro, pelo Paulistão de 1996, foi eleito pelos torcedores em pesquisa do site “GloboEsporte.com” como o mais bonito da história do Corinthians e, na época, lhe rendeu uma placa no estádio santista oferecida por Pelé, o Rei do Futebol.

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Basílio, o “escolhido”

João Roberto Basílio é uma lenda corintiana. Afinal, de seus pés saiu o gol mais comemorado de toda a história do Corinthians. E ele chegou ao Parque São Jorge em 1975 já com uma tarefa nada fácil: seria o substituto de Roberto Rivellino, que havia se transferido para o Fluminense. Dali em diante, disputou 253 partidas com a camisa do Timão e anotou 29 gols, um deles simplesmente inesquecível para a fiel torcida.

Segundo o próprio Basílio, seu histórico gol marcado contra a Ponte Preta, pela decisão do Campeonato Paulista de 1977, o fez sentir-se “um escolhido”, já que antes de sua finalização a bola havia sobrado para Wladimir e Vaguinho. E tudo aconteceu na noite do dia 13 de maio, diante de quase 87 mil torcedores enlouquecidos no estádio do Morumbi.

O jogo estava tenso e disputado. Até que, aos 36 minutos do segundo tempo, Zé Maria bate falta no lado direito. A bola atravessa a área e chega a Vaguinho, que chuta e acerta o travessão do goleiro Carlos. Ela volta e Wladimir cabeceia, mas o zagueiro Oscar tira quase em cima da linha do gol. No rebote, Basílio “enche o pé” e estufa as redes. Corinthians 1 x 0. Dez minutos depois, o árbitro Dulcídio Wanderley Boschillia encerra o jogo.

A torcida corintiana invade o gramado. Depois de 23 anos sem títulos, o Corinthians era campeão paulista de 1977. Fim do jejum e do sofrimento. Com gol de Basílio, o “redentor da Fiel”, o “escolhido” por Deus.

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Wladimir, a lenda na lateral

Poucos jogadores na história do futebol possuem tamanha identificação com clube e torcida igual a Wladimir. Maior lateral da história do Corinthians, é também o jogador que mais vezes vestiu a camisa alvinegra com 805 partidas disputadas e 32 gols assinalados. Conquistou quatro títulos estaduais, em 1977, 1979, 1982 e 1983.

“Sou o que mais vestiu a camisa do Corinthians e tive sempre sintonia com a nação corintiana. No clube, aprendi o que era vida. Uma verdadeira escola”, declarou certa vez o ex-jogador, revelado nas categorias de base do Timão. Wladimir fez sua estreia no time principal em 1973 e foi o dono da camisa 4 até 1985, participou da campanha do histórico título paulista de 1977 e também foi um dos líderes da “Democracia Corintiana” nos anos 80 ao lado de Sócrates e Casagrande.

Zé Maria, o “Super Zé” da Fiel

“No Corinthians eu jogo até de graça”. Essa foi apenas uma das muitas declarações de amor feitas ao Timão pelo lendário Zé Maria ao longo de seus 598 jogos disputados e 17 gols marcados com a camisa alvinegra. O “Super Zé” chegou ao Parque São Jorge em 1970, vindo da Portuguesa de Desportos, e rapidamente caiu nas graças da fiel torcida e se tornou símbolo da raça corintiana.

Permaneceu por 13 temporadas no Corinthians, também fez parte da “Democracia Corintiana” e, ao se aposentar dos gramados, foi eleito pelos companheiros para ser o treinador da equipe. “Estão tirando um pedaço de mim”, disse o “Super Zé” no jogo de sua despedida do clube.

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Neco, a primeira lenda alvinegra

Neco iniciou sua carreira no Corinthians um ano após a fundação do clube, em 1911. Três anos depois, conquistou seu primeiro título, o Campeonato Paulista de 1914, sendo o artilheiro da competição com 12 gols. Voltou a levantar o troféu estadual pelo Timão em 1922, 1923, 1924, 1928 e 1930. Entrou em campo 296 vezes vestindo a camisa alvinegra e marcou 238 gols, o que lhe confere a excelente média de 0,8 tentos por partida.

O craque foi o primeiro atleta do Corinthians a jogar na seleção brasileira e atuou como titular nos 14 jogos da campanha que culminou com a conquista do Torneio Sul-Americano de 1919 (atual Copa América), assinalando nove gols. Também foi o primeiro jogador a ter um busto em sua homenagem no Parque São Jorge. Faleceu em maio de 1977 aos 82 anos.

A “segunda pele” de Teleco

O paranaense Uriel Fernandes, bem mais conhecido por Teleco, é seguramente uma das “lendas” corintianas e brilhou vestindo a camisa alvinegra na década de 30. Defendeu o clube em 249 partidas e balançou as redes 256 vezes, se tornando o terceiro maior goleador do Timão e dono de uma das maiores médias de gols da história do futebol: 1,02 tentos por jogo, uma marca praticamente insuperável e que nem Pelé conseguiu bater.

Conquistou quatro títulos do Campeonato Paulista e foi artilheiro do torneio em cinco oportunidades. A dedicação de Teleco ao Corinthians foi tão grande que, após se aposentar dos gramados, passou a ser funcionário do clube e cuidou da galeria de troféus até seu falecimento, em julho de 2000 aos 86 anos de idade.

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Sócrates, o doutor da bola

Sócrates Brasileiro Sampaio de Sousa Vieira de Oliveira. Ou simplesmente Magrão. Ou doutor Sócrates. Mas, de forma incontestável, uma das grandes “lendas” da história do Corinthians e um dos ícones do futebol brasileiro. Vestiu a camisa do Timão em 298 oportunidades com 172 gols marcados e foi campeão paulista em 1979, 1982 e 1983.

Formado médico em 1977, Sócrates era um “doutor da bola”. Meia talentoso e inteligente, foi capitão da seleção brasileira que encantou o mundo na Copa da Espanha de 1982. Politizado e líder dentro e fora de campo, batalhou pela redemocratização do Brasil como um dos principais personagens da “Democracia Corintiana” no início dos anos 80.

O torcedor jamais esquecerá de seus passes precisos, dos lançamentos certeiros, dos toques de calcanhar e da emblemática comemoração depois de cada gol: o braço esticado ao alto, os punhos cerrados e o semblante compenetrado. As vezes, um sorriso disfarçado pela indignação com as coisas de seu país. Faleceu em 4 de dezembro de 2011 aos 57 anos, no mesmo dia em que o Corinthians conquistou o pentacampeonato brasileiro após um empate sem gols com o Palmeiras.

“Defendeeeeu, Ronaldo!”

Lenda no gol do Corinthians, Ronaldo Giovanelli defendeu a meta alvinegra por dez temporadas em 602 partidas e conquistou os títulos do Campeonato Paulista em 1988, 1995 e 1997, do Campeonato Brasileiro em 1990 e da Copa do Brasil em 1995.

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Revelado nas categorias de base do Timão, Ronaldo ocupou o posto de titular após a contusão de Carlos, goleiro consagrado no clube, e fez sua estreia num clássico contra o rival São Paulo, onde se destacou defendendo uma cobrança de pênalti.

Dono de um reflexo apurado e muito ágil, é considerado por muitos torcedores como o melhor jogador da posição em toda a história do clube e, ao lado de Neto, foi protagonista na memorável campanha do então inédito título do Campeonato Brasileiro em 1990. Só fica atrás de Luizinho e Wladimir em número de jogos com a camisa corintiana.

Neto, o “Xodó da Fiel”

Mais uma “lenda corintiana” e um dos grandes destaques na campanha do título do Campeonato Brasileiro de 1990, o primeiro conquistado pelo clube. Naquela competição, o “Xodó da Fiel”, como é chamado carinhosamente pelos torcedores, anotou nove gols. Também foi campeão paulista pelo clube em 1997.

Revelado pelo Guarani, José Ferreira Neto atuou pelos rivais São Paulo e Palmeiras antes de chegar ao Parque São Jorge em 1989, onde disputou 228 jogos e balançou as redes 80 vezes, muitas delas em cobranças de falta, uma de suas especialidades.

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Seu gênio “explosivo” e temperamental o atrapalhou nas convocações para a seleção brasileira, mesmo sendo decisivo e um dos jogadores mais importantes do Corinthians e do futebol no Brasil no início dos anos 90, além de marcar muitos gols. Ganhou da revista “Placar” o prêmio “Bola de Prata” pela participação destacada no Campeonato Brasileiro de 1991.

Zenon, o camisa 10 “regente”

Após se destacar pelo Guarani na conquista do Campeonato Brasileiro de 1978, o talentoso meia Zenon se transferiu para o Al-Helal, mas ficou pouco tempo no futebol árabe. O folclórico Vicente Matheus, então presidente do Corinthians, tratou de viajar pessoalmente para o Oriente Médio para contratá-lo. E conseguiu.

O habilidoso jogador, reconhecido pela maestria na articulação de jogadas no meio de campo, estreou com a camisa corintiana em 1981 e ficou no Parque São Jorge até 1986, onde disputou 304 partidas e marcou 60 gols. Ao lado de Solito, Wladimir, Sócrates, Casagrande, Biro-Biro e Ataliba, conquistou o bicampeonato paulista de 1982 e 1983, além de também participar do movimento “Democracia Corintiana”.

“Volta Casão… seu lugar é no Timão!!”

Walter Casagrande Júnior, o Casagrande, foi revelado nas categorias de base do Corinthians e rapidamente chegou ao elenco profissional do clube. Por desentendimentos com o então técnico Oswaldo Brandão, acabou sendo emprestado com apenas 18 anos de idade à Caldense, equipe pela qual disputou o Campeonato Mineiro de 1981. No ano seguinte, retornou ao Parque São Jorge e, logo em seu primeiro clássico, anotou três gols na vitória do Timão sobre o Palmeiras.

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Casão viveu os melhores momentos de sua carreira atuando no Corinthians ao lado de Zenon, Wladimir, Biro-Biro e Sócrates, onde também participou ativamente da “Democracia Corintiana” e conquistou o bicampeonato paulista em 1982 (sendo o artilheiro com 28 gols) e 1983.

Depois de passar um longo período no futebol europeu, Casagrande retornou ao Brasil em 1993 para defender o Flamengo. E um fato inusitado aconteceu justamente no confronto do time carioca diante do Corinthians, pelo Campeonato Brasileiro. Nas arquibancadas do Pacaembu, ao invés de vaias, a torcida corintiana homenageou o ídolo entoando cânticos como “Volta Casão… seu lugar é no Timão” e “Doutor, eu não me engano, o Casagrande é corintiano”.

Pouco tempo depois, a diretoria alvinegra anunciaria Casagrande como novo jogador do Corinthians, em passagem que pôs fim ao ciclo no clube que o revelou, entrando em campo 256 vezes e marcando 103 gols. Atualmente é comentarista esportivo nos canais do Grupo Globo.

Doze lendas e… Tite, o lendário comandante

Oswaldo Brandão foi importante e sempre muito querido no Parque São Jorge, o treinador campeão do Torneio IV Centenário em 1954 e do Campeonato Paulista de 1977, que encerrou o jejum de 23 anos. Outro professor que também marcou seu nome no clube foi o italiano Mário Travaglini, o técnico da “Democracia Corintiana”.

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Mas o gaúcho Adenor Leonardo Bachi, ou simplesmente Tite, é sem dúvida o maior treinador da história do Corinthians. Foi o comandante em 378 jogos e conquistou dois Campeonatos Brasileiros (2011 e 2015), uma Recopa Sul-Americana (2013), um Campeonato Paulista (2013), uma Copa Libertadores da América e um Mundial de Clubes (ambos em 2012).

Tite é o segundo técnico do Corinthians com mais duelos na beira do campo (só fica atrás de Oswaldo Brandão com 439 partidas), o que possui o maior número de vitórias e o mais carismático. Encerrou sua terceira passagem pelo Timão em junho de 2016 para assumir a seleção brasileira.

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