Home Futebol Como limitação de técnicos afetaria a edição de 2020 do Brasileirão

Como limitação de técnicos afetaria a edição de 2020 do Brasileirão

Mudança foi aprovada para a próxima edição do Brasileirão. Se fosse utilizada em 2020, teria time da Série A com técnico interino durante todo o segundo turno da competição

Rafael Alves
Colaborador do Torcedores

O Campeonato Brasileiro terá uma mudança importante para a edição de 2021. Os clubes da Série A aprovaram a limitação de demissões de treinadores para a nova temporada da competição. Caso demita dois técnicos, o clube não poderá contratar mais nenhum profissional. O mesmo acontecerá com os comandantes, que não poderão assumir alguma equipe do Brasileirão caso peça para sair duas vezes.

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“O clube começará o Brasileirão com um técnico inscrito e, caso demita este treinador, poderá inscrever apenas mais um técnico. Em caso de segunda demissão, o profissional substituto tem que estar trabalhando no clube há pelo menos seis meses. Em caso de pedido de demissão por parte do treinador, o clube não sofrerá limitação para inscrever um novo técnico“, explica a CBF.

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“O técnico, uma vez inscrito no Brasileirão por um clube, só poderá se demitir uma vez, caso queira treinar outra equipe que dispute a competição. Se pedir demissão novamente, ele não poderá ser inscrito por outro time. Se for demitido pelo clube, o técnico não sofrerá nenhum tipo de limitação quanto à sua contratação por um novo time“, concluiu a nota oficial.

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Mas como isso afetará as decisões tomadas pelos dirigentes no Brasileirão de 2021? O Torcedores analisou as demissões que aconteceram na temporada de 2020 e pontuou como essa limitação poderia afetar os clubes da Série A.

Dos 20 clubes do Brasileirão, apenas dois não trocaram de técnicos durante o campeonato: Grêmio (com Renato Gaúcho) e Ceará (com Guto Ferreira). Foram 26 trocas de técnicos, sendo ainda 15 no primeiro turno e 11 no segundo. Além disso, 6 delas aconteceram antes da 10ª rodada da competição.

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Entre os técnicos, foram 25 técnicos diferentes e apenas 6 pediram para sair:

  • Vagner Mancini deixou o Atlético-GO para assumir o comando do Corinthians na 15ª rodada
  • Rogério Ceni deixou o Fortaleza para assumir o comando do Flamengo na 14ª rodada na 20ª rodada
  • Eduardo Coudet deixou o Internacional para assumir o Celta de Vigo, da Espanha, na 20ª rodada
  • Odair Helmann deixou o Fluminense para assumir o Al-Wasl, dos Emirados Árabes, na 24ª rodada
  • Cuca deixou o Santos por motivos pessoais na 37ª rodada
  • Sampaoli deixou o Atlético-MG para assumir o Olympique de Marseille, da França, na 37ª rodada

Vanderlei Luxemburgo foi o único treinador que trabalhou em duas equipes do Brasileirão sem pedir demissão em nenhum caso. O técnico foi despedido pelo Palmeiras na 16ª rodada do campeonato. Mais para o fim, após a saída de Ricardo Sá Pinto, o experiente profissional assumiu o Vasco da Gama para tentar livrar o time do rebaixamento – que acabou não dando certo – e deixou o clube após o fim do Brasileirão.

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No novo regulamento da CBF, se fosse demitido rodadas antes, Vanderlei Luxemburgo ainda poderia assumir qualquer outra equipe do Campeonato Brasileiro mesmo sendo despedido duas vezes. O comandante não pediu para sair em nenhum caso, o que não impacta na limitação de demissões neste ano. Por outro lado, o Vasco não poderia contratá-lo por ter demitido Ramon e Sá Pinto antes, e teria que jogar 11 partidas com comandante interino.

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Dois clubes jogariam o 2º turno com interino

Rebaixados à segunda divisão do Brasileirão, Botafogo (4) e Coritiba (3) foram as equipes que mais trocaram de treinadores durante a última edição do Brasileirão. O time paranaense foi, junto com o Goiás, o primeiro a demitir um comandante: Eduardo Barroca, na 4ª rodada. A equipe ainda demitiu Jorginho e Rodrigo Santana durante a competição.

Do outro lado, a equipe carioca iniciou o Brasileirão com Paulo Autuori, demitido na 12ª rodada. O clube efetivou Bruno Lazaroni, que aguentou apenas mais 6 partidas no campeonato. Román Díaz, então, nem chegou a comandar o Botafogo e foi demitido após caso de Covid-19. No fim, já rebaixado, o clube do Rio de Janeiro definiu a saída de Eduardo Barroca.

Como demitiram dois treinadores no primeiro turno, Botafogo e Coritiba não poderiam contratar mais nenhum comandante para o segundo turno. A limitação de demissões pode impactar nas equipes que brigam para sair da zona de rebaixamento. Trocas no início da competição afetará todo o trabalho durante o Brasileirão.

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Flamengo seria “obrigado” a dar tempo de trabalho a Ceni

O Flamengo foi o campeão do Brasileirão de 2020 sob o comando de Rogério Ceni. Porém, semanas antes, o técnico estava sendo criticado pela torcida rubro-negra, que chegaram a pedir a saída do comandante. Como já havia despedido o catalão Domenec Torrent, o clube carioca não poderia contratar outro técnico se demitisse o ex-goleiro e seria “obrigado” a manter o comandante no cargo – o que acabou acontecendo e levando ao título nacional.