A entrevista coletiva do técnico Abel Ferreira após a estreia do Palmeiras no Campeonato Brasileiro, com derrota para o Flamengo, no Maracanã, segue rendendo. Na última segunda-feira, durante o programa ‘Linha de Passe’, da ESPN Brasil, o comentarista Gian Oddi concordou com o comandante português sobre o fato da imprensa ser sensacionalista.
“Uma coisa são os questionamentos que a gente pode e deve fazer ao Abel Ferreira em relação a tudo: por não conseguir jogar contra equipes muito fechadas, não conseguir propor o jogo e não tomar iniciativa. Esses sãos os questionamentos do ponto de vista tático. As críticas, e aí eu acho que são críticas com relação ao comportamento dele à beira do campo, essas pra mim são necessárias. Elas têm que acontecer e continuar acontecendo”, iniciou o jornalista.
“Mas a gente não pode, por conta da legitimidade desses questionamentos e dessas críticas, ignorar a parte que diz respeito a gente. Eu acho que é uma parte indiscutível. Existe, sim, muito sensacionalismo na imprensa esportiva brasileira. Se é maior, menor ou igual a de Portugal, eu não sei. Mas é muito. Está atingindo níveis realmente insuportáveis. Eu me incomodo com isso toda semana. Eu me incomodo com a nossa profissão. A gente vive uma ditadura da contundência. É preciso ser contundente o tempo todo, com assuntos, com temas ou com derrotas que você deveria entender que fazem parte do futebol. Eu entendo completamente [o desabafo do Abel Ferreira]. Não é só o Abel que se incomoda com isso. É claro que isso vai mudando de acordo com os momentos que os técnicos vão vivendo. (…) A gente precisa olhar um pouco para o nosso próprio umbigo. A contundência em relação aos erros dos outros são muito grande, mas olhar para nossas próprias falhas tem acontecido muito pouco”, completou.
Gian Oddi concorda com Abel Ferreira e fala que a imprensa é sensacionalista sim. pic.twitter.com/vFsHc0D1TT
— Marcelo ⓟ (@M1ARCELO) June 1, 2021
Imprensa sensacionalista:
No último domingo, Abel Ferreira desabafou sobre o relacionamento com a imprensa brasileira. “O que eu sinto é que o português de Portugal é diferente daqui. Depois do jogo contra o São Paulo, dei parabéns ao São Paulo, à equipe técnica, aos jogadores, mas ninguém passou isso. Cortaram e passaram. O meu português é diferente. Tenho que falar mais devagar, porque recebem mal.”
“(…) Procuro seguir meu trabalho. Na última entrevista disse que estou em um grande clube, com grandes jogadores, oferecem todas as condições para triunfarmos, mas tenho pena que vocês aqui, ou alguma imprensa, já que não posso colocar todos no mesmo saco… Alguns são sérios e verdadeiros e passam a mensagem correta de tudo aquilo que digo. (…) Eu sei que para termos cliques na página, no blog, no programa de televisão, tem que ser sensacionalista, dramático, mas vem tudo no contexto dessa pergunta, se eu estava chateado com as críticas ou futebol brasileiro. Disse que não, sou melhor treinador hoje, mais valorizado, mas sou a mesma pessoa. Vou continuar a fazer o nosso trabalho”, acrescentou.
