Home Esportes Olímpicos Cerimônia de abertura das Paralimpíadas tem cores, luzes e muita festa

Cerimônia de abertura das Paralimpíadas tem cores, luzes e muita festa

Competições esportivas começam na noite desta terça-feira, com natação e gaolball

Fernando Cesarotti
Jornalista, professor universitário e fã ardoroso de qualquer esporte. Autor do OlimpCast, podcast sobre esportes olímpicos.

Uma cerimônia com muitas cores e festa marcou a abertura dos Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020, na manhã desta terça-feira. A ideia da cerimônia foi apresentar um “paraporto”, um seja, um aeroporto adaptado, de onde saíam os “voos”. O vento, desta forma, foi um dos símbolos apresentados.

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Uma apresentação de dança foi seguida pela entrada da bandeira japonesa, carregada por ex-atletas e representantes dos profissionais da saúde. Depois, foi executado o Hino Nacional do país-sede.

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Após mais uma série de apresentações teatrais, foram introduzidos os Agitos, símbolo do movimento paralímpico. Cada um dos três elementos que formam o símbolo chegou flutuando por uma entrada do estádio até se juntarem ao centro.

Desfile de abertura

Depois de uma nova série de apresentações, começou o desfile das delegações. A primeira a entrar foi a equipe de refugiados, formada por seis atletas de diferentes lugares do mundo. Um dos destaques foi a bandeira do Afeganistão, carregada por uma atleta que vive no Irã, uma vez que o país não conseguiu enviar sua delegação após a tomada do poder no país pelo Taliban.

Assim como na abertura das Olimpíadas, os países foram instruídos a reduzir suas delegações por causa da pandemia. Durante a entrada, pela ordem alfabética japonesa, cada delegação era recebida por um jogo de luzes diferente. À medida que elas ocupavam o centro do estádio, o tablado se assemelhava a uma sala de embarque.

O Brasil entrou já nos momentos finais, com o corredor Petrucio Ferreira e a jogadora de bocha Evelyn  de Oliveira.  Estados Unidos e França, próximas sedes olímpicas e paralímpicas, foram as últimas a entrar antes dos anfitriões do Japão, que fecharam o desfile.

Mais teatro

Na sequência da cerimônia de abertura das Paralimpíadas, uma atriz de 13 anos, sobre cadeira de rodas, simbolizou a “Monoasa”, personagem que recupera a alegria depois de conhecer outros “aviões”. Estes, por sua vez, eram representados por pessoas com outras deficiências.

A ideia desse bloco foi mostrar a possiblidade de convivência e de inclusão social das pessoas com deficiência. Ao fim, a Monoasa se mostrava pronta para esse processo.

Discursos

Depois disso, a sequência da cerimônia de abertura teve a presidente do Comitê Organizador de Tóquio-2020, Seiko Hashimoto, fez um discurso em japonês. Ela deu as boas vindas aos participantes e dirigentes, além de agradecer ao governo do país pelo auxílio.

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“Nossa sociedade trabalhou junta para promover mudanças profundas e construir uma sociedade em que todos sejam livres para viver como são”, discursou. Prometeu ainda garantir a segurança sanitária de todos os participantes, em meio à pandemia de covid-19.

A fala seguinte foi do presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês), o brasileiro Andrew Parsons. Ele agradeceu aos japoneses e aos dirigentes esportivos do mundo topo pela perseverança em relação à organização das Paralimpíadas. “Mal posso acreditar que finalmente estamos aqui.”

Ele aproveitou para destacar a campanha #WeThe15, criada pelo IPC em parceria com outras entidades. O objetivo é aumentar a visibilidade das pessoas com deficiência, que somam 15% da população mundial, ou cerca de 1,2 bilhão de pessoas. “A diferença é uma força, e não uma fraqueza, e a sociedade deve garantir oportunidades para todos.”

Declaração de abertura

Numa breve fala, o imperador japonês Naruhito fez a abertura oficial da competição, como havia realizado um mês atras na abertura das Paralimpíadas. Em seguida, foi introduzida a bandeira paralímpica, branca com a presença dos Agitos.

Atletas paralímpicos de todos os continentes levaram a bandeira, ao som de uma banda formada por músicos com deficiência. Depois, ela foi entregue a trabalhadores essenciais de Tóquio e depois para militares, representando a participação do povo japonês.

Em seguida, foi realizado o juramento de atletas, árbitros e técnicos. E então a personagem Monoasa voltou, acompanhada de uma banda e mostrando muita alegria – após a percepção de que ela pode, enfim, voar sem limites para sua inclusão.

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O fogo

O último momento da cerimônia de abertura das Paralimpíadas foi o acendimento da pira. As tochas com o fogo foram carregadas em grupos de três pessoas. O fogo paralímpico chegou ao Japão no início do mês, vindo de Stoke-Mandeville, na Inglaterra, o berço do esporte adaptado.

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Três ex-atletas entraram no campo do Estádio Olímpico: Kuniko Obinata, dona de dez medalhas em Paralimpíaas de Inverno; Masahiko Takeuchi, veterano da segunda Paralimpíada, em 1964, a primeira realizada em Tóquio; e Mayumi Narita, nadadora com 25 medalhas paralímpicas, sendo 20 de ouro.

Em seguida, passaram o fogo a três profissionais de saúde, que o passaram enfim a três atletas que competirão em Tóquio: Yui Kamiji (tênis sobre cadeira de rodas), Shunsuke Uchida (bocha) e Karin Morisaki (halterofilismo). Ao mesmo tempo, os três acenderam a pira. Luzes e fogos na marquise do estádio marcaram, então, o encerramento da cerimônia.

As competições dos Jogos Paralímpicos começam na noite desta terça-feira, manhã de quarta no horário japonês.

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