Home Futebol Em carta de despedida ao Inter, Herrmann faz elogios ao elenco e critica influência das redes sociais no clube

Em carta de despedida ao Inter, Herrmann faz elogios ao elenco e critica influência das redes sociais no clube

João Patrício Herrmann deixou oficialmente o cargo de vice-presidente de futebol do Inter nesta semana

Eduardo Caspary
Jornalista formado pela PUCRS em agosto de 2014. Dupla Gre-Nal.

Pressionado e cobrado pela torcida cada vez mais nas últimas semanas, João Patrício Herrmann tomou a decisão de pedir o desligamento do cargo de vice-presidente de futebol do Inter nesta segunda-feira. A saída foi sacramentada com uma longa carta de despedida fazendo um balanço do trabalho e mantendo elogios ao elenco de jogadores.

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Herrmann, no entanto, admitiu que os resultados de campo não estão sendo o esperado e pediu uma união maior do clube, em todas as esferas, para que o Inter volte a entrar em rota de “crescimento”. A direção ainda não anunciou quem será o seu substituto, e nomes como Felipe Becker, Felipe de Oliveira e Flavio Ordoque são cotados.

Leia a carta escrita por João Patrício Herrmann:

“Comunico a V.S.ª o meu desligamento do cargo de vice-presidente de futebol do Sport Club Internacional, que venho ocupando desde 04 de janeiro de 2021.

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Desde já, agradeço muito pela confiança deste órgão e dos demais companheiros de diretoria. Estou consciente que neste período seguimos o Plano de Gestão apresentado na última eleição com transparência, lealdade e cuidados em garantir os interesses do Clube.

Assumi em um momento de desequilíbrio político muito grande, em meio a um Campeonato Brasileiro em que estivemos muito próximos de uma conquista que mudaria nosso patamar. Infelizmente, não aconteceu, e ajustes foram feitos com a responsabilidade de sempre estar buscando um Clube sustentável como é necessário neste momento. Nunca pensando em destruir, e sim somar, pois o Inter é uma continuidade e não tem donos.

Hoje, praticamente já vendemos a meta estabelecida por orçamento para o Clube em 2021. Nós também iniciamos reformas da estrutura na base, somando ao conceito “o Inter pode mais”. Adicionando a isso a grande desoneração na folha de pagamento dos atletas (mais de 60 saídas entre vendas, empréstimos e fim de contrato). Ações que nos darão fôlego e tempo para termos uma linha de sucessão no Clube através de procedimentos mais modernos.

Investimos muito em gestão de pessoas, buscando novos profissionais que se somaram aos que já estão no Clube para implementarmos processos firmes que nos possibilitem também um melhor aproveitamento da ciência de dados, sem nunca esquecer que passamos uma crise econômica e financeira histórica, e que deve ser enfrentada, e está sendo, o que é muito importante para garantir a sobrevivência do Clube.

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Infelizmente, os resultados de curto prazo não estão acontecendo por detalhes a serem corrigidos, mas fica aqui a minha confiança que estamos fazendo muito bem no médio e longo prazo, fazendo com que logo estes resultados cheguem.

Me retiro do cargo com a ideia de que possuímos um elenco equilibrado, com atletas que já vestiram camisa de seleção, tanto na base quanto profissional, e que tem muita qualidade individual, assim como capacidade de reação. Nossa comissão técnica e todos os demais funcionários são de extrema competência e dedicação ao Clube. Este reconhecimento deve ser estendido aos profissionais da base e futebol feminino.

Por fim, deixo um agradecimento especial aos profissionais da VP de Futebol que seguem em busca do cumprimento daquilo estabelecido pelo CG que é o equilíbrio financeiro através de uma gestão profissional que busca um modelo de governança compartilhada.

Com muito tempo de Clube, convido todos a refletir: O que queremos de nosso Inter e aonde queremos chegar? Pois os constantes protestos, ilações sobre pessoas e manifestações políticas de uma eleição que não acabou só nos deixem reféns de alguns interessados em que nada dê certo no Clube. O Clube é de todos e não pode ser refém de redes sociais, torcedores de interesses próprios, sindicatos, corporações, movimentos políticos e oportunistas. Se me permitem uma sugestão, somente a união dos colorados nos colocará novamente em uma curva de crescimento.

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Dias atrás, li que sou conservador. Confesso que não entendi bem, pois não sou refém de rótulos, mas se defender o Internacional e seu patrimônio é isto, eu sempre serei conservador e defensor do Sport Club Internacional.”

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