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Especial Paulo Sousa: Saiba tudo sobre o novo técnico do Flamengo

Paulo Sousa acertou contrato de dois anos com o Flamengo no último domingo e foi anunciado oficialmente nesta quarta-feira

Fabrício Carvalho
Jornalista formado / Rio de Janeiro. Redator de notícias, artigos e relatos sobre futebol nacional e internacional

O Flamengo anunciou nesta quarta-feira (29) a contratação de Paulo Sousa como novo técnico do rubro-negro carioca para as temporadas 2022 e 2023. O técnico rescindiu contrato com a Polônia.

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Tudo indicava que os dirigentes do rubro-negro carioca contratariam Jorge Jesus que era visto como prioridade para o próximo ano, mas o Benfica acabou dificultando as negociações e o pagamento da multa rescisória ficou inviável para os planos do Flamengo. Poucos dias depois, Jesus deixou o Benfica em comum acordo, mas a diretoria do Flamengo não voltou atrás na decisão.

Com isso, a diretoria rubro-negra acabou apostando em uma proposta ao técnico português Paulo Sousa, que havia recebido proposta do Internacional e estava encaminhado com o Colorado até o Flamengo enviar uma proposta oficial e receber acertar na madrugada do último domingo.

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Para deixar o torcedor do Flamengo muito bem informado, o Torcedores.com resolveu fazer um verdadeiro Raio-X sobre o novo treinador rubro-negro que terá missões complicadas em tentar colocar o “Malvadão” de volta ao topo do futebol brasileiro e sul-americano.

 

Perfil como jogador profissional

PRINCIPAIS EQUIPES
Time PERÍODO JOGOS GOLS
Benfica 1989-1993 86 1
Sporting 1993-1994 31 2
Juventus 1994-1996 54 1
Borussia Dortmund 1996-1997 27 1
Inter de Milão 1997-2000 31 0
Espanyol 2002 9 0

Paulo Manuel Carvalho de Sousa nasceu em 30 de agosto de 1970 na cidade portuguesa de Viseu. Antes de ser treinador, foi jogador profissional onde atuou por Benfica e Sporting como meia defensivo em 117 partidas, sendo comparado diversas vezes à Paulo Roberto Falcão pelo seu estilo de jogo.

Mas a principal parte de sua carreira foi na Itália e na Alemanha, onde conseguiu conquistar a Champions League pela Juventus e pelo Borussia Dortmund, onde também foi campeão da Copa Intercontinental.

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Porém, sua carreira como jogador foi abreviada na reta final devido à diversas lesões. Paulo Sousa também atuou por Inter de Milão, Parma (empréstimo), Panathinaikos e encerrou sua carreira como jogador em 2002 pelo Espanyol.

Na seleção portuguesa, fez parte da “geração de ouro” na equipe de 2002 que jogou a Copa do Mundo, além de ter participado de dois torneios da Eurocopa. A carreira como técnico surgiu no final dos anos 2000

 

Histórico como técnico profissional nos clubes

A carreira de Paulo Sousa como técnico começou oficialmente em 2008 sendo auxiliar técnico da seleção sub-16 de Portugal. Depois, virou assistente da seleção principal que era comandada por Carlos Queiroz.

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Em novembro de 2008, iniciou sua carreira como técnico no Queens Park Rangers, que estava disputando a Championship. No entanto, foi demitido na reta final da temporada em abril de 2019 por ter divulgado informações confidenciais do clube à imprensa sem a permissão da diretoria.

No dia 23 de junho, ganhou sua segunda chance no futebol inglês e foi contratado pelo Swansea City para substituir Roberto Martinez. E desta vez o roteiro foi bem diferente pois Paulo Sousa conseguiu o melhor resultado do clube em 27 anos, mas ainda assim foi insuficiente para conseguir uma vaga nos playoffs. Após o fim da temporada, deixou o Swansea em comum acordo.

Na sua terceira passagem pelo futebol inglês, Sousa assumiu o Leicester em 7 de julho de 2010, uma aposta do dono Milan Mandarić. No entanto, acabou sendo demitido com apenas três meses no cargo devido ao início negativo com uma vitória em nove jogos.

Sem conseguir mais um trabalho no futebol inglês, acabou sendo contratado pelo Videoton FC em maio de 2011, equipe recém-campeã do Campeonato Húngaro. A estreia ocorreu nos playoffs da Champions League, mas a equipe foi eliminada pelo SK Strum Graz por 4-3 no agregado.

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Apesar de ter sido contratado por três anos, acabou deixando a equipe em janeiro de 2013 por “razões familiares”, algo que se confirmou na época pois a imprensa europeia dava indícios que o técnico estaria se acertando com o New York Red Bulls da Major League Soccer, algo que não se concretizou.

Em junho de 2013, foi contratado pelo Maccabi Tel Aviv, onde venceu o Campeão Israelense em sua única temporada. Em maio de 2014, foi contratado pelo Basel e também foi campeão, deixando a equipe logo em seguida.

Em junho de 2015, voltou ao grande centro do futebol europeu ao ser contratado pela Fiorentina, substituindo Stefano Pioli. O técnico permaneceu por dois anos sem títulos e acabou sendo dispensado após duas temporadas. Em novembro de 2017, comandou o Tianjin Quanjian, permanecendo por apenas uma temporada na China.

Por fim, fechou o seu ciclo de clubes no Campeonato Francês para comandar a reta final da temporada 2018/2019 do Bordeaux, que estava contratando seu terceiro técnico naquele campeonato, tendo como antecessores Gus Poyet e Ricardo Gomes. Em sua única temporada completa, terminou em 12º lugar e acabou sendo demitido, apesar de ter sido contratado para ficar 3 anos e meio.

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Passagem pela Polônia

PAULO SOUSA
Jogos 15
Vitórias 6
Empates 5
Derrotas 4
Gols Pró 37
Gols Contra 20
Aproveitamento 40%

Paulo Sousa foi contratado pela Polônia no dia 21 de janeiro deste ano, depois que o técnico Jerzy Brzęczek foi demitido depois de não conseguir avançar para a segunda fase da Euro 2020.

Sua primeira partida no comando técnico foi em 25 de março no empate por 3 a 3 nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022, onde a Polônia não conseguiu avançar diretamente à Copa depois de ser derrotado justamente pela Hungria por 2 a 1.

A derrota acabou causando danos financeiros significativos à Federação Polonesa de Futebol em uma partida que Paulo Sousa optou por não utilizar os principais jogadores, incluindo Robert Lewandowski.

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Nos playoffs, a Polônia terá pela frente a Rússia e o vencedor de Suécia ou República Tcheca para buscar uma vaga à próxima Copa do Mundo. Mas pelo que tudo indica, sem o comando técnico de Paulo Sousa, rumo ao Flamengo.

 

Como jogava a Polônia de Paulo Sousa no ataque?

Paulo Sousa na Polônia

Football Analysis

O desempenho ofensivo da Polónia é frequentemente baseado em contra-ataques, especialmente quando joga contra equipes mais fortes, o que explica a baixa média da posse de bola. No entanto, Paulo Sousa sempre confiou nos extremos e nos médios-ofensivos, como Zieliński, para fornecer passes importantes a Lewandowski ou para fazer penetrações individuais dentro da área.

A Polônia depende muito do futebol vertical, e isso pode explicar a alta média de precisão na posse de bola e passes para frente a cada 100 passes. Este estilo de jogo se adaptava aos planos táticos da Polônia, que conta com jogadores rápidos nas laterais, servindo a Lewandowski e alternando entre cruzar e penetrar em direção à área.

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Além disso, a capacidade da Polônia de vencer muitos duelos ofensivos por partida deve ser ressaltada. Porém, tanto o xG (expected goals) quanto o número de chutes por jogo acabaram ficando abaixo do esperado sob comando de Paulo Sousa, pois apenas se defender bem não é suficiente para vencer equipes mais fortes, fazendo com que a alta frequência de empates se tornassem resultados negativos.

A confiança de Paulo Sousa em Lewandowski e no papel que ele desempenha na equipe sempre foi enorme, mas, sem jogadores e meio-campistas talentosos, Lewandowski “sobrecarregado” de funções nunca foi capaz de levar a Polônia longe na última Copa do Mundo e na Eurocopa, e é por isso que ter jogadores como Jóźwiak, Zieliński, Milik , Krychowiak e Moder deveriam ser muito importantes no longo prazo.

Na imagem acima, vemos que assim que os jogadores da Polónia interceptam a bola e iniciam o contra-ataque, procuram imediatamente passar para Lewandowski se este não estiver marcado, porque sabem que essas oportunidades não surgem com frequência e um jogador como Lewandowski não encontra ele mesmo livre de marcar muito em uma partida.

É por isso que, quando tais situações ocorrem, os alas e meio-campistas da Polônia tendem a dar passes para o atacante o mais rápido possível para permitir que ele chute antes que os defensores o cercam.

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Essa situação é repetida tanto na direita quanto na esquerda, e tudo depende das acelerações e da concentração de Lewandowski, pois essas coisas vão determinar o sucesso do principal jogador da equipe na partida, principalmente diante de zagueiros rápidos e atentos, que irão ser o caso especialmente contra a Espanha e a Suécia.

Para o Flamengo, caso a filosofia seja mantida, é esperado que Gabriel Barbosa ganhe ainda mais importância no time e fique responsável pelas conclusões ao receber dos companheiros rubro-negros.

Polônia

Football Analysis

Por fim, a Polónia dependia fortemente dos dois médios defensivos na transição, dado que ambos ligam a defesa aos médios de ataque e aos atacantes e, na maioria dos contra-ataques da Polónia, estes dois jogadores tendem a passar para o atacante, se este não estiver marcado, ou para um dos laterais. Então, os alas cruzariam em direção ao atacante, passariam para o craque avançado ou cortariam por dentro.

Na maioria dos outros casos, entretanto, os meio-campistas poloneses passam automaticamente para os laterais, já que esses jogadores são os mais rápidos da equipe e costumam avançar antes de todos durante os contra-ataques.

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Como jogava a Polônia de Paulo Sousa na defesa?

Polônia

Football Analysis

Quando se trata de seu desempenho defensivo, a Polônia de Paulo Sousa tinha uma linha de fundo organizada e jogadores competindo em algumas das principais ligas europeias. Sousa estava contado principalmente com a dupla defensiva Glik – Bednarek, com Bereszyński e um de Rybus ou Puchacz como laterais. As estatísticas gerais desta defesa mostram que eles cometem um grande número de faltas e isso implica que eles são muito agressivos contra seus oponentes.

Cabe lembrar que a defesa da Polônia estava sofrendo com muitos duelos defensivos por jogo de acordo, o que significa que a equipe de Paulo Sousa recuava muito e esperava o ataque do adversário.

O que torna isso ainda pior, é que a Polônia venceu apenas 20% dos duelos defensivos considerando duelos até a Euro 2020, o que implica que sua linha de defesa não foi capaz de fazer uma diferença real em termos de parar ataques no ano passado.

Como mostrado na imagem acima, a Polônia costuma se alinhar de acordo com essas posições quando joga de acordo com a formação 4-2-3-1. Estas posições sem posse de bola permitem à equipe resistir às tentativas de ataque dos adversários, colocando alguma pressão quando estão a construir usando Lewandowski e principalmente os três atacantes.

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Então, se a bola chegasse ao meio-campo como naquela imagem, Moder e Krychowiak marcariam seus oponentes diretos com força para obrigá-los a se livrar da bola enquanto, ao mesmo tempo, os três jogadores atacantes tentam fechar as faixas de passe para trás para interceptar uma possível passagem.

Desafios no Flamengo

Agora no comando técnico do rubro-negro carioca, Paulo Sousa precisará enfrentar uma temporada 2022 cheia de pressões no Flamengo, que encerrou 2021 sem títulos nacionais de maior expressão, conquistando apenas a Supercopa do Brasil e o Campeonato Carioca.

O técnico certamente será exigido para conquistar pelo menos o Brasileirão ou a Libertadores, com a Copa do Brasil também no radar devido ao alto valor financeiro do torneuio.

Além disso, Paulo Sousa precisará vencer a memória afetiva do torcedor rubro-negro que sonhava com o retorno de Jorge Jesus para conquistar a confiança do elenco e da torcida rapidamente, que certamente pressionará por resultados e desempenho.

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