F1: Sir Jackie Stewart fala sobre perigos do automobilismo nos anos de 1960
Escocês abordou os riscos da categoria em sua época; piloto abandonou o circo após a morte de companheiro de equipe
AUSTIN, TEXAS - OCTOBER 22: Sir Jackie Stewart walks in the Paddock prior to final practice ahead of the F1 Grand Prix of USA at Circuit of The Americas on October 22, 2022 in Austin, Texas. (Photo by Chris Graythen/Getty Images)
Prestes a lançar um documentário sobre a sua vida, Jackie Stewart analisou a sua carreira e os ricos da Fórmula 1 durante os anos de 1960 e 1970. Para o ex-piloto da Tyrrell, as mortes em acidentes daquela época estavam associadas à organização dos Grandes Prêmios.
“Naquela época, nunca parávamos uma corrida. Nós passávamos através do fogo em caso de um acidente com incêndio. Todos eram amigos, essa era a grande coisa naqueles dias. Todos nós saímos de férias juntos. Jochen (Rindt) e Piers Courage, Jimmy Clark e Graham (Hill). E Bruce McLaren, também. Passávamos muito tempo juntos e realmente tínhamos um grande grupo de pessoas e, infelizmente, muitos morreram”, declarou o tricampeão.
Stewart também comentou sobre os carros e os circuitos daquela época. Para o escocês, estar em um Grande Prêmio era sinônimo de enfrentar a morte a cada domingo de corrida.
“Não havia áreas de escape, não havia barreiras deformáveis. Nos cockpits do carro, estávamos sentados em tanques de combustível o tempo todo, literalmente completamente sob suas pernas.” comentou.
Jackie ainda lutou por reformas em autódromos que não eram seguros na época. Nürburgring, na Alemanha, era o principal alvo das críticas do tricampeão. Em 1976, Niki Lauda quase teve a sua vida ceifada na parte de Nordschelife, após a sua Ferrari explodir em uma colisão
“A coisa de que mais me orgulho foi fechar Nürburgring, porque na minha época era absolutamente ridículo. Comecei uma campanha para fechar Nürburgring e Spa. Recebi ameaças de morte, pessoas entrando em minha casa e gritando, berrando e atirando pedras para tentar entrar pelas janelas”, declarou.
Por fim, o ex-piloto da Tyrrell optou por encerrar a sua carreira no ano de 1969, quando o seu companheiro de equipe, François Cevert, faleceu no circuito de Watkins Glenn, nos Estados Unidos. Naquele ano, Jackie conquistou o seu tricampeonato na categoria.

