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A Colômbia atingiu a marca de vinte partidas sem derrotas com a vitória sobre a Espanha. Foto: Reprodução / Twitter / CONMEBOL
Se há uma coisa que não falta na Colômbia é talento e material humano para formar uma seleção bastante competitiva. A vitória sobre a Espanha e a marca de vinte partidas sem derrotas provam essa tese. E além do golaço de Muñoz, a partida desta sexta-feira nos mostrou também uma espécie de “renascimento” de James Rodríguez.
Não que o camisa dez dos “Cafeteros” tenha desaprendido a jogar futebol. O meio-campo do São Paulo fez aquilo que se esperava dele a partir do momento em que entrou em campo. Qualificou o passe do escrete colombiano, ocupou espaços e ainda iniciou a jogada do único gol da partida realizada no Estádio Olímpico de Londres. Difícil não observar a diferença no desempenho da equipe de Néstor Lorenzo depois que James foi para o jogo.
Mas é bom deixar claro que a Colômbia já vem mostrando que não pode ser resumida às arrancadas de Luis Díaz, ao dinamismo de Jhon Arias ou no talento do já citado James Rodríguez. As atuações coletivas são consistentes e os resultados obtidos contra a própria Espanha e outras seleções fortes merecem destaque.
Do domínio inicial da Espanha ao toque de classe de James Rodríguez
É verdade que a Espanha começou melhor a partida. O técnico Luis de la Fuente apostou num 4-4-2 com Gerard Moreno e Joselu mais à frente, Sarabia e Oyarzabal pelos lados e a forte chegada de Grimaldo pelo lado esquerdo. Do outro lado, Néstor Lorenzo repetia a mesma formação do seu adversário, mas encontrava certa dificuldade para levar a bola para o ataque. Principalmente por conta das atuações mais discretas de Carrascal e Castaño no meio-campo.
A Colômbia até conseguia ficar com a bola, mas não acionava o setor ofensivo da melhor maneira e via a Espanha ocupar melhor os espaços do campo com a inversão do 4-4-2 para o 3-2-5 com Grimaldo se juntando ao quarteto de ataque e criando superioridade numérica no setor. Enquanto Carrascal ficava encaixotado entre Merino e Zubimendi, Cassierra recebia poucas bolas. Ao mesmo tempo, Jhon Arias ficava mais preso para ajudar Muñoz na marcação.
Vale destacar aqui também as boas atuações do goleiro Vargas. Foram pelo menos duas boas defesas no primeiro tempo e uma dificílima logo depois do intervalo em chute de Gerard Moreno. Diante do que o campo mostrava, Néstor Moreno não teve dúvidas e mandou Richard Ríos e James Rodríguez para o jogo. A Colômbia ganhou mais fôlego no meio-campo e muito mais qualidade no passe com o camisa dez buscando sempre o espaço entrelinhas da Espanha.
Não foi por acaso que o único gol da partida tenha começado através de um dos seus lançamentos para Luis Díaz (um dos melhores do mundo no um contra um). Do passe longo, passando pelo drible em cima de Dani Vivian até o cruzamento para Muñoz completar com um belo voleio, a Colômbia mostrou toda a sua qualidade e organização para vencer uma Espanha que havia se instalado no campo de ataque. Vinte jogos de invencibilidade não surgem do nada.
Luis de la Fuente tentou dar fôlego novo para sua equipe com as entradas de Lamine Yamal, Nico Williams e Álex Baena, mas a Colômbia mostrou que também sabe se defender. Nesse ponto, vale destacar a boa atuação da dupla de zaga formada por Carlos Cuesta e Lucumí (impecáveis na proteção da área), do volante Lerma e de Jhon Arias na recomposição pelos lados do campo. Grande resultado para os “Cafeteros” no Estádio Olímpico de Londres sem dúvida nenhuma.
O “renascimento” de James Rodríguez pode ser bom para o São Paulo
Conforme este que escreve mencionou anteriormente, a diferença da Colômbia antes e depois da entrada de James Rodríguez é facilmente perceptível. Com espaço e um time que jogue para ele, o camisa dez ainda pode entregar muito em questão de desempenho, liderança e qualidade. E esse “renascimento” pode ser bom para o São Paulo. Principalmente quando a equipe de Thiago Carpini passa pela sua primeira grande oscilação depois da eliminação no Campeonato Paulista.
Diante do que o Tricolor Paulista vem jogando nesses primeiros meses de 2024, chega a ser meio contraditório não apostar na qualidade do colombiano. Ainda mais com a Libertadores batendo à porta do clube. O jogo desta sexta-feira (23) mostrou com clareza que James ainda pode ser “o cara” de qualquer time. A vitória sobre a forte Espanha fala por si só.
