Home Opinião Garone: O bagunçado Vasco de Abel Braga

Garone: O bagunçado Vasco de Abel Braga

Vasco perde para a Cabofriense, em São Januário, se complica no Carioca e na principal missão desse início de temporada: convencer o seu torcedor.

Andre Schmidt
Colaborador do Torcedores.com.

O vascaíno ainda amargava o gosto do café na boca quando o primeiro grito de protesto surgiu em São Januário. O alvo, até então, era o presidente Alexandre Campello. Mas bastou a bola rolar para o adiado Vasco x Cabofriense, remarcado para as 11 horas de uma sexta-feira, em pleno verão carioca, pra o ‘homenageado’ mudar.

PUBLICIDADE

Você conhece o canal do Torcedores no Youtube? Clique e se inscreva!
Siga o Torcedores também no Instagram

Escrevi aqui, na minha coluna de semana passada, como Abel Braga vinha sendo criticado exageradamente por grande parte da torcida e até da imprensa. Com apenas uma partida disputada com os titulares, a pressão vinha até das coletivas. O contexto, a falta de conteúdo para ser analisado, fazia do linchamento coletivo, pra mim, uma histeria. Mas o campo grita.

PUBLICIDADE

Com mais dez dias de trabalho e duas partidas com a equipe completa, o Vasco segue bagunçado. E não é pouco. Entre o que Abel parece esperar do time e o que é executado em campo existe um abismo, até o momento, inatingível.

Abel quer ter a posse mas não tem quem crie a partir dela. Raul, volante, foi o líder em assistências pra finalização no jogo, com quatro. Foi também quem mais errou passes: 9. Não é sua virtude. Talles e Marrony, por sua vez, somados, deram apenas três. O que mostra o quão ineficiente tem sido a ideia dos dois na construção por dentro.

O técnico quer movimentação entre as linhas, como fazem normalmente os meia, mas possui apenas atacantes como opção. Todos afundam juntos.

PUBLICIDADE

Mesmo sem ser pressionado, o time adota a saída de três, com um dos volantes afundando entre os zagueiros. Assim, ao invés de gerar superioridade na saída – ideia dessa recuo -, produz na verdade uma inferioridade no campo de ataque, quando passa a ter 7 contra 10.

Como já disse em outra coluna: é como se tentasse fazer limonada com cerejas.

O que Abel pensa sobre o modelo jogo e o que o elenco oferece são completamente distintos. Por isso a sua chegada ao clube não faz sentido desde o primeiro dia.

Luxemburgo teve o mesmo problema quando aportou em São Januário em 2019. Chegou a testar Bruno César, Valdívia e Marquinho na função de ‘falso 9’. Ou seja, um meia de origem mais avançado, como centroavante, que recua para criar por dentro durante a construção. Logo se deu conta de que não daria certo.

PUBLICIDADE

Por segurança, Luxa optou por três volantes, dois pontas e um centroavante mais fixo. Largou a bola e apostou nos contra-ataques e bolas paradas. Funcionou, apesar dos tropeços em partidas em que deveria propôr o jogo – contra CSA e Avaí, por exemplo.

Luxa mudou para tornar minimamente competitivo ao frágil elenco do Vasco. Abel terá que fazer o mesmo.

LEIA MAIS:
Garone: ‘Pressão em Abel Braga no Vasco é exagerada’