Home Opinião Garone: Benítez não deve ser o único reforço do Vasco

Garone: Benítez não deve ser o único reforço do Vasco

Vasco tem negociações avançadas por Benítez, do Independiente. O meia, porém, pode fazer parte de um pacote mais amplo de reforços

Andre Schmidt
Colaborador do Torcedores.com.

O Vasco que iniciou 2020 deve começar a ganhar uma nova cara nos próximos dias. Além do retorno de Guarín, o clube busca contratações no mercado sul-americano para reforçar seu elenco.

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No fim de janeiro conversei com o diretor de futebol do Vasco, André Mazzuco, sobre as prioridades do Cruz-Maltino na busca por reforços. Na ocasião, em coluna que escrevi para o jornal LANCE!, o dirigente deixou claro quais eram os focos: renovar com o colombiano e contratar dois meias ofensivos. Não à toa as camisas 8 e 10 seguem sem donos na numeração fixa de 2020.

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A dupla procurada tinha qualidade específicas, um pedido de Abel Braga: um meia canhoto, organizador, e um mais finalizador, uma espécie de segundo atacante capaz de fazer os lados, como vinha sendo com Rossi.

Martín Benítez é o mais próximo dos reforços, como o próprio Mazzuco me confirmou na quarta-feira. Ele chegaria para ocupar a segunda lacuna.

Apesar de vestir a camisa 10 no Independiente, seu melhor momento foi no time campeão da Sul-Americana de 2017, que venceu o Flamengo na decisão. Naquela campanha, Martín usou a 7 e atuou aberto pelos lados, fazendo valer a sua velocidade. Exatamente como Rossi no Vasco em 2019.

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Mas por que contratar um jogador de lado tendo os promissores Talles Magno e Marrony?

A resposta pode não agradar a torcida, mas é simples: o clube terá que vender ao menos um dos dois para equilibrar as suas contas. Isso, inclusive, está previsto em seu orçamento para a temporada. O Vasco espera arrecadar ao menos 47 milhões com vendas de atletas este ano. E a dupla de ataque, hoje, é o ativo mais valioso do clube.

Ou seja, muito em breve Talles e/ou Marrony deixará São Januário. Rossi já foi. Benítez é uma tentativa de não deixar o buraco no elenco ainda mais profundo.

E o meia canhoto?

Com Benítez muito perto, restaria apenas, na ideia inicial de Mazzuco, a chegada de um meia canhoto pedido por Abel Braga. Um jogador capaz de flutuar entre o centro e o lado direito, como faziam D’Alessandro, no Internacional, Gustavo Scarpa, no Fluminense, e Éverton Ribeiro, no Flamengo, todos sob o comando do treinador.

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Abel não quer manter o 4-3-3 atacando, como vem fazendo – e fazia Luxemburgo. Quer o 4-2-3-1 (ou 4-2-4 como ele próprio define, com o centroavante voltando para construir na linha média). Pra isso, porém, precisa de meias que organizem e mantenham o controle do jogo, que não acelerem o tempo todo como fazem Talles e Marrony, atacantes de origem e de características. Daí a busca por um meia mais clássico.

O primeiro nome tentado foi o de Felipe Ferreira, que atuou pelo Vasco no fim de 2019. O clube quis renovar o empréstimo do jogador da Ferroviária em dezembro, mas não obteve sucesso. Ainda assim, monitora a sua situação para o Brasileiro.

Outro argentino?

O insucesso na negociação fez o clube abrir os horizontes, principalmente pela América do Sul. Com o tiro certeiro em Germán Cano, outros nomes passaram a surgir. Além de Martín Benítez, um que chamou a atenção foi o de Nicolás Oroz, oferecido ao Vasco.

Cria do Racing, com quem tem contrato, Oroz disputou a última temporada pela Universidad de Chile, emprestado. E foi bem. Apesar de alguns problemas físicos no início de 2019, Nicolás se firmou na reta final como um dos destaques da equipe. Principalmente na criação.

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Oroz teve média de 2,4 assistências para finalização no Chileno, segundo dados do Sofascore – Benítez, no Argentino, somente 0,9. No último Brasileirão, Cazares teve o maior rendimento, com 2,5, de acordo com dados do Footstats. Arrascaeta, maior garçom do campeonato, teve os mesmos 2,4 do jogador da La U, por exemplo.

A participação do meia, inclusive, não aconteceu apenas no setor ofensivo. Nicolás teve uma média de 55 passes por partida, sendo um dos mais ativos do time. No Brasileiro, Daniel Alves, com 62,9, liderou esse fundamento entre os homens de criação. Ganso, com 58, foi o segundo.

São competições, claro, de níveis diferentes. Ainda assim, os números indicam que o camisa 10 tem as virtudes que Abel procura: canhoto, organizador e criativo. É uma opção e é viável, já que o Racing não vem utilizando o jogador desde o seu retorno ao clube, em janeiro, e tem interesse em negociá-lo.

Muitos vascaínos se perguntaram nos últimos dias sobre qual dos argentinos o Vasco deveria contratar. A verdade é que são meias complementares, distintos, apesar do número (10) igual às costas. E são exatamente o que o clube procura desde o início da temporada.

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O Vasco deve ter novidades nos próximos dias. Mais de uma.

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