Rodrigo Paulista recebe dentro da área, passa como quer por Baloy e fuzila o goleiro Márcio. Marca o 3° gol do Inter nos 3×1 sobre o Grêmio e encanta a torcida em um clássico que ele nem era para ter atuado. Ainda ganhando as primeiras chances no profissional colorado naquele Brasileirão de 2004, o atacante não estava na lista de concentrados para a partida no Olímpico. Até que o último treinamento mudou o pensamento do técnico Muricy Ramalho.
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Ao Torcedores.com, o atacante, que, aos 35 anos, encerrou a carreira, contou que o treinador mudou de ideia pelo que viu no treino prévio ao jogo e mandou ele ir em casa buscar as coisas para ir à concentração. No intervalo, com o Gre-Nal ainda em 0x0, Paulista sequer acreditou quando foi chamado para entrar.
Ele ainda recorda o quanto foi importante para a vinda de Fernandão ao Inter naquele mesmo ano de 2004. Como forma de contrapartida na negociação com o Marseille, a direção colorada cedeu 25% dos seus direitos do clube francês e teve os dois jogadores juntos entre 2004 e 2005.
Rodrigo Paulista ainda voltaria ao Beira-Rio em 2008, mas, sem espaço, se aventurou no futebol chinês, primeiro no Shenyang Dongjin e depois no Anhui Jiufang, país onde permaneceu por nove anos e onde considera que teve a melhor fase da carreira. Com a camisa colorada, foi campeão gaúcho em 2004 e 2005.
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Torcedores.com: Para iniciarmos nosso papo, gostaria de perguntar quais as melhores lembranças que você tem do Inter? Ficou uma mágoa ou um sentimento de que poderia ter ficado mais tempo?
Rodrigo Paulista: As melhores lembranças sem dúvida nenhuma foram a minha chegada ao clube com apenas 15 anos, com toda aquela convivência diária morando no alojamento e diversas conquistas que tivemos nas categorias de base. O outro momento especial foi naquele segundo tempo do clássico Gre-Nal, em 2004, que me marcou muito. Mágoa eu não tenho nenhuma do clube, apenas gratidão. Estive vinculado ao Inter por 10 anos, posso dizer que fui muito feliz.
T: Na linguagem do futebol, você “botou o jogo no bolso” sobre aquele Gre-Nal de 2004, no Olímpico, 3×1, que você acaba de mencionar. O que lembra de bastidores daquela partida? Foi a melhor exibição da carreira?
RP: Aconteceram alguns fatos bem curiosos naquele dia. Eu não havia sido relacionado e um dia antes pelo desempenho no treinamento o nosso então treinador Muricy Ramalho me pediu pra ir em casa e buscar minhas coisas pois, no fim, eu iria concentrar. No intervalo da partida, ele me perguntou se eu estava preparado para entrar. Eu, sem acreditar, disse “claro!”. E tudo correu de uma forma maravilhosa. Se não foi a melhor exibição da minha carreira, com certeza foi a mais especial.
T: No Inter, você teve a oportunidade de conviver com o Fernandão. Como eram as conversas com ele? O que de histórias positivas você pode relatar sobre o ex-capitão?
RP: O Fernandão chegou ao Inter e posso dizer que eu tive uma pequena parcela de contribuição na sua chegada. O Inter cedeu na época 25% dos meus direitos ao Olympique de Marseille para a vinda dele. Ele foi um cara que desde a sua chegada ao clube sempre demonstrou um profissionalismo acima da média, comprometido e completamente identificado com o clube. Sem dúvida alguma, para nós que estávamos surgindo na época e que convivemos com ele, diariamente, aprendemos valores inesquecíveis para nossas vidas.
T: Naquele momento em que você estava no Beira-Rio, já sentia que, pelo trabalho realizado, grandes títulos estavam por vir nos anos seguintes?
RP: Acredito que o Inter passou por um processo bem legal e estava escrito que aquilo tudo daria muito certo. Houve uma reestruturação muito grande no clube organizada pelo então presidente Fernando Carvalho a partir de 2002. Já em 2004 chegamos às semifinais da Copa Sul-Americana. Acredito que nesse período o clube se fortaleceu e se preparou muito para as grandes conquistas que vieram a seguir.
T: Fora o Inter, qual foi o seu grande momento na carreira? Pensa em seguir no futebol após a aposentadoria?
RP: Sem dúvida os melhores momentos da minha carreira foram na China, joguei lá por 9 anos e fui muito feliz, alcancei os melhores números da minha carreira jogando lá. Tenho amigos muito próximos no futebol, este ano decidi encerrar a carreira e tenho algumas conversas com representantes de atletas, quero me aperfeiçoar na área e estar dentro do mercado que vivi por tantos anos.
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