Brasileiro, ex-estagiário na diretoria de clube da La Liga conta como é trabalhar no futebol espanhol
Brasileiro Thiago Rissi estagiou na diretoria comercial do Elche
Thiago Rissi fez parte da diretoria do Elche (Arquivo Pessoal)
Em um mercado ainda restrito para estrangeiros na Europa, o de dirigentes de clubes, um paulistano abriu portas em um clube da La Liga, o Elche. O nome dele é Thiago Rissi de 36 anos.
Decidido a entrar no meio esportivo, o executivo iniciou, em 2019, seus estudos na área administrativa.
“Como ‘ter medo’ não faz parte da minha personalidade, iniciei o planejamento e parte desse planejamento passou por realizar um Mestrado em Football Business, em uma Universidade Europeia (FBA – Football Business Academy, em parceria com Nova Business School de Lisboa). Através dos contatos e avaliação de perfil, e também pelo fato de que o mestrado oferecia a possibilidade de um estágio, cheguei ao Elche.”, conta Thiago ao Torcedores.
O período de estágio era, inicialmente, de três meses, mas com a pandemia, o brasileiro conseguiu esticar a experiência para a forma presencial na área comercial do clube da cidade de mesmo nome. Elche está localizada há quase 350 km de Madri.
“A minha função basicamente era comercial, atrair patrocínios e parceiros para o time, mostrando onde o clube ganharia e as empresas também. Além disso, pelo fato do clube ser relativamente pequeno, acabávamos atuando em outras frentes, auxiliando no que fosse necessário, desde colaboração para mídias sociais até mesmo credenciamento e preparação para os dias de jogos.”, explica.
Um dos principais fatores de se trabalhar dentro do Campeonato Espanhol é ficar a par da organização da liga, quanto a protocolos e regras. “As coisas funcionam. E funcionam bem”, define o executivo.
Apesar de ex-jogadores como Juninho Pernambucano (Lyon), Ronaldo (Valladolid), Leonardo (PSG) e Edu Gaspar (Arsenal) exercerem cargos diretivos nesses clubes, Rissi ainda vê barreiras para profissionais brasileiros.
“Ainda existe uma grande barreira para a entrada de pessoas que não são locais, não falem o idioma perfeitamente, não viveram a cultura dos clubes, etc. Além disso, o brasileiro sofre um pouco com aquela impressão que falta profissionalismo, do lado administrativo”, finaliza.

