A seleção da Alemanha conquistou na última segunda-feira (11) sua vaga para a Copa do Mundo Catar 2022 após goleada sobre a Macedônia do Norte por 4 a 0.
Porém, jogadores da seleção alemã entraram em campo no início deste ano utilizando camisas protestando contra a realização do mundial no Catar por causa da recorrente violação dos “direitos humanos” no país.
Na época, diversas seleções protestaram por causa de uma reportagem da BBC revelando mortes diversas nas construções dos estádios devido às situação precária das condições de trabalho.
Com a vaga conquistada, a pauta voltou a ser discutida na imprensa alemã. No entanto, o presidente da Federação Alemã de Futebol, Peter Peters, confirmou que a Alemanha jogará a próxima Copa do Mundo e não realizará boicotes.
De acordo com Peter, o Catar “avançou significamente” nos últimos anos em relação aos direitos humanos. Coincidentemente, um dia antes desta entrevista coletiva, uma reportagem na Alemanha pintou um quadro diferente das perspectivas no Catar.
Pressão interna cresce na Alemanha com novas denúncias
De acordo com o programa esportivo investigativo Sport Inside, da emissora pública WDR, trabalhadores convidados no Catar ainda enfrentam muitos dos problemas que as autoridades afirmam ter resolvido.
A reportagem revelou que muitas empresas ainda não pagam o salário mínimo de 1.000 riais do Catar (cerca de R$1520 na cotação atual) por mês, e muitos trabalhadores ainda sofrem atrasos de meses no recebimento de seus salários.
Na Alemanha, os apelos para boicotar a Copa do Mundo de 2022 no Catar receberam apoio do futebol e da sociedade. Uma pesquisa de março de 2021 pela revista Der Spiegel descobriu que 54% dos alemães apoiam esse boicote, com outros 14% oferecendo apoio condicional.
Além disso, 72% disseram que gostariam que a Federação Alemã de Futebol criticasse mais a situação dos direitos humanos no Catar. Outra pesquisa, da emissora pública WDR, descobriu que 65% dos alemães acreditam que a Alemanha não deveria participar da Copa do Mundo de 2022.
Enquanto isso, torcida organizadas por toda a Alemanha têm protestado contra o envolvimento do país no futebol alemão, principalmente em conexão com o acordo de patrocínio do Bayern Munich com a Qatar Airways.
Um total de 6.500 trabalhadores convidados morreram no Catar desde que a Copa do Mundo foi concedida ao país em 2010, segundo o jornal britânico The Guardian.
*Produzido com informações da DW.com
LEIA TAMBÉM
Vampeta diz como escalaria a seleção contra o Uruguai
Veja o desempenho de Tite pela Seleção contra equipes fora da América
Jornalista elogia Neymar por possível aposentadoria da seleção: “espero que ele faça isso”
Pai de Neymar dispara contra Galvão Bueno: “Nem precisamos dizer quem é o idiota”
Clubes do Brasileirão chegam a 33 trocas de técnicos em 2021; veja lista

