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WTA suspense torneios na China após caso de Peng Shuai

Steve Simon, diretor da WTA, soltou um comunicado sobre a decisão

Thais May Carvalho
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e mestranda de Ciências da Comunicação na Universidade de São Paulo, sou colaboradora do Torcedores.com desde 2020. Escrevo sobre diversas modalidades, com foco mais voltado para futebol americano, beisebol, surfe, tênis, futebol, hóquei no gelo e basquete.
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Nesta quarta-feira (01), a Associação de Tênis Feminino (WTA) anunciou a suspensão de todos os torneios da entidade na China (inclusive Hong Kong) no ano que vem. A decisão vem depois de um mês do início do caso da tenista Peng Shuai.

De acordo com o comunicado de Steve Simon, sua decisão foi apoiada por todo comitê de diretores da WTA. “Em sã consciência, não vejo como posso pedir aos nossos atletas para competir lá quando Peng Shuai não tem permissão para se comunicar livremente […]. Dada a situação atual, também estou muito preocupado com os riscos que todas as nossas jogadoras e equipe poderiam enfrentar se realizássemos eventos na China em 2022”.

O anúncio vem mesmo depois da WTA ter investido na China nos últimos anos. A entidade possui três escritórios no país e realiza nove torneios no território chinês a cada ano. Em 2019, a Associação de Tênis Feminino fechou um contrato multimilionário para realizar a WTA Finals em Shenzhen até 2030. Isso sem mencionar os contratos de direitos de transmissão (que valem mais de US$ 120 milhões) e outros patrocinadores locais.

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CASO DE PENG SHUAI

No início de novembro, a atleta postou nas redes sociais que havia sofrido assédio sexual do ex-vice-primeiro-ministro chinês Zhang Gaoli. A postagem foi logo deletada e, por diversas semanas, ninguém teve contato com Peng. Seu paradeiro foi motivo de preocupação internacional, e diversas personalidades e entidades, como a ONU e a União Europeia, pediram esclarecimentos ao governo chinês, que não se manifestou sobre o caso.

Depois de várias especulações sobre seu estado, a ex-número 1 do mundo nas duplas femininas foi vista em um torneio em Pequim no final do mês passado. Em 21 de novembro, membros do Comitê Olímpico Internacional, inclusive o presidente Thomas Bach, fizeram uma videochamada de 30 minutos com Peng, que disse estar livre e bem, mas pediu privacidade.

No entanto, Simon diz não estar convencido de que está tudo bem com a tenista, e teme que ela esteja sendo coagida pelo governo. “As autoridades chinesas tiveram a oportunidade de cessar essa censura, provar de forma verificável que Peng é livre e capaz de falar sem interferência ou intimidação, e investigar a alegação de agressão sexual de maneira completa, justa e transparente. Infelizmente, a liderança na China não abordou essa questão tão séria de maneira confiável. Embora agora saibamos onde Peng está, tenho sérias dúvidas de que ela esteja livre, segura e não sujeita a censura, coerção e intimidação. A WTA foi clara sobre o que é necessário aqui, e repetimos nosso apelo por uma investigação completa e transparente – sem censura – da acusação de agressão sexual de Peng Shuai”.

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