Home Extracampo Torcedores do Fortaleza chegaram a vender doces na praia e não almoçar para acompanhar time na Argentina

Torcedores do Fortaleza chegaram a vender doces na praia e não almoçar para acompanhar time na Argentina

Em entrevista exclusiva ao Torcedores.com, Polly Cordeiro e Fernando Fernandes falam sobre a ótima fase do Fortaleza e da estadia na Argentina

Willian Ferreira
Colaborador do Torcedores.com e contador de histórias do esporte.

Esta quinta-feira (13) é histórica para o Fortaleza. A equipe estreará em uma competição continental pela primeira vez na história. Mais do que isso: jogará contra um dos bicho-papões da América do Sul, o Independiente. A torcida se mobilizou de maneira incrível, como disse Marcel Pinheiro, diretor de marketing do clube, em entrevista exclusiva ao Torcedores.com. E a reportagem do portal entrou em contato com torcedores do Leão do Pici que estão na Argentina para acompanhar a equipe.

Cada torcedor tem uma história com o clube e, também, com a ida para a Argentina. Polly Cordeiro, publicitária e digital influencer do Fortaleza, por exemplo, ganhou a viagem de um amigo. “Trabalhei um pouco mais para comprar coisas aqui, porém”, explica. Já Fernando Silveira Fernandes, estudante de engenharia elétrica, não deu a mesma sorte. “Gastei cerca de R$ 2 mil para vir para cá. Passei os últimos dois anos juntando dinheiro como pude. Um dia por semana sem almoçar, vender docinhos na praia, dar aulas particulares… olhando agora, faria muito mais pra ver meu Leão aqui”, recorda.

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Semelhanças

Eles, porém, têm algo em comum. É a primeira vez que os dois fazem uma viagem longa para acompanhar o Fortaleza. “A única vez que saí da capital para ver o time foi em Horizonte”, afirma Fernando. Os municípios ficam cerca de 55 km distante, enquanto a capital do Ceará está a 4 mil km de Buenos Aires. “Todos os jogos do clube eu vou, mas lá na cidade, mesmo. Viajar é a primeira vez. Terão muitas outras”, também afirma Polly.

Ambos também ficarão poucos dias em Buenos Aires. “Cheguei na terça, ficarei até sexta. Vim mais para ver o jogo, mesmo. Tô aproveitando os dias até a partida”, destaca Polly. Enquanto isso, os estudos foram um “entrave” para Fernando “Cheguei com alguns de antecedência, mas vou embora já sexta. Tenho que fazer a matrícula da faculdade”, comenta, antes de rir.

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Personagens do Fortaleza

Cada torcedor, ao seu jeito, fala sobre a grande fase do Fortaleza. “Nós estamos na melhor fase da nossa vida. Não me lembro, em momento algum, de uma fase tão boa. O trabalho do Rogério Ceni tá sendo muito bacana. Todos conseguem enxergar que ele fez muito pelo clube. Confio demais no trabalho dele e tô muito confiante para o jogo contra o Independiente”, comenta Polly.

Fernando, embora exalte Rogério Ceni, também destaca outro nome do clube. “O trabalho do Ceni foi o que nos garantiu chegar nesse momento, e espero que nos leve a muitos outros. Mas o que move a torcida não é um só homem. Basta ver que o Castelão continuou enchendo no período do Zé Ricardo. É uma torcida que está em outro patamar. Agora, se for pra dar créditos, vai pro Marcelo Paz e toda a diretoria. Eles que fazem o time ser grande como é”, afirma o torcedor, exaltando o atual presidente do Tricolor.

E segue: “Quero reforçar a competência da nossa diretoria. Sempre deu autonomia ao Ceni, sempre se preocupou com o caixa do time, em trazer a glória que nossa tradição pede. Se o Marcelo Paz se candidatasse a presidente do Brasil hoje, eu votaria”, destaca Fernando.

Medo suplantado

O próprio Fernando, quando da chegada de Rogério Ceni, não achou uma boa contratação. Confesso que na verdade temia voltar pra série C. Achava que Ceni era muita mídia e pouco futebol. Graças aos deuses do futebol, eu estava muito errado”, desabafa. Polly, por sinal, afirmou jamais imaginar fazer uma viagem internacional para acompanhar o clube. “Acho que tá sendo uma surpresa para mim, para qualquer torcedor e para o próprio time.

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A própria torcida, por sinal, é exaltada por Fernando. “Tenho que deixar registrado que a torcida do Fortaleza é, talvez, a mais apaixonada do Brasil hoje. Eu passei dos 08 aos 16 anos acompanhando um time na série C, sofrendo junto. Todo esse sofrimento só fortaleceu nossa paixão pelo clube”, finaliza.

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