Home Futebol Presidente do Colo-Colo diz que declaração de Felipão sobre Pinochet foi infeliz, mas não afeta negociação

Presidente do Colo-Colo diz que declaração de Felipão sobre Pinochet foi infeliz, mas não afeta negociação

Felipão é o favorito para o comandar o clube chileno em 2020

Wilson Pimentel
Jornalista esportivo desde 1998. Cobriu os principais eventos esportivos da última década. Passou pelas redações do SBT, Record TV, CNT, Esporte Interativo, Rádio Tupi, Rádio Brasil e Rádio Manchete. É correspondente de veículos de comunicação da Colômbia, Croácia, Paraguai e Portugal. Está no Torcedores.com desde 2019.

Não é segredo para ninguém que o Colo-Colo deseja contratar Luiz Felipe Scolari para a temporada de 2020. O “El Cacique” abriu negociação com o treinador. Na primeira conversa, Aníbal Mosa, presidente do clube, Harold Mayne-Nicholls, vice-presidente executivo, e Marcelo Espina, gerente de esportivo passaram a noite reunidos na casa do treinador em São Paulo. A princípio, o nome do pentacampeão mundial é muito bem avaliado internamente e segue o modelo de trabalho que a diretoria precisa: experiência internacional, grandes títulos no currículo, gosta de trabalhar com jogadores jovens e não tem medo de mudar a filosofia de jogo do time.

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Na reunião, Aníbal Mosa, apresentou o projeto para tentar fechar um acordo o mais rápido possível. No entanto, o lado financeiro está dificultando o acerto. O Torcedores.com apurou com pessoas próximas a negociação que Luiz Felipe Scolari não abre mão de receber US$ 1,5 milhão (R$ 6,9 milhões) por dois anos de contrato. Aliás, Felipão só pensaria em uma transferência para o futebol chileno se a oferta do clube fosse próxima do que pretende receber.

“Estamos tratando essa negociação com muita seriedade, discrição e cuidado. Estamos calmos em relação as conversas que tivemos até agora com o Felipão. Ele demonstrou empolgação com o projeto e os planos do Colo-Colo para os próximos anos. Qualquer pessoa perceberia que o Felipão tem o interesse em treinar o clube, mas é preciso alinhar algumas situações para avançarmos mais um pouco”, revelou Aníbal Mosa ao Torcedores.com.

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A reportagem apurou que algumas exigências de Luiz Felipe Scolari precisam ser alinhadas: premiações por títulos e bônus por metas alcançadas. Além disso, o treinador exigiu uma cláusula que permite a sua saída imediata, caso Felipão receba uma proposta do exterior e tenha o desejo de deixar o Colo-Colo. Afinal, Scolari ainda tem muito mercado no futebol asiático. Apesar de no momento não haver nenhuma intenção de um clube brasileiro em contratá-lo, Felipão teve o nome lembrado por algumas equipes após deixar o Palmeiras em setembro de 2019. Nesse ínterim, ele foi sondado por Atlético-MG, Cruzeiro e Fluminense. Porém, o treinador descartou abrir conversas com os três times.

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Felipão também pediu mais cinco reforços para a temporada. Com isso, o brasileiro pretende ter uma competição equilibrada com a Universidad Católica no Campeonato Chileno. Além disso, o treinador teria um grupo mais qualificado para avançar de fase na Copa Libertadores da América ou brigar pelo título da Copa Sul-Americana. Aníbal Mosa garantiu que não está conversando com outro treinador disponível no mercado. Portanto, Luiz Felipe Scolari segue sendo a prioridade do Colo-Colo.

Felipão é procurado por clube turco

Luiz Felipe Scolari está na mira do Fernerbahçe onde atuam os brasileiros Luiz Gustavo ex-Bayern de Munique, e Jaílson ex-Grêmio. Ele recebeu uma sondagem da equipe turca na última quarta-feira (04) antes de se reunir com os dirigentes do Colo-Colo. O empresário Jorge Machado, responsável por cuidar da carreira de Felipão, é quem está em contato com os europeus a fim de esquentar as conversas. Em 2008, o treinador dirigiu o Chelsea, da Inglaterra, onde não teve boa passagem. Agora, surge a possibilidade de voltar a Europa. Após ser procurado pelo Fenerbahçe, Scolari solicitou um tempo para avaliar a oferta do clube chileno.

“Vamos retornar hoje à noite para o Chile. Nosso desejo é ter uma posição definitiva do Felipão. Vamos respeitar o tempo solicitado por ele para conversar com sua família e também com seu agente”, disse.

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Dirigente garante que elogios a Pinochet não entraram na pauta

Em 1998, em entrevista à “Rádio Jovem Pan”, Luiz Felipe Scolari afirmou: “Pinochet fez muita coisa boa também. Ajeitou muitas coisas lá (no Chile). O pessoal estava meio desajeitado. Ele pode ter feito uma ou outra retaliaçãozinha aqui e ali, mas fez muito mais do que não fez. Há determinados momentos que o pessoal se ajeita ou a anarquia toma conta”.

Aníbal Mosa disse a reportagem do Torcedores.com que considera um erro colocar a questão política na negociação entre o Colo-Colo e Felipão.

“Não perguntamos a ninguém sua orientação política. A análise que fazemos são suas realizações esportivas. Entendemos o contexto da declaração, que na época talvez não fui um depoimento feliz”, finalizou.

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