Home Futebol Jornalista critica Galvão e imprensa por tratar Cuca como “bonzinho” e relembra condenação de estupro

Jornalista critica Galvão e imprensa por tratar Cuca como “bonzinho” e relembra condenação de estupro

Treinador está em destaque na mídia após boa temporada pelo Atlético-MG

Rogério Araujo
Jornalista formado pelo Centro Universitário de Brasília - UNICEUB. Colaborador do Torcedores desde 2017. Dono do canal Séries e Filmes no Instagram.

Cuca está vivendo dias de muitas alegrias por conta dos títulos conquistados pelo Atlético-MG nesta temporada. E isso vem rendendo muitos elogios da imprensa. No entanto, a postura da mídia incomodou a jornalista Milly Lacombe, que criticou o fato dos colegas não abordarem a condenação de estupro coletivo que o treinador tem. O caso aconteceu em Berna, na Suiça, 1987, quando ele era jogador do Grêmio. O agora treinador e outros colegas foram acusados de abusar de uma menina 13 anos em quarto de hotel.

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“Cuca acha que a vítima dessa história é ele, embora, nas raras vezes em que toque no assunto, seja incapaz de olhar nos olhos do interlocutor”, escreveu a jornalista em um longo texto em sua coluna no site “Uol Esporte“.

No texto, Milly faz um grande desabafo sobre as mulheres jornalistas e o fato delas terem que conviver no meio do futebol que rasga elogios para as qualidades de Cuca como homem bom e de família. Além disso, faz um apelo pelo fim da violência.

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“Como repórteres, temos que entrar nas salas das coletivas e testemunhar Cuca ser paparicado. Engolimos seco. Sentimos nossos corpos tremendo. Não há o que possamos fazer. Cuca é o homem da vez”, completa ela, antes de criticar a postura de Galvão Bueno, que indicou o treinador para substituir Tite na seleção brasileira.

“Já tem gente da patente de Galvão Bueno sugerindo Cuca na seleção. Teremos na seleção um homem condenado por envolvimento em estupro que até hoje, 34 anos depois, se recusa a falar abertamente sobre a gravidade das questões ligadas ao caso? Se recusa a pedir perdão? Se recusa a dizer o que houve? Se recusa a abordar o tema da epidemia que é a violência contra a mulher no Brasil” diz ela em outro trecho do texto. Antes de revelar que foi abusada quando criança.

“Façam um exercício de ousadia: perguntem às mulheres de suas vidas se elas já foram abusadas, assediadas, estupradas. Tenho certeza de que as respostas delas os deixarão perturbados. Depois, se ainda tiverem coragem, perguntem com quantos anos sofreram o primeiro deles. O meu foi com 11”, completa.

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