Home Futebol Léo vê “infelicidade” de Belletti, apoia perdão da torcida a Edinho e lembra chamado ao Mundial: “Estava em casa fazendo churrasco”

Léo vê “infelicidade” de Belletti, apoia perdão da torcida a Edinho e lembra chamado ao Mundial: “Estava em casa fazendo churrasco”

Torcedores.com publica entrevista com o ex-atacante do Inter, Léo Aro, multicampeão em 2006

Eduardo Caspary
Jornalista formado pela PUCRS em agosto de 2014. Dupla Gre-Nal.

Léo fazia um churrasco animado em casa ao lado dos familiares planejando um cruzeiro de férias que faria com a esposa nos dias seguintes. Estava satisfeito pela temporada de 2006 e, de longe, torceria pelos colegas de Inter no grande sonho de vencer, no Japão, o Mundial de Clubes sobre o poderoso Barcelona. Até que o telefone tocou e os seus planos mudaram.

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Do outro lado da linha, Adriano Loss, gestor responsável até hoje pela logística do clube, apenas avisou que ele precisaria estar o quanto antes em Porto Alegre. O colombiano Wason Rentería não havia se recuperado totalmente da lesão e Léo, a pedido do técnico Abel Braga, viajaria em seu lugar. Formaria o plantel de ataque em Yokohama ao lado de Fernandão, Pato, Iarley, Luiz Adriano e Michel.

Hoje aposentado dos gramados com 36 anos, o ex-atacante, então, mal teve tempo de terminar de comer o assado. Foi em busca da passagem para Porto Alegre e se somou ao elenco que, mais tarde, faria história com o 1×0 sobre o Barcelona.

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O chamado inesperado para a convocatória do Mundial é o pano de fundo da entrevista de Léo ao Torcedores.com, que ainda conta com uma resposta sobre a recente opinião polêmica de Belletti e um pedido de “crédito” da torcida colorada ao seu ex-colega em 2006, Edinho.

Torcedores.com: Léo, como você define a sua passagem pelo Inter no ano de 2006? Lembro que você iniciou o ano marcando um gol contra o Gaúcho, no Beira-Rio, pelo Gauchão, mas acabou não tendo tantas oportunidades no ano. Era difícil pela concorrência?

Léo: Considero a minha passagem pelo Inter como muito boa, cara. Foi vitoriosa e isso é incontestável. Apesar de eu ter jogado pouco. Principalmente por não ter jogado na Libertadores e no Mundial. Mas estive presente e tive minha importância no elenco. No Gauchão joguei bastante. Comecei o ano jogando. Os titulares tiveram alguns dias a mais de folga. A gente começou o ano com um time, eu não diria time B, pois era muito competitivo. E fui bem. Acho que fui até um dos artilheiros do time, fiz cinco gols no Gauchão de 2006. No Brasileirão tive algumas oportunidades também. Mas foi uma passagem muito boa. Pra mim, foi excelente. Fui muito feliz nesse ano e sou grato ao Inter.

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T: Como foi o chamado de última hora para jogar o Mundial? Você estava a caminho das férias e o telefone tocou para a viagem?

L: Fui chamado pra viajar pro Mundial de última hora mesmo. Com a lesão do Rentería, acabou abrindo uma vaga e eu fui convocado. Eu estava de férias já. Eu estava em casa fazendo um churrasco com a família e tocou o meu telefone. Era o Adriano (Loss, diretor de logística do Inter) dizendo que eu teria que voltar e aguardar um parecer dos médicos pra saber se o Rentería viajaria. Mas eu teria que estar pronto e em Porto Alegre. Caso ele não fosse, eu iria. Eu já tinha até uma viagem marcada. Iria fazer um cruzeiro com minha esposa, mas graças a Deus eu tive que desmarcar esse cruzeiro (risos). E o resto é a história que todos sabem, né? Fomos para o Japão e graças a Deus trouxemos o título de campeão mundial.

T: Sobre a final contra o Barcelona, recentemente, o Belletti, que jogava no time espanhol, disse que “o Inter não soube tirar proveito do título, porque 10 anos depois estava na Série B”. Como você, que fez parte do elenco vitorioso de 2006, avalia essa declaração?

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L: Em relação à declaração do Belletti, eu confesso pra você que eu nem estava sabendo disso. Eu acho que foi… não sei se foi uma infelicidade dele. Mas não concordo com o que ele disse. Tanto que alguns anos depois o Inter estava sendo novamente campeão da Libertadores e chegando outra vez ao Mundial. Infelizmente não ganhando, mas chegou de novo. Aconteceram coisas que levaram o Inter à Série B, mas muitos times passam por isso. E o time se reestruturou e hoje, sempre foi, mas hoje está como um grandes do Brasil disputando Série A com chances de título sempre e o Inter é um dos maiores times do país com toda a certeza.

Nota da redação – Iarley também respondeu o ex-lateral:

T: Para descontrair a conversa, o grupo de 2006 do Inter era unido dentro e também fora de campo? Havia muitas brincadeiras e festas? Quem você lembra como o jogador que mais gostava de sair e beber, Léo?

L: O grupo de 2006 era muito, muito unido, cara. Tanto que se provou dentro de campo por tudo que a gente ganhou. E fora de campo também. A gente sempre estava junto. Saíamos pra jantar tudo, pra reuniões, que a gente fazia orações na casa de alguém, cinema. Estávamos sempre junto. Isso se refletia dentro de campo. O que a gente tinha em campo em termos de união, também tínhamos fora. Eu acho que todo mundo gosta de sair, fazer festa. Mas a gente fazia muito disso em casa. Eu ficava muito com a família, então, do tempo que estive em Porto Alegre, nunca saí. Não posso falar do grupo com relação a sair e beber (risos). Mas estávamos, como falei, sempre junto em casa e restaurantes.

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T: Recentemente, o Edinho, que foi seu colega naquele ano, pediu perdão aos colorados por ter dito que o 5×0, quando jogava no Grêmio, era o “maior título” dele. Você acha que a torcida do Inter deveria aceitar essas desculpas? Considera o Edinho um grande colorado?

L: O Edinho foi um cara sensacional naquele ano. Não somente naquele ano. Acho que toda a passagem dele pelo Inter foi vitoriosa. Então, sempre que ele esteve com o Inter ele honrou a camisa. Acho que acabou sendo um comentário infeliz da parte dele. Ele estava jogando no outro time da cidade e de repente quis fazer uma média com a torcida, com a diretoria, com o clube e acabou falando besteira. Mas quem somos nós pra perdoar? Se ele reconheceu o erro dele e assumiu, eu acho que ele deve ser perdoado sim. Foi um cara bem vitorioso no Inter e, como eu falei antes, teve uma passagem vitoriosa e merece esse crédito da torcida colorada.

T: Você e o Mossoró foram campeões da Copa do Brasil de 2005 com o Paulista vencendo o próprio Inter na caminhada. Foi uma espécie de “dívida de gratidão” ir para o clube e ajudar em 2006? E qual a sua melhor lembrança do período no Inter?

L: Eu acho que nunca cheguei a pensar dessa forma como dívida de gratidão, cara. Foi a grande oportunidade que apareceu na minha vida. Acho que a maior oportunidade que eu tive no futebol. Jogar num time da grandeza do Inter foi bom demais. E a hora que apareceu a proposta eu não pensei duas vezes. Foi a melhor escolha que eu fiz profissionalmente, com certeza. Em termos de lembrança, é até difícil, porque foi um ano maravilhoso. A Libertadores, o Mundial… marcaram muito. Todo o ano foi maravilhoso, mas as amizades que a gente fez lá também ficaram pra sempre. O próprio Mossoró é um amigo que eu tenho até hoje, e a gente mantém um contato muito legal. O grupo todo. A gente tem um grupo de WhatsApp e nos falamos sempre. Um tentando ajudar o outro dentro daquilo que é possível e que se precisa. Hoje quase todos já pararam de jogar, então dá pra trocar várias ideias. A melhor lembrança acaba sendo o ano todo. O 2006 inteiro é minha melhor lembrança pelo Inter.

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