Home Futebol Chegada de Diego Costa tem tudo para alavancar o potencial de um estrelado Atlético-MG; confira a análise

Chegada de Diego Costa tem tudo para alavancar o potencial de um estrelado Atlético-MG; confira a análise

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira explica como o brasileiro naturalizado espanhol pode ser utilizado dentro do esquema tático utilizado por Cuca

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.

A vitória incontestável sobre o River Plate de Marcelo Gallardo nesta quarta-feira (18) nos mostrou um Atlético-MG forte na defesa (a equipe sofreu apenas três gols sofridos nas últimas dez partidas) e dotado de um volume impressionante quando o assunto é o ataque. Hulk, Zaracho, Savarino, Nacho Fernández e companhia já estão muito bem adaptados ao estilo de jogo de Cuca e mostram isso dentro de campo (ainda que a equipe oscile um pouco em determinados momentos). Diante de tudo isso, é muito difícil não concluir que a chegada de Diego Costa tem tudo para elevar ainda mais o patamar do Galo. O brasileiro naturalizado espanhol tem características que se encaixam perfeitamente no estilo de jogo proposto por Cuca no Atlético-MG e experiência suficiente para lidar com as marcações adversárias. A tendência é que Diego Costa seja mais um a sobrar no futebol brasileiro e sul-americano. E com uma certa facilidade.

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Diego Costa viveu os melhores anos da sua carreira no Atlético de Madrid e se notabilizou por ser um atacante rompedor, daqueles que se impõem na base da força física, com muita habilidade para driblar em espaços curtos e com um faro apurado de gol. Por mais que tenha convivido com algumas lesões e não tenha sido tão decisivo nos últimos anos (como foi na conquista da Premier League de 2016/17 pelo Chelsea e no Campeonato Espanhol de 2013/14 pelos colchoneros). Além disso, ele também tem qualidade e inteligência para prender os zagueiros adversários (como um pivô) ou jogar mais solto no ataque, partindo em diagonal na direção do gol (na maioria das vezes vindo pelo lado esquerdo). Diego Costa pode não ter mais a mesma explosão de outros anos, mas a experiência adquirida em quase quinze anos na Europa podem ser muito úteis para que o Atlético-MG possa fincar os pés no seleto hall dos maiores da América do Sul.

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Diante de todos os fatos acima relatados, o que o torcedor atleticano mais quer saber é como Cuca vai encaixar Diego Costa na equipe. O treinador vem utilizando um 4-2-3-1 básico com muita movimentação e todo um jogo baseado em Nacho Fernández (a grande referência técnica e criativa do Atlético-MG no meio-campo). Com a entrada do novo camisa 19 do Galo, a tendência é que Hulk vá para o lado direito de ataque com Eduardo Vargas (Savarino, Borrero ou Eduardo Sasha) entrando em diagonal pelo outro lado para abrir o corredor para Guilherme Arana. Na proteção da zaga, Jair (ou Tchê Tchê) e Allan formariam a dupla de volantes que marca e cria com a mesma qualidade. Mesmo assim, a tendência é que esse 4-2-3-1 extremamente ofensivo abra mais espaços na defesa por conta da característica dos pontas. É o tipo de formação que pode ser usada se todos colaborarem na recomposição e na pressão pós-perda ainda no campo adversário.

Atletico-MG - Football tactics and formations

Com Hulk e Eduardo Vargas pelas pontas, Diego Costa pode entrar no comando de ataque de um 4-2-3-1 extremamente ofensivo no Atlético-MG de Cuca. A eficácia dessa formação, no entanto, está condicionada à execução da pressão pós-perda em alta intensidade e no compromisso de todos com a marcação.

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A formação acima (apesar de bastante ofensiva) pode deixar o Atlético-MG mais enfraquecido na defesa por conta das características dos jogadores. Há como se fazer pequenas adaptações como o recuo de Nacho Fernández para junto de Jair num 4-3-3/4-1-4-1 ou trazer o argentino para uma das pontas e deixar Hulk mais próximo de Diego Costa no comando de ataque. Mas uma ideia interessante pode ser o 3-4-1-2 já utilizado por Cuca em várias oportunidades. Com Réver no lugar de Vargas e os laterais Mariano (ou Guga) e Guilherme Arana mais espetados, o Galo pode ganhar força ofensiva, utilizar todo o potencial do seu novo reforço e ainda assim manter um mínimo de equilíbrio na defesa se organizando num 5-3-2 quando o adversário estiver com a posse da bola. Nesse sistema, Diego Costa pode render muito ao fazer as jogadas de pivô e acionar os alas em alta velocidade pelos lados.

Atletico-MG - Football tactics and formations

O esquema com três zagueiros pode ser uma saída para Cuca aproveitar todo o potencial do seu novo reforço sem que o Atlético-MG perca força defensiva. Nessa formação, Mariano e Guilherme Arana jogariam mais espetados e buscariam Diego Costa para as tabelas ou jogadas em profundidade.

É claro que Cuca já deve ter na cabeça o esquema tático ideal para adaptar as característica de Diego Costa. Pode ser que ele utilize uma formação completamente diferente das colocadas aqui neste humilde espaço e mantenha a consistência que eu e você já nos acostumamos a ver num Atlético-MG forte e altamente ofensivo. O que é certo é que o novo camisa 19 do Galo chega para ser a grande referência do time junto com Hulk e Nacho Fernández. Aliás, pouquíssimas equipes na América do Sul podem contar hoje com a fartura de opções no banco de reservas que a equipe de Belo Horizonte possui. Ainda há Borrero, Eduardo Sasha, Vargas, Zaracho, Savarino e mais uma porção de jogadores experientes e que já estão completamente adaptados aos conceitos implementados por Cuca. A prova disso é a campanha no Brasileirão e as duas vitórias sobre o River Plate pela Copa Libertadores da América.

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Diego Costa ainda precisa de tempo para aprimorar a forma física e se adaptar ao novo clube. Mas fica a certeza de que, assim que o camisa 19 entrar em forma e jogar pelo menos metade do que sabe, vai ser muito difícil segurar o Atlético-MG. Aliás, essa tem sido uma constante nos jogadores que voltam da Europa para o Brasil. A disparidade de nível entre os dois centros do futebol é tão grande que todos esses atletas sobram quando chegam por aqui. E com Diego Costa não será diferente.

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