Zizinho não é tão conhecido nos dias atuais, mas está marcado na história como um dos maiores jogadores do futebol brasileiro. Seria ele o craque da geração de 1950, que perdeu a decisão por 2 a 1 para o Uruguai. Seria ele o predecessor de tudo e o dono da primeira Copa do Mundo, mas o destino não quis assim. Neste dia 14 de setembro, Zizinho completaria 100 anos de vida.
Mas quem foi Zizinho?
Estrela máxima do futebol carioca até sua aposentadoria, nasceu em Niterói e começou no futebol no Byron FC, clube modesto de sua cidade natal. Porém, em 1939 foi contratado pelo Flamengo. Chegou ao clube aos 18 anos e se formou como atleta no Rubro-Negro.
Conquistou quatro títulos do Campeonato Carioca, sendo o primeiro em 1939 e os outros em 1942, 1943 e 1944, o primeiro tricampeonato da história do Flamengo. Ficou por 11 anos com a camisa rubro-negra e é considerado o maior ídolo do clube até a chegada de Zico nos anos 1970.
Em 1950, poucos meses antes da Copa do Mundo no Brasil, Zizinho deixou o Flamengo, já aos 29 anos, para uma polêmcia transferência ao Bangu. Ele tinha em mãos, segundo o jornal A Noite, da época, propostas para ir ao futebol paulista e atuar por Palmeiras ou Corinthians. Entretanto, deu declaração que chamou a atenção, disse que o Flamengo não o valorizava como o Vasco valorizou Ademir de Menezes, e foi para o Bangu, um dos principais clubes do Rio de Janeiro naquela época.
Disputou a fatídica Copa do Mundo de 1950 como atleta do Bangu. Foi primeiro e único Mundial da carreira do atleta, que perdeu a chance de ir a outros por conta da 2ª Guerra Mundial, que cancelou as edições de 1942 e 1946.
Ficou no Bangu até 1957, mas não conseguiu o título do Campeonato Carioca. Conquistou alguns torneios pelo clube e se tornou ídolo histórico, mas saiu para o São Paulo. Foram dois anos de alegria no Tricolor Paulista, mesmo já em fim de carreira, aos 36 anos. Conquistou o Campeonato Paulista de 1957 e a Taça dos Campeões Estaduais pelo clube da capital. Saiu para defender Uberada e o Audax Italiano, do Chile, onde encerrou a carreira em 1962, aos 41 anos.
Mesmo sem o título mundial, conquistou a Copa América de 1949 pela Seleção Brasileira como jogador. Se tornou técnico da Seleção ao fim da carreira e conquistou os Jogos Pan-Americanos de 1975, no México, o que levou como feito para o resto de sua vida.
Foi comentarista esportivo, além de ter se tornado fiscal de rendas do Estado do Rio de Janeiro, profissional na qual se aposentou. Morreu em 8 de feveiro de 2002, aos 80 anos, vítima de problemas cardíacos.
Mas como jogava Zizinho?
O ídolo de Flamengo e Bangu era encarado como o maior jogador brasileiro até o surgimento de Pelé. Mas meia do que atacante, tinha como principal marca o drible. Era insinuante e um armador nato. Conhecido como Mestre Ziza, foi um dos primeiros a ser citado como um “jogador de terno”. Era o maestro do Flamengo e respeitado até pelos rivais, como Didi, ídolo de Botafogo e Fluminense.
Em entrevista, o próprio Pelé já citou Zizinho como um dos maiores da história. “Quando comecei a minha carreira no Santos, o Zizinho estava encerrando a dele no São Paulo. E encerrando em grande estilo. Ele foi campeão e considerado o melhor jogador do Campeonato Paulista de 1957. Zizinho era um jogador completo. Atuava na meia, no ataque, marcava bem, era um ótimo cabeceador, driblava como poucos, sabia armar.”
Veja reportagem do Globo Esporte sobre Zizinho:
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