Home Outros Esportes Futebol americano: times com redes sociais pouco movimentadas têm menos patrocínio no Brasil; Veja o ranking

Futebol americano: times com redes sociais pouco movimentadas têm menos patrocínio no Brasil; Veja o ranking

Com a pandemia, muitos times de futebol americano deixaram de alimentar uma de suas principais vitrines para as empresas que buscam exposição no futebol americano: as redes sociais

Danilo Lacalle
Jornalista de formação, e atleta por opção. Especialista em esportes americanos e apaixonado por esportes radicais.

O futebol americano tem, atualmente, uma base de fãs que não para de crescer. De acordo com a pesquisa realizada pela Kantar Ibope Media, 27 milhões de brasileiros se declararam fãs da NFL em 2020. Porém, não necessariamente essa massa apaixonada pela principal liga dos Estados Unidos é, também, uma entusiasta da modalidade no Brasil. E um dos principais motivos pode ser a falta de presença das equipes nacionais nas redes sociais, como o Instagram, por exemplo.

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Com o passar dos anos, o futebol americano no Brasil cresceu e, consequentemente, o investimento realizado na modalidade, também. Leis de incentivo, marcas de alcance nacional e internacional, entre outros investidores passaram a acreditar no potencial do esporte da bola oval. Mas, em contrapartida, não são todas as equipes da série A do Campeonato Brasileiro que retribuem a visibilidade para as marcas que se relacionam com o time. E uma maneira de fazer isso é expor quem são os apoiadores do futebol americano em suas principais vitrines.

Pensando nisso, o Torcedores.com levantou quais foram os times da série A (Elite – BFA) que mais tiveram postagens no último ano (1 de fevereiro de 2021 a 1 de fevereiro de 2022) e quantas marcas foram exibidas no Instagram de cada uma dessas equipes, sendo o ranking definido pelo número total de publicações no ano. Veja a lista completa:

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1º – Flamengo Imperadores: 561 posts x 14 marcas envolvidas
2º – Galo FA: 404 posts x 24 marcas envolvidas
3º – Timbó Rex: 160 posts x 14 marcas envolvidas
4º – Cuiabá Arsenal: 143 posts x 12 marcas envolvidas
5º – Vasco Almirantes: 138 posts x 4 marcas envolvidas
6º – Rhynos: 125 posts x 0 marcas envolvidas
7º – São Paulo Storm: 115 posts x 5 marcas envolvidas
8º – Natal Scorpions: 103 posts x 3 marcas envolvidas
9º – Sorriso Hornets: 102 posts x 11 marcas envolvidas
10º – Santa Cruz Pirates: 84 posts x 3 marcas envolvidas
11º – Coritiba Crocodiles: 80 posts x 6 marcas envolvidas
12º – Recife Mariners: 67 posts x 2 marcas envolvidas
13º – Corinthians Steamrollers: 53 posts x 2 marcas envolvidas
14º – Macaé Oilers: 51 posts x 1 marcas envolvidas
15º – Tritões FA: 48 posts x 2 marcas envolvidas
16º – Cavalaria 2 de Julho: 47 posts x 0 marcas envolvidas
17º – Tubarões do Cerrado: 42 posts x 6 marcas envolvidas
18º – Santa Maria Soldiers: 39 posts x 8 marcas envolvidas
19º – América Locomotiva: 36 posts x 2 marcas envolvidas
20º – Gama Leões de Judá: 35 posts x 1 marcas envolvidas
21º – HP Football: 35 posts x 5 marcas envolvidas
22º – Ceará Caçadores: 33 posts x 10 marcas envolvidas
23º – Moura Lacerda Dragons: 31 posts x 1 marcas envolvidas
24º – Black Hawks: 28 posts x 0 marcas envolvidas
25º – Jaraguá Breakers: 24 posts x 1 marcas envolvidas
26º – Bulls Potiguares: 23 posts x 2 marcas envolvidas
27º – Rondonópolis Hawks: 19 posts x 5 marcas envolvidas
28º – UFERSA Petroleiros: 13 posts x 2 marcas envolvidas
29º – CG Predadores: 6 posts x 0 marcas envolvidas
30º – Sinop Coyotes: 6 posts x 0 marcas envolvidas
31º – João Pessoa Espectros: 4 posts x 0 marcas envolvidas
32º – São José Istepôs: 4 posts x 0 marcas envolvidas
33º – Brasília Templários: 0 posts x 0 marcas envolvidas

*Termo “marcas envolvidas” relacionadas a quantas vezes a equipe expôs o logo, mencionou ou marcou um patrocinador ou apoiador.

Empresas que apostaram na modalidade, no Brasil

No cenário do futebol americano brasileiro, existem empresas líderes do mercado que investiram na modalidade. Como no caso da TIM, marca de telefonia, que adquiriu a cota de patrocínio master do Coritiba Crocodiles, durante a pandemia, em 2021.

“A TIM é uma empresa de serviço que tem no cliente sua principal motivação. Desta forma, ao nos associarmos a times regionais, nos aproximamos dos nossos usuários. Queremos estar não somente em pontos de venda, lojas e locais tradicionais, mas também onde o cliente tem paixão, associando a marca ao sentimento que ele tem pela equipe. A TIM entende que manter patrocínios como esses, especialmente de modalidades ainda com pouca visibilidade, contribui nesse momento que passamos em que vários setores, inclusive o esporte, que precisam de apoio para continuar suas ações, manter seus atletas e, principalmente, divertir seus torcedores”, conta Carlos Abilhoa, Gerente de Marketing da TIM para a Região Sul. “Nos aproximar do Coritiba Crocodiles – que é o time de futebol americano do Coritiba Foot Ball Club – nos enche de orgulho por várias razões. O Crocodiles é um time referência no país. Atualmente, é bicampeão brasileiro e oito vezes vencedor do campeonato paranaense de futebol americano. Além disso, o clube nasceu em Curitiba, cidade onde a TIM também é referência. E o Paraná é um dos maiores mercados da TIM Brasil.” –  revela Abilhoa.

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Ainda, outras organizações de fora deste nicho voltaram os olhos para esta modalidade, no país. A Hinova Pay já fechou parceria com o Corinthians Steamrollers, a faculdade UniCesumar, com o Mooca Destroyers e a SICREDI, com o Cuiabá Arsenal. No Galo Futebol Americano, é possível encontrar patrocínios do Grupo Sada, Supermercados BH, MRV e também da Hinova Pay. Mas por que essas organizações de grande porte têm buscado investir no futebol americano?

“Temos nos empenhado muito em aumentar a capilaridade da TIM, especialmente em cidades do interior, seja com a abertura de pontos de atendimento, como também com a ampliação da cobertura do 4G ou com a ativação de frequências de maior capacidade […] Parcerias como a feita com o Crocodiles nos permite imaginar inúmeras possibilidades. Além da própria presença da marca e proximidade com os clientes, nos permite ainda ampliar o leque de benefícios oferecidos aos consumidores, com ofertas e promoções que fazem parte da contrapartida do apoio”, destaca Carlos Abilhoa.

Qual é o real ROI que a empresa pode ter, investindo no futebol americano?

Conseguir captar patrocínio para uma modalidade não é uma tarefa fácil. No futebol americano a situação se mantém, por mais que algumas empresas já estejam familiarizadas com o investimento no esporte. Isso porque, grande parte, não identifica o retorno sobre o investimento (ROI), que pode aumentar a receita mensal daquela marca, a partir do incentivo ao futebol americano.

Para a marca que está investindo, não basta apenas ser inserida em publicações nas redes sociais, com o logo aparecendo. Mas sim, é importante impactar a base existente e os clientes da equipe, com criatividade e custo baixo. Além disso, é essencial criar a oportunidade do patrocinador gerar novos negócios para que o retorno seja satisfatório, como:

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  • Palestras;
  • Permitir e incentivar a interação entre a base e a marca;
  • Realizar negociação de Naming Rights;
  • Disponibilizar experiências exclusivas como, por exemplo, benefícios que sejam voltados aos clientes do patrocinador;
  • Acesso aos dados captados da base de forma que seja adequada à LGPD;
  • Presença de marca em uniformes e banners on e offline;
  • Criação de conteúdo vinculada à marca;
  • Ações de product placement;
  • Pesquisa de hábitos do público junto à marca;
  • Sorteios exclusivos;

“As empresas podem ter um retorno de investimento no futebol americano aqui no Brasil a partir do momento que elas passarem a olhar com uma visão de empreender e fomentar o crescimento do esporte. É necessário que entendam que esta é uma das modalidades que mais cresce no mundo, com visibilidade de exposição na mídia e com potencial de negócios alto, a partir do momento que elas começam a interagir com a paixão e captar a atenção dos fãs. Como o futebol americano, aqui no Brasil, ainda é carente da presença de marcas, existe um oceano de possibilidades para as empresas que investirem, podendo se apropriar desse assunto de forma que ofereçam produtos e serviços aos fãs da modalidade”, ressalta Dayyán Morandi, Diretor de Marketing a Confederação Brasileira de Futebol Americano e CEO do Grupo LX.

O futuro da modalidade com as marcas

Atualmente, o Brasil conta com 18 mil atletas praticantes, 442 equipes federadas, e 11 entidades filiadas, como Paraná, Pará, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amazonas, Pernambuco, Cerrado (ativos) e Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Espírito Santo apenas constituídas, de acordo com a CBFA. A final do Campeonato Brasileiro de 2019 foi transmitida ao vivo nos canais ESPN. E, só no Youtube, vídeos com a partida completa ultrapassam 40 mil visualizações. Pontos que são um avanço para o esporte, que vem ganhando mais audiência, a cada ano.

“Os direitos de transmissão de um campeonato de futebol americano são uma das maiores receitas que existem no mundo do esporte. A negociação de transmissão da NFL chamou a atenção de todo o mundo esportivo, por ser bilionária. E isso, com certeza, vai mudar o cenário publicitário e de venda de cotas nos Estados Unidos. Acredito que, aqui no Brasil, empresas que já investem na publicidade durante a programação da NFL têm, sim, interesse em investir no futebol americano brasileiro. Mas acho que, a principio, esse investimento será realizado em produção de conteúdo. Porque essa produção é o que vai despertar o interesse do fã e aumentar a visibilidade da modalidade brasileira”, destaca Dayyán Morandi. “A partir do momento que a produção de conteúdo for realizada com maior eficácia e volume, em menos tempo, as marcas passarão a ter uma oferta maior para investir. E nosso objetivo é esse, fazer com que a oferta cresça para que as empresas possam entrar e aproveitar as possibilidades desse esporte”, conclui.

O crescimento do futebol americano tem sido um fator exponencial nos últimos anos e que tem feito o capital girar. De acordo com a NFL, o Brasil é o 2º país do mundo com mais fãs do esporte, fora dos Estados Unidos, atrás apenas do México. Ainda, com a possibilidade do Flag Football entrar nos Jogos Olímpicos de 2028, a projeção para o crescimento da modalidade da bola oval é enorme, e pode trazer ainda mais retornos para as empresas que apostarem no momento atual do FABR.

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