Home Futebol Técnico enfrenta o coronavírus em busca de oportunidade na Tailândia: “Os brasileiros têm boa aceitação por aqui”

Técnico enfrenta o coronavírus em busca de oportunidade na Tailândia: “Os brasileiros têm boa aceitação por aqui”

Arthur Bernardes aceitou o desafio de comandar o Rayong FC, da Tailândia

Wilson Pimentel
Jornalista esportivo desde 1998. Cobriu os principais eventos esportivos da última década. Passou pelas redações do SBT, Record TV, CNT, Esporte Interativo, Rádio Tupi, Rádio Brasil e Rádio Manchete. É correspondente de veículos de comunicação da Colômbia, Croácia, Paraguai e Portugal. Está no Torcedores.com desde 2019.
PUBLICIDADE

O mundo ainda vive muitas incertezas em enquanto torce pelo fim da pandemia do novo coronavírus. E no esporte não é diferente. Os principais campeonatos de futebol estão suspensos. De acordo com a Fifa, não há uma previsão para o reinício das competições.  Dessa forma, dirigentes, jogadores e treinadores não sabem quando a bola voltará a rolar. Esse cenário não é diferente na Tailândia.

Recentemente, os clubes do país decidiram investir em profissionais brasileiros para ajudar no desenvolvimento do futebol local. Recém-chegado a Tailândia, o técnico Arthur Bernardes foi contratado para comandar o Rayong FC. Após quatro rodadas, o clube ocupa a penúltima colocação da Thai League. Por outro lado, ele terá que esperar o reinício do campeonato para buscar a reabilitação.

A princípio, a Federação Tailandesa de Futebol prevê o reinício da competição para 18 de abril, mas a expectativa é de novo adiamento. Nesse ínterim, Arthur desembarcou na Tailândia no começo de março, com o peso de já ter treinado equipes como Botafogo, Atlético-MG, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, além de outros grandes clubes do Brasil. Em entrevista ao Torcedores.com, o treinador disse que ainda não teve condições de estrear no comando da equipe em função da Covid-19.

PUBLICIDADE

“Estamos em quarentena, mas a minha equipe está treinando. Fizemos um planejamento com responsabilidade, então, vamos para o treino e depois voltamos direto para casa. Estamos respeitando as ordens do governo a fim de evitar problemas com as autoridades tailandesas. O povo aqui é muito obediente em relação aos critérios do Ministério da Saúde. Sempre procuro me informar em relação ao número de infectados, hoje saiu um novo anuncio do governo atualizado, com 20 óbitos. Mas aqui na minha cidade não tem nenhum caso confirmado do coronavírus”, revelou.

Cartão de crédito sem anuidade? Abra sua conta Meu BMG agora!

Dentro do chamado grupo de risco, por ter mais de 60 anos, o Arthur Bernardes admitiu que vem tomando todos os cuidados e seguindo as orientações das autoridades governamentais. Rayong, que fica à duas horas e meia de Bangkok, é uma cidade turística com lindas praias. Porém, o local está vivendo dias de pouco movimento bem como as principais metrópoles do mundo.

“Eu sempre procuro fazer a minha higienização da melhor maneira possível, ando sempre de máscara, e a roupa que uso na rua, vai direto para a máquina, até porque já passei dos 60 e estou no chamado grupo de risco. Aqui o povo tem costume de usar álcool em gel, mesmo antes da pandemia. Tenho observado que a cidade está vazia, moro perto de um grande shopping que sempre foi muito movimentado, mas nos últimos dias ele tem adotado novos horários e está sempre com pouco movimento”, afirmou o treinador que seguiu explicando os motivos que o fizeram aceitar o convite para dirigir o Rayong da Tailândia.

“Eu aceitei o convite do futebol da Tailândia, até porque é um namoro antigo e já era para ter acontecido. Esse ano mesmo estive perto de acertar com outra equipe aqui do país. Desta vez deu certo, não é um contrato longo, mas é interessante para abrir um novo mercado. Agora é fazer um trabalho técnico com qualidade para prorrogar a estadia dentro de um mercado novo. O fato de ter rodado pela Ásia, África e Oriente Médio, ajudou no acerto aqui. Quando você trabalha na Coréia do Sul, Japão, China, o pessoal já olha para você com um pouco mais de profissionalismo. Eles gostam de avaliar o trabalho no futebol asiático, mesmo sendo povos completamente diferentes”, explicou.

PUBLICIDADE

Você conhece o canal do Torcedores no Youtube? Clique e se inscreva!

Arthur e outros dois técnicos brasileiros “descobriram” a Tailândia

Acostumado a comandar equipes pelo mundo, o técnico Arthur Bernardes está longe de ser o primeiro brasileiro no futebol da Tailândia. O treinador encontrará muitos jogadores que já fazem sucesso pelo país. Fora das quatro linhas, o treinador mais conceituado da Thai League é justamente um brasileiro, trata-se de Alexandre Gama, que no Brasil já comandou o Fluminense, e está em sua sétima temporada na Tailândia, comandando pelo segundo ano o Muangthong. No país, Gama já conquistou três Supertaça da Tailândia, duas vezes a Liga da Tailândia e uma Taça da Liga da Tailândia.

“Outros brasileiros já passaram por aqui, começou com Carlos Roberto que ainda é muito respeitado na Tailândia. Hoje tem o Alexandre Gama que faz um belíssimo trabalho, e temos vários atletas brasileiros jogando no futebol Tailandês. É um mercado real, um mercado verdadeiro e os brasileiros tem boa aceitação, mas já estão chegando outros estrangeiros, então temos que evoluir sempre para não perder esse mercado”, lembrou.

Siga o Torcedores também no Instagram

Mesmo com grande rodagem no futebol brasileiro e com mais de 30 anos de experiência, Arthur Bernardes não comanda uma grande equipe do futebol brasileiro desde 2013 quando deixou o Athletico Paranaense. Em 2019 o treinador comandou o PeriLima da Paraíba, e acredita que o futebol do exterior consegue assimilar melhor o seu trabalho em função do grande conhecimento que o treinador por agregar para as equipes

“Eu vejo que dentro desses trabalhos que tenho feito ao longo dos anos tem me dado uma capacidade de criar novos modelos. A única dificuldade que eu tenho é com o Brasil. Eu sempre tive dificuldades de voltar ao mercado, até porque quando você fica muito tempo no exterior as pessoas dizem que você está mais qualificado para fora do que para dentro. O mercado aqui fora para mim, parece que tem um sorriso mais amplo. Toda essa bagagem faz com que a gente crie novas situações de trabalho”, encerrou.

PUBLICIDADE

LEIA MAIS: