Home Futebol Ex-volante cita o mais baladeiro de 2006, admite que recusou o Grêmio e define Inter: “Família que nunca vi igual”

Ex-volante cita o mais baladeiro de 2006, admite que recusou o Grêmio e define Inter: “Família que nunca vi igual”

Torcedores.com publica entrevista exclusiva feita com o ex-volante do Inter em 2006

Eduardo Caspary
Jornalista formado pela PUCRS em agosto de 2014. Dupla Gre-Nal.

Passe curto, lançamentos, intensidade na marcação… quem era este volante do Caxias? Essa era a pergunta feita pelos dirigentes da dupla Gre-Nal na abertura de 2006. Os dois gigantes de Porto Alegre foram atrás de Wellington Monteiro de forma diferente. O Grêmio, com contrato longo e salário maior. O Inter, com prazo curto, vencimento baixo e Libertadores pela frente. E a escolha, segundo ele, foi “a melhor que fiz na vida”.

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No Inter, seduzido por jogar a Libertadores, Wellington Monteiro ajudou a formar aquilo que chama de “família”. E, ao Torcedores.com, dá gargalhadas ao lembrar, por exemplo, das aventuras de Perdigão fora dos gramados.

“Cada um tinha uma fé, o seu hábito, o seu jeito. Mas o que tínhamos de melhor era o respeito um com outro. Era fundamental. Em termos de sair e beber, preciso dizer quem era? É notório, né? (risos). Mas é a vida dos caras, pô. A gente não pode julgar ninguém. Cada um tem seu jeito. O Perdigão sempre gostou de sair, de beber, como até hoje ele faz. Mas uma coisa é certa. Dentro de campo, meu irmão… todos tinham o seu limite. Isso é notório. Bem centrado, todos, sem exceção. Mas óbvio que tinha quem saía nas folgas. Nem todo mundo. Eu não era disso. Sempre fui centrado, definido naquilo que eu queria. Eu era muito família, e os caras também eram. Mas eu me guardo bastante. Sempre fiz isso. Tive minha época de maluco de 17, 18 anos. Chegou os 21 e eu botei a cabeça no lugar. Vivendo uma vida diferente”, explicou.

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Monteiro vibra com gol feito sobre o Flamengo em 2007 – Foto: Reprodução

Mano Menezes já o conhecia do Caxias

Técnico do Grêmio em 2006, Mano já conhecia muito bem o volante – e queria levá-lo com a promessa de titularidade ao tricolor. Tudo conspirava a favor de uma ida ao antigo Olímpico, mas Monteiro apostou no sonho de jogar a Libertadores. E saiu recompensado:

“Eu tinha atuado com o Mano no Caxias. Ele saiu do Caxias e teve a proposta do Grêmio. A primeira coisa que ele fez foi pedir a minha contratação. Até aí tudo bem. No meio do caminho entrou o Inter na parada. E aí você fica muito balançado. O Grêmio veio com uma proposta muito boa. Contrato de dois anos, salário excelente, luvas. O Inter não. Era um contrato de seis meses, salário baixo e nada na mão. A gente pensou. Sentei com a família, analisei direitinho. E pensei. Por exemplo. Naquela época, eu chegaria no Grêmio jogando porque o Mano já me conhecia. E se eu fosse para o Inter, eu teria que buscar o meu espaço. Ao mesmo tempo, pensei assim: “O Inter está disputando uma Libertadores, e esse é o sonho de todo atleta”. Eu não olhei pro dinheiro. Para o tempo de contrato. Nada disso. Olhei lá na frente e não pensei duas vezes. Fui para o Inter e fiz a melhor escolha da minha vida”, confirmou.

No concorrido elenco colorado, Wellingon Monteiro convenceu Abel Braga a ter espaço no time já na reta decisiva da Libertadores contra Libertad, na semi e São Paulo, na final – só não jogou a volta no Beira-Rio por lesão no joelho. Com a saída de Tinga, vendido ao Dortmund-ALE, o volante virou titular absoluto no segundo semestre e destaque do time campeão mundial sobre o Barcelona.

Família como 2006 o Inter não vai formar mais, garante Monteiro

Ele se orgulha ao relembrar o quanto a união do grupo de 2006 segue até hoje. A sintonia de dentro do campo era a mesma fora, o que faz Wellington ter a certeza de que uma “família” como aquela o colorado não vai conseguir mais formar.

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“Me considero um torcedor colorado. Mas não por causa dos títulos, que fique bem claro isso. Por causa da essência. Que a torcida passa, que o povo colorado passa. É muita diferença. É um clube diferente. Clube acolhedor, carinhoso, família e isso não tem preço. E uma das coisas que a gente fez naquela época foi uma grande família. E não apenas os jogadores. Tinha a comissão técnica, o Fernando Carvalho era e é um cara fenomenal. Um dos melhores presidentes que eu peguei. As pessoas que trabalham internamente, que muitos não conhecem. Por exemplo: os funcionários. Os faxineiros, os roupeiros, os seguranças. Pessoas que ninguém observa, mas são quem nos dão o suporte e merecem todo o nosso respeito”, disse, antes de terminar:

Edinho

Inter de 2006 tinha Fernandão como o grande líder dentro e fora de campo – Foto: Divulgação

“E o outro é o torcedor colorado. A gente entende o torcedor. Quando ele vaia, depois vai te elogiar. E depois volta a vaia. É assim. Mas a gente tinha sintonia na época. Isso foi uma das coisas que chamou muito a nossa atenção. Repito, uma grande família. Nada contra os grupos do Inter que vieram depois, sem menosprezo, mas uma família como fizemos naquela época o Inter não faz mais não. Pode até fazer uma, mas não igual nem além. Era sintonia total e completa”.

O ex-volante do Inter deixou o clube no meio de 2008 para jogar no Fluminense. Nega ter tido qualquer tipo de desentendimento com o treinador da época, Tite, mas sim “com duas pessoas que trabalhavam no clube e que prometeram uma coisa, mas fizeram outra”. Aos 41 anos e já aposentado, ele inicia a carreira de treinador profissional no Rio de Janeiro.

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Além de Wellington Monteiro: confira outras entrevistas do autor com ex-jogadores do Inter:

Diego – Em reta final de carreira, Diego relembra noite especial na Bombonera, lamenta poucas chances em 2006 e cita Muricy: “Um pai”

Marcelo Cordeiro – Cordeiro aprova passagem pelo Inter, diz que Tite deveria ter ficado e lamenta falta de “ajuda” do Grêmio: “Impossível o título”

Léo – Léo vê “infelicidade” de Belletti, apoia perdão da torcida a Edinho e lembra chamado ao Mundial: “Estava em casa fazendo churrasco”

Alemão – Na torcida pelo Inter, Alemão lamenta chance no “ano errado” e explica promessa cumprida de joelhos: “Marcante

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Glaydson – Glaydson diz que Inter poderia ganhar Libertadores com Fossati e relembra gol de placa: “Não fiz muitos, mas eram bonitos”

Rodrigo Paulista – Rodrigo Paulista relembra como “ajudou” Fernandão a vir pro Inter e cita Gre-Nal mágico no Olímpico: “Não acreditei que iria entrar

Tiago Saletti – Amigos de longa data, Saletti defende Edinho e diz que foi prejudicado no Inter por ironia de ex-treinador: “Palavras não voltam”

Edu Silva – Titular no ano da “virada”, Edu Silva se tornou colorado e tem boas lembranças de Muricy: “Chegou cheio de vontade”

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Fabiano – Do “cachaça” à faixa-fake antes de Gre-Nal, Fabiano revive história construída no Inter: “Representa tudo na minha vida”

Renan – Vida dentro do Inter, decisão de sair do clube e Kidiaba duas vezes no Olímpico: conversamos com o goleiro Renan

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Daniel Carvalho – Daniel Carvalho crê em vitória sobre o Cruzeiro, relembra Gre-Nal histórico e resume Inter: “Foi tudo pra mim”

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Michel – Autor de gol no Nacional em 2006 aposta em nova vitória e recorda título: “Marcante”

Nei – Dos títulos ao “milagre” contra o Corinthians, Nei vibra com a carreira e história no Inter: “Sou um vencedor”

Wilson – Ex-zagueiro fala com orgulho do Inter, lamenta lesão no “ano dourado” e projeta títulos: “Torço muito”

Flavio – Com gol de título e comemoração-saci, ex-volante cita ano da “reviravolta” no Inter e lamenta: “Só queria ter ficado”

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