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Giuliano Galoppo, do Banfield, é hoje um dos jogadores mais badalados do futebol argentino. Por razões diversas, entre as quais um belo gol de voleio contra o Boca Juniors no triunfo por 3 a 0 na Bombonera, no dia 1º. Aos 23 anos, o meia é sondado pela diretoria do São Paulo e teve aprovação do técnico Rogério Ceni.
Segundo informações do site “Lance!”, o presidente do Banfield revelou a público a proposta do Tricolor Paulista: US$ 4 milhões (cerca de R$ 21,6 mi) – proposta que foi imediatamente recusada.
“O São Paulo disse-nos que tinha de 48 a 72 horas para acertar um reforço. Este é o dinheiro disponível. Contudo, não aceitamos a primeira oferta. O advogado do clube brasileiro ficou aqui para continuar a conversa. Agradeço o que ele fez, pois veio a Buenos Aires e falou tudo conosco”, disse o presidente do Banfield, Eduardo Spinosa, ao “Diário Olé”.
A contraproposta da cúpula argentina é de US$ 6 milhões (cerca de R$ 32,5 milhões). Como disse Rogério Ceni após o empate do São Paulo contra o Fluminense neste domingo (17), trata-se de um dinheiro que o Tricolor não dispõe no momento. No entanto, o São Paulo insiste. E por quais razões? De acordo com o “Lance!”, a gestão Julio Casares enxerga a negociação como um “divisor de águas” para o clube.
Histórico profissional do atleta
Giuliano Galoppo formou-se pelas categorias de base do Atlético Rafaela, time atualmente da segunda divisão da cidade de mesmo nome, onde nasceu. O meia teria perdido a ambição de jogar pelas grandes equipes locais depois de frustrar-se numa peneira do Boca Juniors em 2014.
Galoppo teria sido criticado pelos técnicos, que o consideraram lento. Assim, foi dispensado. Depois retornou a Rafaela, e olheiros do Banfield o descobriram. “Fiquei no Boca em 2014, só que depois fiquei livre, voltei para Rafaela e em 2016 tive a chance de vir para o Banfield. Dou tudo por essa camisa”, disse o meia em entrevista ao “TYC Sports”.
Entretanto, a curta passagem no Boca Juniors levou Galoppo a mirar outros países; o Brasil foi um dos alvos devido a melhores salários, bem como à torcida. Conforme o “Lance!”, o meia de 23 anos já acertou bases de salário com o São Paulo. Além disso, o contrato iria até 2027. Aliás, Giuliano Galoppo tem auxiliado o clube brasileiro nas conversas com o Banfield, até mesmo fornecendo porcentagem de seus direitos, para o caso de venda futura.
“Gostaria de jogar no futebol europeu, dar um salto para ter uma oportunidade na seleção argentina. Se isso acontecer, bom, mas o tempo dirá”, disse ele.
Interesse pelo Brasil
O interesse em atuar no Brasil tem a ver com o berço do jogador. Giuliano é filho de Marcelino Galoppo, atacante que passou pelas categorias de base da Argentina, pelo Racing e pelo futebol escocês. Chegou até a ser abordado pelo Fluminense e pelo Cruzeiro nos anos 1990.
Além disso, há a política de negociações do Banfield, que se recusa a vender joias a clubes vizinhos. Por isso, negou vender Galoppo ao River Plate em junho. “É difícil manter nossos talentos; contudo, há atletas que não vamos vender na Argentina. Giuliano Galoppo é um deles”, cravou Spinosa à revista “El Gráfico”.
Negociações do São Paulo por Giuliano Galoppo
Rogério Ceni ouviu falar de Giuliano Galoppo pela primeira vez em abril deste ano, depois do Campeonato Paulista – informa o “Lance!”. A equipe de análise e o gerente Rui Costa apuraram estatísticas do meia por pelo menos um ano. Deste modo, encaminharam um relatório ao técnico, que solicitou gravações de jogos, a fim de avaliar seu posicionamento dentro das quatro linhas.
Na ocasião, o meia vivia a melhor fase da carreira. Aliás, atuava como Ceni gostaria, ocupando todas as áreas do meio-campo: tanto de segundo volante, quanto de armador. Em 27 jogos da atual temporada, fez oito gols – o artilheiro do Banfield – e registrou duas assistências. De resto, soma dados notáveis: 67% de acerto no passe longo, 146 bolas recuperadas e 55 desarmes, conforme o “Lance!”.
Três integrantes do departamento de análise do São Paulo assistiram ao meia ao vivo no dia 24 de maio, quando o Banfield enfrentou o Santos na Vila Belmiro pela Copa Sul-Americana. Depois, começaram os contatos com a cúpula do clube argentino em Santos mesmo, para tratar de um acerto.
Investidores
“Estávamos atentos nele havia muito tempo, toda hora vendo jogo desse cara. Mostramos ao Rogério, que aprovou a contratação. Mas o Banfield tem uma parte financeira muito forte. O atleta não quer ficar na Argentina, mas sem investidor não tem como trazer”, disse o coordenador de futebol do São Paulo, Muricy Ramalho, ao “TNT Sports”.
Portanto, com o preço definido pelos argentinos, o São Paulo vai atrás de dinheiro. Julio Casares pretende usar Galoppo como pontapé inicial de um projeto de negociações mediante auxílio de investidores. Quanto a isso, a política tricolor tem sido a de sigilo absoluto. De maneira que apenas o próprio Casares, Muricy, Rogério Ceni e Carlos Belmonte, diretor de futebol, sabem os nomes dos investidores.
“Está engatilhado. Nós estamos discutindo há algum tempo. É como um patrocinador, e claro que tem contrapartida. Investidor quer algo; é nesse sentido. A gente não tem outra saída para contratar”, afirmou Muricy.
“Vamos anunciar o mais rápido possível. O objetivo é contratar jogadores de futuro, mais jovens, com os quais podemos fazer negócio depois. Caso contrário, o investidor não quer. Tem que ser importante para o São Paulo, mas para ele também”, finalizou o ex-treinador.
