Home Games Shieldmaiden: indie brasileiro da Dumativa inspirado em Megaman; Confira análise

Shieldmaiden: indie brasileiro da Dumativa inspirado em Megaman; Confira análise

O jogo da desenvolvedora de “A Lenda do Herói” é divertido, com bons desafios de plataforma e também, bem rápido de ser finalizado

Cristiano Cricas
Colaborador do Torcedores

Shieldmaiden: Remix Edition é, sem dúvidas, uma das melhores surpresas que tive atualmente. Lançado em setembro de 2021, a versão “Remix” é uma atualização gratuita do jogo com mesmo nome, lançado anteriormente em março de 2020.

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O jogo se passa numa cidade futurista chamada de Modigard, onde jogamos com Asta. Ela está em busca de sua irmã mais velha, Roza, que desapareceu durante o Cataclisma que destruiu o mundo onde vivem.

Junto com Asta, temos a companhia da Inteligência Artificial “ROMIR”, que é com quem ela conversa durante o jogo, e assim, vamos descobrindo os detalhes da história, que é bem simples, mas muito bem contada na interação entre Asta e ROMIR.

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Também temos itens colecionáveis durante o jogo, que contam mais sobre as lembranças de Asta e Roza.

Este é o segundo jogo da Dumativa, desenvolvedora indie brasileira, conhecida pelo jogo “A Lenda do Herói”, que foi desenvolvido em parceria com os “Castro Brothers”. Atualmente, o estúdio está desenvolvendo o jogo “Ordem Paranormal: Enigma do Medo”, em parceria com Cellbit. Este terceiro jogo, inclusive, teve os fundos de desenvolvimento arrecadados via financiamento coletivo, no site Catarse.

https://youtu.be/Z2EK1oan1KE

Estilo gráfico e trilha sonora

Os gráficos do jogo são em pixel art e seguem o estilo dos jogos da era 16-bit. É uma solução muito utilizada em jogos indie, e confesso que achei o resultado lindo, pois usam muito bem as cores em tons marrom/roxo, aumentando a sensação de cidade destruída. Os criadores descrevem nos detalhes do jogo no Steam: “Pixel art em neon, vivo e vibrante, com o clima visual luminoso e decadente de uma cidade futurística após um evento de destruição apocalíptico”.

As músicas do jogo também seguem o estilo 16-bit, que combina bastante com os ambientes visitados no jogo. É um “synthwave” e, conforme descrevem os criadores, “mistura a harmonia da música clássica com a vibração do gênero eletrônico dos anos oitenta”.

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E por fim, os efeitos sonoros também são bem agradáveis e casam com as músicas. Toda vez que passamos por um telefone público, por exemplo (que são os checkpoints do jogo), ouvimos um efeito sonoro que parece fazer parte da música e, logo em seguida, o sinal de “linha ocupada”. É realmente uma combinação gostosa de se ouvir enquanto se está curtindo o jogo.

Divulgação / Dumativa

Mecânicas de jogo

O jogo é um “plataformer” notavelmente inspirado em Megaman, com um nível de desafio interessante. Logo na primeira fase, já é possível sentir semelhanças, principalmente, com Megaman Zero. O escudo de Asta pode desferir um ataque de curto alcance, assim como o sabre de Zero. Também é possível arremessá-lo, lembrando inclusive, o escudo disponível também na série Zero.

Porém, Shieldmaiden segue de forma mais “linear”, onde as fases são seguidas uma após a outra, diferente de Megaman, onde podemos escolher qual fase jogar. Até é possível escolher as fases no jogo, mas isso só acontece após passar pelas mesmas. Então, neste ponto, o jogo fica parecido com Pulseman, um clássico jogo do Mega Drive que lembrava um pouco Megaman, que até pode escolher as fases, mas de um modo mais linear.

Por ser um jogo com plataformas, temos as ações corriqueiras como pulo, dash, ataque de curto e de longo alcance. Além desses, temos também a opção de utilizar o escudo para defender projéteis e, junto a isso, carregar uma barra de ataque especial. Este especial, inclusive, é muito útil em diversas partes do jogo.

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Por fim, temos o metrô que faz a ligação entre as fases, onde normalmente ocorrem as principais conversas entre Asta e ROMIR.

Divulgação / Dumativa

Jogabilidade, desafio e diversão

Este é mais um ponto que foi bem implementado no jogo. A jogabilidade é simples e muito intuitiva, e com isso, o desafio vai aumentando conforme a progressão pelas fases. Inclusive, um joypad é a solução perfeita para curtir este jogo.

Durante o game, algumas salas se fecham, sendo necessário derrotar os inimigos que aparecem para poder progredir. Estas salas também aumentam a dificuldade gradativamente, mas no geral, são tranquilas. A tranquilidade aqui, inclusive, se deve ao fato que a “IA” dos inimigos comuns é bem simples, com padrões facilmente decorados.

A variedade de inimigos é pouca, mas acaba sendo “OK” devido ao fato do jogo ser curto. E como é curto, é possível finalizar em poucas horas: no meu caso, terminei em aproximadamente 4 horas, coletando todos os colecionáveis.

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E temos também a parte mais desafiadora do jogo: os mestres das fases. Nenhum deles é extremamente difícil e muito menos injusto. Ainda assim, é necessário aprender e entender seus padrões, não adianta apelar para “tudo ou nada”: tem que ter um pouco de paciência e observar, e então, será possível derrotar cada um deles. Destaque para os “Corvos”, principais antagonistas do jogo, onde realmente é necessário aprender os padrões e encontrar os momentos certos para atacar.

Divulgação / Dumativa

Problemas? Alguns, o jogo não é perfeito

Shieldmaiden não é perfeito e, como qualquer jogo, tem os seus problemas. Acredito que são pequenos, mas valem ser citados.

O primeiro de todos é não ter versão para consoles. Sim, é verdade que o jogo tem um valor acessível no Steam, porém, seria muito bom poder jogar, por exemplo, num Nintendo Switch. É o tipo de jogo que eu realmente levaria comigo numa viagem de ônibus ou de avião.

Já o segundo problema que tive, foram pequenas falhas gráficas, como se o cenário estivesse sendo “cortado”. Este é um problema de “screen tearing”, normalmente por falta de “V-Sync”. Talvez o problema nem seja do jogo, e sim de alguma configuração da minha placa de vídeo, mas como tive este problema em todas as fases, acabou incomodando um pouquinho.

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Outro problema pequeno é a “IA” dos inimigos comuns. Como citado antes, ela é bem simples, com padrões facilmente decorados. Podiam ter algumas variações para aumentar um pouco o desafio.

Agora, um problema que realmente incomodou foi a seleção de fases. Caso você escolha uma fase anterior, não consegue voltar para a atual que estava jogando, sendo necessário voltar para o menu principal e carregar novamente o seu progresso do jogo. Só assim o jogo volta para o “Terminal”, momentos antes de iniciar a fase.

E por fim, o último problema, que está lado a lado com o anterior: Checkpoint não é “save game”! O jogo registra o progresso apenas nas trocas de fase. Ou seja, se você resolver parar de jogar naquele checkpoint próximo a um dos chefes, saiba que terá que refazer a fase novamente ao carregar o progresso no menu principal.

Divulgação / Dumativa

Conclusão

Como dito antes, o jogo não é perfeito. Mas é extremamente divertido!

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Além disso, a versão “Remix” já é uma revisão do jogo original, lançado em 2020. Este mais antigo, inclusive, não consegui jogar e apenas encontrei pouquíssimos vídeos na internet. Mas pelas informações que localizei, além do gameplay revisado, a própria história também foi refeita, para destacar melhor a busca de Asta por sua irmã, Roza.

Dito isto, fica aqui minha sugestão: joguem Shieldmaiden: Remix Edition!

O valor do jogo é acessível e, o fato de ser desenvolvido por estúdio brasileiro também reforça a recomendação. Fora que sempre existe a opção de deixar na “lista de desejos” do Steam e comprar numa das promoções de inverno/verão.

E para finalizar, achei o jogo curtinho demais. Então deixo um pedido aos desenvolvedores: façam uma continuação para este jogo! No ponto onde termina, é possível explorar novas aventuras para Asta, e sem dúvidas, outras pessoas também vão querer curtir esses novos rumos que o jogo pode trilhar.

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Shieldmaiden: Remix Edition está disponível para PC via Steam.

Divulgação / Dumativa, Steam